quarta-feira, 27 de novembro de 2019

PÓS-MODERNIDADE, SEXUALIDADE, CULTURA, IDEOLOGIA DE GÊNERO E A IGREJA



Robinson L Araujo[1]


Antes de discorrer sobre o assunto que é muito presente em dias atuais,  principalmente na igreja, é necessário citar as palavras do Apóstolo São Paulo, na carta aos Romanos, em seu capítulo 12, verso 2, que afirma:
Não se ajustem demais à sua cultura, a ponto de não poderem pensar mais. Em vez disso, concentrem a atenção em DEUS. Vocês serão mudados de dentro para fora. Descubram o que Ele quer de vocês e tratem de atendê-Lo. Diferentemente da cultura dominante, que sempre o arrasta para baixo, ao nível da imaturidade, DEUS extrai o melhor de vocês e desenvolve em vocês uma verdadeira maturidade. (A Mensagem).

A recém igreja criada em Roma, em um império em expansão e conquistas advindas das guerras, acabava por trazer para dentro de si outras culturas e tipos de orgias vividas por povos conquistados. Sendo assim, o apóstolo pede para que aquelas pessoas não se ajustassem ou, simplesmente, não "conformassem com a cultura".

Conformar-se é a ação de, sentindo-se já confortável e acostumado com a situação presente, não desejar uma melhoria, não obstante a consciência da existência de algo melhor. O conformismo é marcado pela apatia e, em consequência, pela falta de atitude perante o quadro vivido.

Também, não se pode afirmar que ter atitude é envolver-se em acusações que geram desprezo, discórdia, segregação, exclusão, racismo, preconceitos, dentre outros.
Quando se recorre ao significado de cultura[2], encontra-se:
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro. Cada país tem a sua própria cultura, que é influenciada por vários fatores. A cultura brasileira é marcada pela boa disposição e alegria, e isso se reflete também na música, no caso do samba, que também faz parte da cultura brasileira.

Jesus Cristo, antes mesmo das palavras do apóstolo dirigida aos Romanos, pede para Seu Pai - DEUS:
Eu dei a eles Tua Palavra. O mundo mau os odiou por causa disso. Porque eles não adotaram o estilo de vida do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são mais orientados pelo mundo, assim como Eu também não Sou. (João 17:14-16 - A Mensagem).

A igreja, têm vivido ataques de todos os tipos, pela não conformação com um tipo de "cultura" que tenta a passos largos e rápidos, levar as pessoas a um tipo de domínio que elas mesmas não conseguem pensar a respeito, tamanha ofensividade por parte de seus mentores. Também, não se pode tirar a culpa a partir do momento que a igreja passa a ser oposição a Mensagem do próprio Cristo quando afirmou: "Vocês estão cansados, enfastiados de religião? Venham a Mim! Andem comigo e irão recuperar a vida. Vou ensiná-los a ter descanso verdadeiro. Caminhem e trabalhem comigo!". (Mateus 11:28 - A Mensagem).

De fato, tem-se vivido em uma sociedade cada vez mais crítica e liberal, a qual é inserida pela Pós-Modernidade e um Pós-Modernismo. A essa diferença, Fredric Jameson, crítico literário norte-americano e um dos principais autores a analisar a pós-modernidade, defende que, embora semelhantes em alguns aspectos, os dois conceitos são distintos.
A pós-modernidade seria uma estrutura, ou seja, o modo como a atual sociedade está configurada. Este período pode ser chamado de "capitalismo tardio" ou "terceiro momento do capitalismo". Em suma, representa o período em que a globalização se consolida, assim como as mudanças nas áreas tecnológicas, comunicacionais, científicas, econômicas, etc.
Por outro lado, o pós-modernismo deve ser interpretado como um estilo artístico-cultural, que nasceu essencialmente a partir da arquitetura e se espalhou para as artes e literatura, como: Ausência de regras e valores; individualismo; pluralidade; choque e mistura entre real e imaginário (hiper-real); liberdade de expressão, etc.

Importante se frisar que dentre várias características que a Pós-Modernidade apresenta a que se deve destacar é a da "Banalização e Ausência de Valores". Valores esses, sufocados pela Teoria Queer Studies, sendo:
Essa Teoria é, então, uma linha de pensamento filosófico e sociológico surgida da aliança entre feministas e movimento LGBTQ. É uma teoria que ainda está em construção e que foi altamente influenciada pelo existencialismo de Beauvoir, pelo marxismo, pela psicanálise, pelos estudos pós-coloniais, e por Foucault. Postula contra a classificação e padronização das identidades, contra o assimilacionismo cultural, contra a cisnormatividade e heteronormatividade, contra o patriarcado, contra o (pink) capitalismo e contra o sistema binário de gênero/sexualidade. Não é, como alguns pensam, uma política identitária; é uma teoria crítica e pós-identitária orientada pela política das diferenças (e não da diversidade) e da subversão.

Sendo assim, Queer é tudo que o discurso da sociedade transforma em anormal, em estranho, em abjeto, em subalterno (Miskolci, 2012). São os gays afeminados, as lésbicas masculinizadas, as pessoas trans e travestis, as pessoas intersexo, e todos que estão na margem social.

