terça-feira, 24 de novembro de 2020

O PODER MARAVILHOSO DA CRUZ!

 


Robinson L Araujo[1]

 

Sem sombras de dúvidas, a cruz do calvário é capaz de nos trazer a libertação, como a maldição. Libertação pela transformação que o sangue ora vertido, tem poder para limpar nossos pecados. Maldição, pelo fato de uma vida eterna afastada da presença de DEUS, caso não aceite o Poder que emana dela.

É por meio da cruz que temos a possibilidade de nos tornarmos discípulos do Mestre Jesus. Somos discípulos somente quando permanecemos sob a sombra da cruz.

Vejamos a afirmação do Mestre: "Quem se recusa a tomar sua cruz e me seguir não é digno de mim". (Mateus 10:38). Dietrich Bonhoeffer, mártir alemão, compreendeu o significado dessa afirmação de Jesus e escreveu: "Quando Jesus chama alguém, pede-lhe que venha e morra". Sendo assim, não temos nenhum direito ou possibilidade de escolher um caminho diferente do que DEUS escolheu em Jesus. A cruz é o símbolo da nossa salvação e o padrão para nossa vida.

Não foi por mero discurso que o Apóstolo Paulo afirmou em Gálatas 2:20: "Fui crucificado com Cristo; assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Portanto, vivo neste corpo terreno pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim".

Como discípulo de Cristo, as paixões do mundo deixam de ser primazia e os desejos que passam a dominar meu coração, é o fazer a vontade de DEUS, para que nenhum de Seus pequeninos se perca.

Para que nossas ações sejam de um verdadeiro discípulo, Manning (2014) exorta-nos afirmando que, quando as nossas crenças dogmáticas e os nossos princípios morais não se transformam em discipulado, a santidade é uma ilusão. E o mundo não tem tempo para ilusão.

Bem interessante as palavras de MANNING (2014. P. 34), quando afirma:

A piedade cristã popularizou o DEUS apaixonado do Gólgota. A arte cristã transformou a atrocidade indescritível do Calvário em joia majestosa. A adoração cristã sentimentalizou o escândalo monstruoso em encenação sagrada. A religião organizada domesticou o Senhor da glória crucificado, transformando-o em um símbolo subjugado. Considerada relíquia da Igreja, a cruz não perturba a nossa religiosidade confortável. No entanto, quando o Cristo crucificado e ressurreto, invés de permanecer ícone, adquire vida e liberta-nos para o fogo que veio atear, ele produz mais devastação que todo o conjunto de hereges, humanistas seculares e pregadores em causa própria.

Sendo assim, Jesus ordena nada menos do que colocar o nosso ego e os nossos desejos na cruz. Gálatas 5:24, o Apóstolo Paulo afirma: "Aqueles que pertencem a Cristo Jesus crucificaram as paixões e os desejos de sua natureza humana".

Hoje, muitas igrejas tentam eliminar o risco e o perigo desse chamado. Para amortecer o risco e eliminar o perigo do discipulado, elaboram uma lista de regras morais que nos dão segurança em vez de insegurança santa. A Palavra da cruz - o Poder e a Sabedoria de Jesus crucificado - manifesta-se por sua ausência. Esse é o foco da cruz, mudar pessoas, afastando-nos dos valores deste mundo.

Cabe salientar que Jesus não morreu nas mãos de desordeiros, estupradores ou assaltantes. Ele caiu nas mãos bem lavadas de sacerdotes e advogados, estadistas e professores, os membros mais respeitados da sociedade. João 19:17-18, nos confirma: "Carregando a própria cruz, Jesus foi ao local chamado Lugar da Caveira (em aramaico, Gólgota). Ali eles o pregaram na cruz. Outros dois foram crucificados com Jesus, um de cada lado e ele no meio".

Por outro lado, quando o Jesus crucificado não é proclamado nem vivido em amor, a Igreja torna-se uma sociedade entediada e entediante. Não há poder, não há desafio, não há fogo. Não há mudança. Tornamos monótono o que deveria ser extraordinário. O cristão deve ser e transparecer sua paixão por Cristo e Sua cruz.

Não foi a toa que Jesus proclama para que sejamos sal e luz. Vejamos Mateus 5:13-16:

13. “Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o sabor, para que servirá? É possível torná-lo salgado outra vez? Será jogado fora e pisado pelos que passam, pois já não serve para nada. 14. “Vocês são a luz do mundo. É impossível esconder uma cidade construída no alto de um monte. 15. Não faz sentido acender uma lâmpada e depois colocá-la sob um cesto. Pelo contrário, ela é colocada num pedestal, de onde ilumina todos que estão na casa. 16. Da mesma forma, suas boas obras devem brilhar, para que todos as vejam e louvem seu Pai, que está no céu".

É sob a cruz que o homem atinge sua hombridade, não se pode compartilhar a glória do Senhor ressurreto a não ser no discipulado da cruz, afirma Jesus Means Freedom[2]. Sendo assim, essa é a questão que cada um de nós precisa fazer a si mesmo. Quem é Jesus? O que o discipulado envolve hoje? Pois o resto, não passa de delírio.