Uma teoria aclamada por Hayashi, empresário de Pabllo Vittar, em entrevista, acabou por afirmar: "....Então, a mensagem que queremos passar para eles é: "podemos ser o que quisermos", diz"[3]. Palavras afirmadas quando do anuncio de uma Turner por Pabllo no ano de 2018, pelo Brasil.

Mas, não é de hoje que a referida teoria tenta se implantar na sociedade, levando a segregação de princípios e valores familiares, regados a drogas e orgias de afronta aos princípios que regem a Palavra de DEUS.

Adentra os lares pelos canais de comunicação, como a televisão, onde os desenhos já afirmavam que, a criança em formação, pode ser o que ela quiser ser. Outros em que os personagem não possuem sexo definido, a homossexualidade comungada nas novelas e aos poucos, minando a mente de uma juventude em crescimento. E ainda mais, disseminada na própria educação.

De forma alguma, afirmar-se que a homossexualidade é doença ou outro fator de menosprezo para com aqueles que assim o são. Também não se pode deixar de registrar que a biologia é certa, existindo o macho e a fêmea, sendo que, em alguns casos, o hermafrodita.

Com isso, na página da INFOESCOLA[4], pode-se encontrar uma definição sobre sexualidade, sendo:
O termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo.
A noção de sexualidade como busca de prazer, descoberta das sensações proporcionadas pelo contato ou toque, atração por outras pessoas (de sexo oposto e/ou mesmo sexo) com intuito de obter prazer pela satisfação dos desejos do corpo, entre outras características, é diretamente ligada e dependente de fatores genéticos e principalmente culturais. O contexto influi diretamente na sexualidade de cada um.

Já Silva (2013), afirma que a sexualidade juvenil é uma questão que necessita de discussão acerca do contexto social em que jovens das diversas classes sociais estão inseridos, através de fatos, valores morais e éticos, práticas culturais, visões de mundo locais e globais, grupos de pertença e construção de personalidades que possam vir a identificar o "homem" e a "mulher" em torno da garantia de sua própria vida sexual, que é diversa, qual seja: hetero, homo, bi ou transexual.

Ainda em seu artigo denominado "Diversidade sexual e de gênero: a construção do sujeito social", Ariana Kelly Lendra Silva da Silva, acaba por afirmar que a sexualidade é, sem dúvida, uma construção. Construção de valores "modernos", de condutas éticas, de um processo contínuo da percepção de quem somos em condições históricas, culturais e de inter-relações humanas específicas, portanto, contextualizadas localmente (como diria Geertz, 2000), sendo que o simbolismo da vida sexual – e humana – está coadunado com a conformação familiar, escolar, pessoal, pública, privada, de abstração da realidade e da concretização de atitudes de combate à discriminação, como atua o Movimento LGBT Brasileiro que luta pelo direito à livre expressão e por Direitos Humanos, assim como da idéia do que vem a ser sexo (prática sexual), o sexo do corpo (gênero e fisiologia), a identidade de gênero (quem eu sou na sociedade), a orientação sexual (condição biossocial), e também, o significado cultural e político de visibilidade dessa construção de sujeitos históricos, logo, sujeitos políticos e comprometidos com a dinâmica social, que deve ser exercitada também, na Escola (assim como em toda a construção da vida cotidiana), que levante a bandeira contra toda forma de dominação ideológica e hegemônica de poder, como diria Michel Foucault (1993) em "História da Sexualidade I: A Vontade de Saber":
Dizendo poder, não quero significar 'o poder', como um conjunto de instituições e aparelhos garantidores da sujeição dos cidadãos em um estado determinado. Também não entendo poder como um modo de sujeição que, por oposição à violência, tenha a forma de regra. Enfim, não o entendo como um sistema geral de dominação exercida por um elemento ou grupo sobre o outro e cujos efeitos, por derivações sucessivas, atravessem o corpo social inteiro. A análise em termos de poder não deve postular, como dados iniciais, a soberania do Estado, a forma da lei ou a unidade global de uma dominação; estas são apenas e, antes de mais nada, suas formas terminais. Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro, como a multiplicidade de correlações de forças imanentes ao domínio onde se exercem as constitutivas de sua organização; o jogo que, através de lutas e afrontamentos incessantes as transforma, reforça, inverte; os apoios que tais correlações de força encontram umas nas outras, formando cadeias ou sistemas ou ao contrário, as defasagens e contradições que as isolam entre si; enfim, as estratégias em que se originam e cujo esboço geral ou cristalização institucional toma corpo nos aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias sociais (1993, p. 88-89).

Desse modo, a construção da sexualidade é diária. Constante. Contra todas as formas de poder, de discriminação, de preconceitos, de (i) legitimidade sexual e de imposições culturais, que devem ser analisadas na Escola (e na sociedade) de maneira clara, objetiva, madura, rotineira, sem medos ou valores tradicionais para que possamos por em prática todo o conteúdo teórico que adotamos como significante da vida social e, assim, ter alunos e alunas, cidadãos e cidadãs, realmente livres de toda forma de discriminação.

A liberdade em ser, não pode estar relacionada em libertinagem. O respeito e direito de todos, como no dito popular que proclama: “o seu direito acaba onde começa o dos outros”, que envolve bom senso, ética e valores morais e, também, direitos e deveres assegurados em Lei.

Passa-se a ouvir sobre a ideologia de gênero. Essa questão remete a um movimento promovido, no início do século XIX, por uma pessoa de nome Lewis Henry Morgan. Ele dedicou seus estudos a estabelecer três itens no incipiente movimento chamado, então, de “sociedade primitiva”. A intenção de Morgan era demonstrar que o Estado, a ideologia de gênero, a crise da identidade sexual e religião tinham causado grandes problemas na configuração da família. O processo de Morgan se estendeu pelos meios universitários durante os séculos XIX e XX. Sendo seus maiores expoentes e ideólogos Marx e Engels.

A primeira definição do termo ideologia de gênero é, então, movimento que pretende desconstruir a família e os vínculos existentes dentro dela. Seja qual for a sua visão íntima sobre o assunto, é interessante que se possa manter uma relação de compreensão e aceitação de sua própria sexualidade.

O segundo passo, no estabelecimento de tal ideologia, foi dado, em 1968, quando Robert Stoller defendeu a necessidade de fortalecer o conceito e a definição do termo “gênero”, em detrimento da definição do termo “sexo”. Segundo Stoller, utilizar o termo sexo masculino e feminino constituía uma séria problemática para a identidade sexual do indivíduo.

A filósofa Arlene Bacarji, por exemplo, define ideologia de gênero como:
“Uma “ideologia” que atende a interesses políticos e sexuais de determinados grupos, que ensina, nas escolas, para crianças, adolescentes e adultos, que o gênero (o sexo da pessoa) é algo construído pela sociedade e pela cultura, as quais eles acusam de patriarcal, machista e preconceituosa. Ou seja, ninguém nasce homem ou mulher, mas pode escolher o que quer ser. Pois comportamentos e definições do ser homem ou mulher não são coisas dadas pela natureza e pela biologia, mas pela cultura e pela sociedade, segundo a ideologia de gênero.”

Ela ainda afirma que “temos de entender que existem os aspectos biológicos que não podem ser negados, eles são reais e dados. Loucura são as vezes que escapamos da realidade para fazer de nossas fantasias, alucinações e delírios uma realidade”.Por “fantasias, alucinações e delírios”, a filósofa se refere à ideia defendida por movimentos feministas de que a biologia tem pouca relação com a questão de gênero. Bacarji discorda de que os papéis atribuídos a homens e mulheres são construídos a partir de relações de opressão, resultado de uma cultura machista. Ela ainda questiona “será que um homem pode exercer o papel de mãe? Será que uma mulher pode ter a mesma força física de um homem de forma natural, sem nenhum recurso externo como hormônios masculinos?”.

Bacarji adiciona que “hoje, vivemos a loucura, em que as pessoas fazem de seus delírios uma realidade e ainda querem impô-las aos outros por meio de leis” e demonstra preocupação de que “as crianças e os adolescentes poderão, ingenuamente, crer nisso”.
O maior desafio é que toda essa "diversidade" tem adentrado as congregações e templos onde a igreja se reúne. Onde os jovens cantam músicas cristãs e de Pabllo Vittar, expressam seus sentimentos "homossexuais" e a acusação é que são "pecadores desprezados por DEUS". Também, não se deve moldar as coisas do mundo para dentro da igreja, com a finalidade de atrair pessoas.

Não existe um pecadinho ou um pecadão! A Palavra nos assevera em Romanos 3:23-24: "Pois todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de DEUS,
mas Ele, em sua graça, nos declara justos por meio de Cristo Jesus, que nos resgatou do castigo por nossos pecados". Só por intermédio da Cruz, haverá transformação de natureza.

A natureza humana, em virtude de sua queda, é uma natureza perdida e deturpada. Por vezes se quer satisfazer os desejos da carne e da alma. O próprio apóstolo Paulo afirmava que o bem que ele queria, não conseguia fazer, mas, o mal que ele não queria isso ele fazia. Romanos 7:14-21:
14b. O problema está em mim, pois sou humano, escravo do pecado.
15. Não entendo a mim mesmo, pois quero fazer o que é certo, mas não o faço. Em vez disso, faço aquilo que odeio.
16. Mas, se eu sei que o que faço é errado, isso mostra que concordo que a lei é boa.
17. Portanto, não sou eu quem faz o que é errado, mas o pecado que habita em mim.
18. E eu sei que em mim, isto é, em minha natureza humana, não há nada de bom, pois quero fazer o que é certo, mas não consigo.
19. Quero fazer o bem, mas não o faço. Não quero fazer o que é errado, mas, ainda assim, o faço.
20. Então, se faço o que não quero, na verdade não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.
21. Assim, descobri esta lei em minha vida: quando quero fazer o que é certo, percebo que o mal está presente em mim.

É possível que se viva conflitos. Muitos daqueles que estão dentro das igrejas, pedem oração para que DEUS os liberte do vício, do desejo de se prostituir com outra mulher e o pedido é aceito, passando-se a orar por quem pediu, para que não caia na tentação. Tentação essa, devido à natureza caída.

Agora, imagine você se uma pessoa se levantar em uma reunião e pedir oração para que se liberte de seus desejos homossexuais que o afligem. O que fariam com aquela pessoa que foi sincera como a anterior? Excluir-se-ia? Acusaria? Não deixariam que seus filhos se aproximassem dela?

O detalhe que uma geração está crescendo e aprendendo que ela "pode ser o que ela quiser" e a igreja deve estar pronta para ensinar que ela pode ser o que DEUS planejou para a vida dela.