Salutar é o que o Apóstolo Paulo escreve em I Coríntios 1:18-24:

18. A mensagem da cruz é loucura para os que se encaminham para a destruição, mas para nós que estamos sendo salvos ela é o poder de Deus. 19. Como dizem as Escrituras: “Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes”. 20. Diante disso, onde ficam os sábios, os eruditos e os argumentadores desta era? Deus fez a sabedoria deste mundo parecer loucura. 21. Visto que Deus, em sua sabedoria, providenciou que o mundo não o conhecesse por meio de sabedoria humana, usou a loucura de nossa pregação para salvar os que creem. 22. Pois os judeus pedem sinais, e os gentios buscam sabedoria. 23. Assim, quando pregamos que o Cristo foi crucificado, os judeus se ofendem, e os gentios dizem que é tolice. 24. Mas, para os que foram chamados para a salvação, tanto judeus como gentios, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.

Quando Jesus adentra em nossa vida com Sua escandalosa cruz na forma de angustia mental, sofrimentos físicos e feridas do espírito que não cicatrizam, oramos por coragem para permanecer firmes contra o realismo insidioso do mundo, contra a carne e contra o Diabo.

Um belo plano empreendedor. Se, de fato, a nossa vida fosse uma imitação da vida de Cristo, o nosso testemunho seria irresistível. Se ousássemos viver sem nos preocupar com os interesses próprios; se nos recusássemos a ser vulneráveis; se adotássemos de uma atitude de compaixão perante o mundo; se fossemos uma contracultura ao desejo louco do nosso país pelo orgulho da posição que ocupamos, do poder e dos bens materiais; se preferíssemos ser fiéis a ser bem-sucedidos, as paredes da indiferença a Jesus Cristo desmoronariam. Muitas pessoas seriam desprezadas pela sociedade; mas centenas, milhares, milhões de servos como aqueles conquistariam o mundo. Cristãos cheios da autenticidade, do compromisso e da generosidade de Jesus seriam o sinal mais espetacular na história da raça humana. O chamado de Jesus é revolucionário. Se nós o puséssemos em prática, mudaríamos o mundo em questões de meses, afirma Branning (2014).

Sendo assim, o homem só é considerado amante da cruz se isso o capacitar a ajustar as contas com os poderes e as seduções do mundo, afirmou Ernst Käsemann[3].

Ao longo de toda Sua paixão, Jesus não condenou ninguém. Ao longo de Sua vida, Suas palavras não foram proferidas para culpar e envergonhar, acusar e condenar, subornar e rotular. O crucificado olha diretamente para mim. Seus olhos estão cheios de sangue, lágrimas e dor, e Ele mal consegue me ver. De repente, partindo de Seu coração ferido, Ele sussurra o meu nome. Não se trata de um nome determinado. Simplesmente diz "Pedra Branca, conforme Apocalipse 2:17: "“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vitorioso, darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra branca, e nela estará gravado um nome novo, que ninguém conhece, a não ser aquele que o recebe.”.

Diante de tal fato, Paulo nos escreve: "Sem dúvida, vocês são uma carta de Cristo, que mostra os resultados de nosso trabalho em seu meio, escrita não com pena e tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, e gravada não em tábuas de pedra, mas em corações humanos". (II Coríntios 3:3).

O poder da cruz foi transmitido ao homem pelo próprio Jesus, dando-lhe vida eterna, conhecimento de DEUS e o conhecimento do próprio Jesus, vejamos João 17:13,:

1. Depois de dizer todas essas coisas, Jesus olhou para o céu e orou: “Pai, chegou a hora. Glorifica teu Filho, para que ele te glorifique, 2. pois tu lhe deste autoridade sobre toda a humanidade. Ele concede vida eterna a cada um daqueles que lhe deste. 3. E a vida eterna é isto: conhecer a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste ao mundo.

O está consumado, ainda sussurra em nosso meio, quando observado e escrito pelo Apóstolo João 19:30: (...“Está consumado”. Então, inclinou a cabeça e entregou o espírito.).

A Mensagem da cruz deve trazer para cada um que se diz cristão a possibilidade da crucificação com o próprio Senhor. I João 5:18-20, nos apresenta três características dessa mensagem, sendo:

18. Sabemos que os nascidos de Deus não vivem no pecado, pois o Filho de Deus os protege e o maligno não os toca.

19. Sabemos que somos filhos de Deus e que o mundo inteiro está sob o controle do maligno.

20. E sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para que conheçamos ao Deus verdadeiro. Agora, vivemos em comunhão com o Deus verdadeiro, porque vivemos em comunhão com seu Filho, Jesus Cristo. Ele é o Deus verdadeiro e é a vida eterna.

 
O poder da Cruz é o poder de transformação, que nos dá a possibilidade de caminhamos em Vida Plena sob sua sombra.

 

 

 

REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 24 nov. 2020.

MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus: o chamado a uma vida marcada por paixão santa e fé inabalável. Traduzido por Maria Emília de Oliveira. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2014.



[1] Pastor, Discípulo de Cristo - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - redes sociais: @prrobinsonlaraujo - 24/11/20

[2] É um livro que afirma com rigor a liberdade da pessoa cristã e, com o mesmo rigor, refuta aqueles que restringem ou negam essa liberdade em nome da ortodoxia cristã. O autor - Ernst Käsemann - cujas percepções foram moldadas pelas agonias de servir como pastor durante os anos de Hitler na Alemanha,

[3] Ernst Käsemann foi um teólogo luterano alemão e professor do Novo Testamento em Mainz, Göttingen e Tübingen

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