Uma cultura tenta dominar a sociedade de forma avassaladora e determinada, promovendo o caos, erradicando os princípios a qual se crê. Pessoas podem ser o que queiram ser, mas, outras, não possuem o direito de imputar suas crenças e convicções. Há uma espécie de criação "divina" por parte da sexualidade, sendo assim, os confrontos e desejos de imposição.

Dulci (2019) faz o seguinte questionamento: Diante dessa situação, fica a pergunta: qual é a melhor abordagem cristã para lidar com essas questões? Não podemos permanecer superficiais aqui. Minha maior preocupação, abstraindo de questões teóricas e pensando nas pessoas, é responder: como podemos honestamente oferecer aconselhamento e ajuda cristã a quem sofre com questões de gênero, sexo e sexualidade? Que alternativa estamos apresentando aos adolescentes que cresceram vendo e ouvindo Pabllo Vittar? Como a grande tradição teológica e filosófica reformada pode esclarecer essas questões?

A igreja precisa voltar ao primeiro amor! Amar a DEUS sobre todas as coisas e ao seu próximo como a ti mesmo, palavras do Mestre Jesus Cristo em Mateus 22:27-29. Só poderá haver transformação se houver acolhimento e ensino.

João 8:32 afirma: "Então, irão experimentar a verdade, e a verdade vai libertá-los". E qual é a verdade num mundo de inverdades? Num mundo onde a verdade é relativa? É a única verdade imutável e absoluta: "O Sangue de Jesus, o Filho de DEUS, nos purifica de todo o nosso pecado". (I João 1:7b - A Mensagem).

A igreja precisa: amar, inserir e amar!

Existe um desafio muito grande que é lutar com o dominador deste mundo, o deus deste século (II Coríntios 4:4). Não é uma luta fácil, mas faz-se necessário não se conformar com a cultura dominante.

Em uma conversa com o amigo teólogo e professor de filosofia Wilson Marques Dias sobre o referido artigo, ele acrescentou: "A cultura dominante de fato é avassaladora, e não só a Igreja, mas a Família e a Escola sofrem severos ataques desse pós-modernismo que pregam a inversão de valores, onde as pessoas podem ser o que quiserem como um ato de rebeldia àquilo que é natural. De fato, a pessoa pode ser o que quiser sim, mas sem deixar de ser o que são. Sem deixar de se perguntar o tempo todo: "o que DEUS quer de mim?" ou ainda "o que DEUS espera de mim?" A sexualidade pode estar em constante construção, mas sem aniquilar a pessoa humana, a construção de valores não pode negar a subjetividade".

E ainda finalizou: "Tanto a escola, a família, como a Igreja, são as Instituições Sociais responsáveis por lutar e combater toda forma de dominação ideológica que afasta as pessoas de sua essência. Os aspectos biológicos não podem ser negados, devem estar acima dos ideológicos".


Que DEUS capacite-nos a andarmos e vivermos em Vida Plena!



REFERÊNCIAS:

DULCI, Pedro. Identidade e Sexualidade: Reformando Nossa Visão de Conceitos Fundamentais. Brasília/DF: Editora Monergismo, 2019.

FAVERO, Cíntia. O QUE É SEXUALIDADE. Disponível em: <https://www.infoescola.com/sexualidade/o-que-e-sexualidade/>. Acessado em: 21 de nov. de 2019.

Foucault, M. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1993.
Ideologia de Gênero e a Desconstrução da Família. Disponível em: <https://formacao.cancaonova.com/atualidade/ideologiadegenero/ideologia-de-genero-e-a-desconstrucao-da-familia/. Acessado em: 23 de nov de 2019.

MORAES, Pâmela. O QUE É IDEOLOGIA DE GÊNERO (E POR QUE FALAM TANTO DELA)?. Disponível em: < https://www.politize.com.br/ideologia-de-genero-questao-de-genero/>. Acessado em 23 de nov de 2019.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.

SIGNIFICADO DA PÓS-MODERNIDADE. Disponível em: <https://www.significados. com.br/pos-modernidade/>. Acessado em: 22 de nov de 2019.

SILVA, Ariana Kelly Lendra Silva da.  Diversidade sexual e de gênero: a construção do sujeito social. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912013000100003>. Acessado em: 22 de nov de 2019.

TEORIA QUEER. Disponível em: https://medium.com/@lucas.germano/o-que-%C3%A9-a-teoria-queer-5c084c0b6cfd>. Acessado em: 21 de nov. de 2019.



[1] Pastor - e-mail: robinson.luis@bol.com.br
[2] Disponível em: < https://www.significados.com.br/cultura/>. Acessado em 22 de nov de 2019.
[3] Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-42513721>. Acessado em: 21 de nov de 2019.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

OS CANSADOS DO RIBEIRO DE BESOR!



Robinson L Araujo[1]


O referido ribeiro é mencionado em I Samuel, no seu capítulo 30 e muitas vezes, nas leituras, acaba passando despercebido. O fato que o ribeiro existe e algo de muito importante aconteceu ali que, em dias atuais, acaba por acontecer também. O que se precisa é evitar o julgamento.

Por um "erro" de Davi, ele convoca seu exército para acompanhar os filisteus na batalha contra Saul e o povo de Israel. Porém, acaba sendo repreendido pelos comandantes do Rei Aquis, veja:
3. Então os comandantes filisteus perguntaram: “O que estes hebreus fazem aqui?”. Aquis respondeu: “Este é Davi, servo do rei Saul, de Israel. Já faz tempo que está comigo e, desde o dia em que chegou até hoje, não encontrei nele nenhuma falta”.
4. Mas os comandantes filisteus se iraram. “Mande-o de volta para a cidade que o senhor deu para ele!”, exigiram. “Não pode ir à guerra conosco. E se ele se voltar contra nós na batalha e se tornar nosso adversário? Existe maneira melhor de ele se reconciliar com seu senhor do que entregando-lhe nossa cabeça? (I Samuel 29:3-4).

Após uma conversa do Rei Aquis com Davi, ele volta para sua casa com seus homens e acaba por encontrar uma situação um quanto desastrosa:
1. Três dias depois, quando Davi e seus homens chegaram à cidade de Ziclague, viram que os amalequitas haviam invadido o Neguebe e atacado Ziclague; tinham destruído e queimado a cidade.
2. Não mataram ninguém, mas tomaram como prisioneiros as mulheres, as crianças e os demais e foram embora. (I Samuel 30:1-2).

Não se poderá julgar a ação de Davi em querer lutar contra seu próprio povo. Mas, o que se vê aqui, é que, por muitas vezes, deixa-se de pedir orientação a DEUS para que Ele guie os planos e desejos do coração, passando a confiar em si mesmo (a). Quando se passa a confiar nas próprias forças e vontades, acaba-se frustrado como Davi e seu exército, tendo que voltar para casa, onde a energia é gasta e o cansaço repousa sobre o corpo, a mente e a alma e, por muitas vezes, no próprio espírito.

A solução é fazer certo aquilo que Davi fez de errado. Ele não orou! Faça o contrário, seja rápido em orar. Pare de conversar consigo mesmo, converse com Jesus Cristo, procure um bom conselho e não desista, afirma Lucado (2017).

Ao chegarem a Ziclague, local de moradia, encontram um cenário nada animador, como descrito. A cidade está destruída! "Quando Davi e seus homens viram a cidade queimada e se deram conta do que havia acontecido com suas mulheres, seus filhos e suas filhas, lamentaram e choraram em alta voz até não aguentar mais". (I Samuel 30:3-4).

O comandante fez a escolha errada, em virtude da falta de oração e busca da direção de DEUS sobre a vida dele e dos que com ele estavam. Seus guerreiros voltam-se contra ele: "Davi ficou muito aflito, pois os homens estavam amargurados por terem perdido seus filhos e suas filhas e começaram a falar em apedrejá-lo". (Verso 6a).

Talvez Davi, estivesse vivendo seu pior momento em sua vida, aqueles homens que o haviam escolhido como líder, se voltam contra ele em virtude de uma escolha errada pois, se não tivessem saído na batalha, nada daquilo poderia ter acontecido, resmungam eles...
Davi toma a decisão correta em sua vida, no verso seis, no final, ele encontra forças no Senhor, seu DEUS. Ele busca a direção de DEUS, Ele deixa a sua força e deposita em DEUS, tanto para saber o que fazer, como para se animar e encontrar forças para encarar a própria morte, até por achar que morreria apedrejado pelo seu exército.

Como é essencial aprender a fazer o mesmo! Sistemas de apoio nem sempre apóiam. Amigos nem sempre são amigos. Pastores podem se desviar do essencial e as igrejas perdem o contato. Quando ninguém pode ajudar, tem-se que fazer o que Davi fez. Ele se VOLTA para o Senhor!

No verso 8, Davi pergunta: "Davi perguntou ao Senhor: “Devo perseguir esse bando de saqueadores? Conseguirei apanhá-los?”. E o Senhor lhe respondeu: “Sim, vá atrás deles. Certamente conseguirá recuperar tudo que foi tomado de vocês”.

Imediatamente, convictos da resposta de DEUS sobre eles, dando uma direção certa e definida, se levantam e parte: "Davi e os seiscentos homens partiram e chegaram ao ribeiro de Besor, onde ficaram alguns deles. (verso 9).

Aqui é onde se é preciso chegar! É no ribeiro de Besor que algo bastante "estranho" acontece. Dos seiscentos homens que partem com Davi, duzentos assumem que estão cansados e não podem prosseguir a busca de seus familiares, veja: "Duzentos dos homens estavam exaustos demais para atravessar o ribeiro, e Davi continuou a perseguição com quatrocentos homens". (verso 9).

Quem é que não cansa a exaustão diante de uma jornada? Pessoas ficam cansadas em dias atuais ao viajarem de carro, ônibus, avião... Eles, diferente de hoje, viajam a pé ou em lombos de camelos. A fadiga física e psicológica pelo que encontraram: cidade saqueada e queimada e os familiares sequestrados! É pra deixar qualquer um para baixo.

Muito importante o que Lucado (2017, p. 76) acaba por exortar:
Até que ponto uma pessoa precisa ficar cansada para abandonar a busca de sua própria família?
A igreja tem seu quórum de tais pessoas. Pessoas boas. Pessoas tementes a DEUS. Há apenas horas ou anos, elas marchavam com muita determinação. Mas agora, a fadiga as consome. Elas estão exaustas. Tão esgotadas e cansadas que não conseguem reunir forças para salvar os do mesmo sangue. A idade avançada roubou-lhes o ar. Ou talvez tenha sido uma série de derrotas de tirar o fôlego. O divórcio pode levá-lo ao ribeiro, o vício também. Seja qual for a razão, a igreja tem uma cota de pessoas que simplesmente se sentam e descansam.
E a igreja precisa decidir. O que vamos fazer com as pessoas que estão n ribeiro de Besor? Devemos repreendê-las? Devemos humilhá-las? Devemos dar-lhes um descanso mas contar os minutos? Ou fazemos o que Davi fez, deixou que ficassem.

Davi e seus outros quatrocentos guerreiros foram e venceram o inimigo. Uns foram mortos, outros simplesmente fugiram. Os despojos são recuperados. As mulheres e crianças foram libertas e conduzidas para seus maridos, pais, familiares... Existe um problema: crianças não encontram seus pais, mulheres não encontram seus esposos. Motivo? Ficaram descansando no ribeiro de Besor. Que decepção! Que angústia! Talvez, surgiu aquela voz dizendo: "covardes"!

Realmente, existem pessoas que julgam as outras por não terem o mesmo "pique" que elas e, acabam achando que aquelas que ficaram, não possuem direito algum, que toda honra e glórias deve ser direcionada a ela pois, quem lutou foi ela.

Aqueles quatrocentos não agiram diferentes, veja: "Contudo, entre os que tinham acompanhado Davi havia alguns homens perversos que disseram: “Como eles não foram conosco, não devem receber nada dos despojos que recuperamos. Devolvam as esposas e os filhos deles e mandem todos embora”. (verso 22).

Quando uma decisão é direcionada por DEUS, não existem falhas, ou fracassos, ou o julgamento por aqueles que se acham cansados e decidem ficar no caminho. Davi chama atenção daqueles que reclamaram, veja I Samuel 30:23-24:
23. Davi, porém, disse: “Não, meus irmãos! Não sejam egoístas com aquilo que o Senhor nos deu. Ele nos guardou e nos ajudou a derrotar o bando de saqueadores que nos atacou.
24. Quem lhes dará ouvidos quando falam desse modo? Dividiremos igualmente entre os que foram à batalha e os que guardaram a bagagem”.

O interessante que aqueles soldados que ficaram em momento algum pediram para guardar as bagagens. Eles informaram que estavam exaustos e por isso, não avançariam. Mas, Davi, cheio do amor de DEUS, adverte: os que "guardaram a bagagem" - como se fosse o trabalho deles, não estavam apenas deitados, eles estavam guardando o restante da bagagem, existia um ofício na vida deles.

Quantas pessoas poderiam fazer o mesmo. Estão cansadas demais para reclamarem de seus direitos. Enquanto outras declaram vitória, os cansados ficam sentados em silêncio. Davi honrou os soldados cansados no ribeiro de Besor!

Quantos hoje não estão sentados junto ao ribeiro de Besor? Se você se acha na lista dos que estão sentados, aqui está o que você precisa saber: não há problema algum em descansar. Jesus é o seu Davi. Ele tem dado um ofício para você. Não pode ir por estar cansado? Onde você estiver, podes orar, contribuir, incentivar...

O Senhor não fica "zangado" ou "furioso" com você. Ele age diferente. Ele luta quando você não pode lutar. Ele vai onde você não pode ir. Ele não fica nervoso se você ficar cansado. O convite dEle é: " Jesus lhes disse: “Vamos sozinhos até um lugar tranquilo para descansar um pouco”, pois tanta gente ia e vinha que eles não tinham tempo nem para comer. (Marcos 6:31).

Sendo assim, o forte não critique o que ficou. O que está cansado não fale daquele que vai. O que se deve acreditar é que o ribeiro de Besor é um lugar para todos aqueles que se achegarem até ele. O ribeiro de Besor pode ser comparado como os braços do Pai, onde há renovo e vida.

Que DEUS nos leve a caminhar em Vida Plena!



BIBLIOGRAFIA
LUCADO, Max. DERRUBANDO GOLIAS. Rio de Janeiro: Thomaz Nelson Brasil, 2017.

Bíblia NOVA TRADUÇÃO TRANSFORMADORA. Disponível em: <https:\\www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em 15 nov. 2019.





[1] Pastor - e-mail: robinson.luis@bol.com.br

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A INTELIGÊNCIA E BELEZA DE ABIGAIL, COMPARADOS AO AMOR DE JESUS CRISTO.



Robinson L Araujo[1]


INTRODUÇÃO

Quando se adentra ao livro de I Samuel, mais precisamente no capítulo 25, é possível encontrar o registro da história que envolve a tríade: o casal (Nabal e Abigail) e um homem com sua tropa (Davi). Dentro do ocorrido, é possível observar no oculto, o que um Homem faria por amor para com a humanidade após mil anos do fato ocorrido no deserto de Maom.


1. O CONTEXTO

Para que se possa estar inserido no contexto, vejamos o que os versos 2 e 3  afirma:
2. Havia um homem rico em Maom, que tinha propriedades perto da região do Carmelo. Possuía três mil ovelhas e mil cabras, e era época da tosquia das ovelhas.
3. O homem se chamava Nabal; sua esposa, Abigail, era uma mulher inteligente e bonita. Mas Nabal, descendente de Calebe, era um homem rude e perverso em tudo que fazia.

Começa-se a descrição de Abigail, esposa de Nabal, uma mulher inteligente e bonita. Uma mulher que consegue chamar a atenção de um exército, principalmente de seu comandante que no momento, está furioso, espumando vingança, em virtude da dureza do coração de um homem tolo.

Davi estava com seu exército no deserto de Maom, próximo a propriedade de Nabal. Sendo assim, indiretamente acabava cuidando dos pastores e rebanho do mesmo, fato narrado pelos servos de Nabal nos versos 15 e 16. Veja:
15. Os homens de Davi foram muito bons conosco e nunca nos fizeram mal. Nada foi roubado de nós durante o tempo em que estiveram conosco no campo.
16. Na verdade, dia e noite eles foram como um muro de proteção para nós e para as ovelhas.

Como indiretamente Davi e seu exército faziam a segurança dos funcionários e animais de Nabal e de sua propriedade, quando da colheita e tosquia das ovelhas, o comandante sabendo do que estava acontecendo, verso 4: "Quando Davi soube que Nabal estava tosquiando as ovelhas", envia dez de seus homens e faz um pedido, descrito no verso oito: "Diante disso, pedimos que o senhor seja bondoso conosco, pois chegamos numa época de celebração. Por favor, reparta conosco e com seu amigo Davi o que puder dos seus mantimentos’”.

Como informado por Davi através de seus guerreiros que foram ao encontro de Nabal, durante toda a sua presença e de seu exército nas proximidades da propriedade do homem, nunca subtraíram nada para que pudessem consumir, explicito no verso 7: "Enquanto seus pastores estiveram entre nós perto do Carmelo, nunca lhes fizemos mal, e nada foi roubado deles".


2. NABAL

Diante do pedido de Davi, passa-se a conhecer a natureza do coração de Nabal. Um homem rude e mau, descendente de Calebe (verso 3), é um homem tão mau que ninguém consegue conversar com ele (verso 17). Um homem que não possuía relacionamentos, por não conhecer uma pessoa que não pudesse se irritar ou um relacionamento que não pudesse estragar. O problema dele era que o seu mundo girava em torno de si mesmo. Ele não devia nada a ninguém e ria da idéia de dividir coisas com quem quer que fosse (LUCADO, 2019).

É necessário que se faça uma introspecção para saber o que está enraizado no coração - dentro da alma - atrapalhando os relacionamentos, como afirma Lucado (2017, p. 60):
Egoísmo, ódio e orgulho - você não precisa ir a um campo de prisioneiros de guerra para encontrá-los. Um albergue..., a sala de reunião da diretoria de uma empresa ou o quarto de um casal... Cada um por si. Agarre o que puder e guarde tudo o que agarrar. A sobrevivência dos mais aptos.
O código contamina seu mundo? Os pronomes possessivos pessoais dominam a linguagem do seu circulo social? Minha carreia, meus sonhos, minhas coisas. Quero que a coisa seja do meu jeito no meu tempo...

Esse era Nabal, um homem que pensava somente em si mesmo e em suas coisas, "meus bens". Veja os versos 10 e 11:
10. “Quem é esse tal de Davi?”, perguntou-lhes Nabal. “Quem esse filho de Jessé pensa que é? Hoje em dia, há muitos servos que fogem de seus senhores.
11. Devo pegar meu pão, minha água e a carne dos animais que abati para meus tosquiadores e entregar a um bando que vem não se sabe de onde?” (Grifo do autor).

Por vezes, os pronomes possessivos acabam por provocar: a inveja, o ódio, a desagregação entre pessoas. Não diferente da natureza humana, quando aceitou ser enganado pelo pecado, querendo pela proposta do maior inimigo do Criador, ser igual ao Dono da vida: “DEUS sabe que, no momento em que comerem do fruto, seus olhos se abrirão e, como DEUS, conhecerão o bem e o mal.” (Gênesis 3:5). Aceitando os pronomes possessivos pessoais para sua vida e afastando a todos da comunhão com DEUS - "Pois todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus". (Romanos 3:23).

Martirizado pela ignorância de Nabal, Davi marcha para destruir a casa de Nabal. Conclama quatrocentos de seus guerreiros e partem, enfurecidos, para matar todos do sexo masculino. Um desastre! Verso 13: "Peguem suas espadas!”, disse Davi, e pôs sua espada à cintura, e seus homens fizeram a mesma coisa. Quatrocentos deles partiram com Davi, enquanto duzentos ficaram para guardar a bagagem".


3. UMA MULHER SÁBIA

Avisada pelos funcionários de seu esposo, Abigail sabe da importância do momento. Aqui figurando como ultima barreira entre sua família e a morte certa. Sabiamente se antecipa e prepara um farto banquete para Davi e seu exército, como afirma o verso 18: "Sem perder tempo, Abigail providenciou duzentos pães, duas vasilhas de couro cheias de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco cestos de grãos tostados, cem bolos de passas e duzentos bolos de figo. Colocou tudo em jumentos".

A Palavra do Senhor afirma: "A mulher sábia edifica o lar, mas a insensata o destrói com as próprias mãos". (Provérbios 14:1). A atitude dela foi de uma mulher ousada e fadada na proteção de seu lar! Os versos de 23 a 28, diz:
23. Quando Abigail viu Davi, desceu depressa do jumento e se curvou diante de Davi com o rosto em terra.
24. Caiu a seus pés e disse: “A culpa é toda minha, meu senhor! Por favor, ouça o que sua serva tem a dizer.
25. Nabal é um homem perverso; não dê atenção ao que ele disse. Ele é um insensato, como seu nome indica. Mas eu nem sequer vi os rapazes que o senhor enviou.
26. “Agora, meu senhor, tenha certeza de que, tão certo como vive o Senhor, e tão certo como a sua própria vida, foi o Senhor que o impediu de matar e se vingar com as próprias mãos!
27. Que todos os seus inimigos e os que procuram matá-lo acabem como Nabal!
Aqui está um presente que sua serva trouxe para o senhor e seus companheiros.
28. Por favor, perdoe-me se o ofendi de algum modo. Que o Senhor lhe conceda uma dinastia duradoura, pois está lutando as batalhas do Senhor. Que Ele o livre de fazer o mal durante toda a sua vida!

É possível ver que Abigail, em momento algum, defendeu Nabal, mas acaba por concordar que ele é um verdadeiro canalha. Ela não pede justiça, mas perdão, aceitando a culpa quando não merece ser culpada de nada. Lembre-se que a beleza e a delicadeza, podem vencer a barbárie!

Davi, imediatamente muda seu comportamento diante da inteligência e beleza daquela mulher que se colocou na brecha entre a fúria de um comandante e o seu lar. Arriscou a sua própria vida! Porém, a delicadeza lhe rende conforto, como explícito nos versos 32 e 33:
32. Davi respondeu a Abigail: “Louvado seja o Senhor, Deus de Israel, que hoje a enviou ao meu encontro!
33. Graças a Deus por seu bom senso! Que você seja abençoada por me impedir de matar e me vingar com minhas próprias mãos.


4.  O MEDIADOR

O amor expressado por DEUS para com o homem, não é diferente do amor de Abigail para com sua casa. Ela se colocou entre Davi e Nabal. Jesus colocou-se entre DEUS e nós. Ela acabou por se oferecer para ser castigada pelos pecados de seu esposo ignorante. Cristo morreu pelos pecados da humanidade.

Lucado (2017) acaba por trazer a semelhança de Abigail e Jesus Cristo, quando expressa que Jesus permitiu que o céu O castigasse pelos pecados da humanidade. Abigail desviou a raiva de Davi. Cristo não serviu de proteção contra a raiva de DEUS?

Jesus se tornou o Mediador entre DEUS e os homens, conforme I Timóteo 2:3-6, que afirma:
3.  Isso é bom e agrada a Deus, nosso Salvador,
4. cujo desejo é que todos sejam salvos e conheçam a verdade.
5. Pois: Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade: o homem Cristo Jesus.
6. Ele deu sua vida para comprar a liberdade de todos. Essa é a mensagem que foi entregue ao mundo no momento oportuno.

Quem é o Mediador se não aquele que se coloca no meio de algum conflito? E o que Jesus fez, não foi colocar-se entre a raiva de DEUS e o nosso castigo de morte eterna? Ele interceptou a ira do céu!

Romanos 3:24, ainda afirma:
24. mas Ele, em sua graça, nos declara justos por meio de Cristo Jesus, que nos resgatou do castigo por nossos pecados.
25. DEUS apresentou Jesus como sacrifício pelo pecado, com o sangue que ele derramou, mostrando assim sua justiça em favor dos que creem. No passado Ele se conteve e não castigou os pecados antes cometidos,
26. pois planejava revelar Sua justiça no tempo presente. Com isso, DEUS Se mostrou justo, condenando o pecado, e Justificador, declarando justo o pecador que crê em Jesus.

Como uma personificação, por intermédio da vida de Abigail, próximo a mil anos antes do nascimento de Jesus Cristo, DEUS apresenta Seu Filho para que Ele vivesse "a vida que não poderíamos viver e levou o castigo que não poderíamos levar para oferecer a esperança a que não podemos resistir", como afirma Lucado (2017, p. 65).


CONCLUSÃO

É necessário que se faça a seguinte pergunta: Se DEUS nos amou, ao ponto de, como Filho se entregar para todos, não se pode amar uns aos outros? Tendo perdoado, não se pode perdoar ofensas recebidas, muitas vezes em virtude dos pronomes pessoais possessivos?

I João 4:11 afirma que: "Amados, visto que Deus tanto nos amou, certamente devemos amar uns aos outros". É possível que existam Nabal's que o ignore, o despreze, tornando o mundo em que se vive, lugar difícil de suportar? Se há, deixe de encarar a "Nabal", volte seus olhos para Jesus Cristo, olhando mais para o Mediador do que para aqueles que amam fazer intrigas.

Que Ele capacite a cada um a andar em Vida Plena!



BIBLIOGRAFIA

LUCADO, Max. DERRUBANDO GOLIAS. Rio de Janeiro: Thomaz Nelson Brasil, 2017.

Bíblia NOVA TRADUÇÃO TRANSFORMADORA. Disponível em: <https:\\www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em 15 nov. 2019.




[1] Pastor - e-mail: robinson.luis@bol.com.br