terça-feira, 15 de dezembro de 2020

ESTOU PREPARADO PARA AS RESPOSTAS DE MINHAS ORAÇÕES?

 


Robinson L Araujo[1]

 

De fato, existe um grande "problema" quando oramos é o de estar preparado para receber a resposta da oração.

Muitas vezes achamos que não sabemos ou temos capacidade para orar. Os discípulos de Jesus, mesmo andando algum tempo com Ele, em Lucas 11:1, um de seus discípulos pede: "...Senhor, ensina-nos a orar...". O curioso que naquele momento, Jesus estava orando em determinado lugar.

Já no livro de Mateus 6:5-8, o Senhor apresenta algumas maneiras de como orar e de como não orar, vejamos:

5. “Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas, que gostam de orar em público nas sinagogas e nas esquinas, onde todos possam vê-los. Eu lhes digo a verdade: eles não receberão outra recompensa além dessa. 6. Mas, quando orarem, cada um vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, em segredo. Então seu Pai, que observa em segredo, os recompensará. 7. “Ao orar, não repitam frases vazias sem parar, como fazem os gentios. Eles acham que, se repetirem as palavras várias vezes, suas orações serão respondidas. 8. Não sejam como eles, pois seu Pai sabe exatamente do que vocês precisam antes mesmo de pedirem.

Assim, encontramos:

ü  Não usar a oração como forma de engrandecimento;

ü  Estar no secreto com DEUS;

ü  Não usar de vans repetições, o famoso "encher linguiça";

ü  O Pai Abba sabe do que precisamos antes mesmo de Lhe pedir.

Em seguida, Jesus Passa a lhes demonstrar de que forma se deve orar, versos de 9 a 13 de Mateus 6:

9. “Portanto, orem da seguinte forma: Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome. 10. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. 11. Dá-nos hoje o pão para este dia, 12. e perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores. 13. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém.

Um modelo a ser seguido e não somente repetido, como um "mantra".

Outra característica que a oração deve ter, seria continuidade, como em I Tessalonicenses 5:17, que diz: "Nunca deixem de orar", em outras traduções: "orai sem cessar".

Quando se propõe a viver uma vida de oração sem cessar, creio que aqui somos levados ao quebrantamento de nosso ego pela crucificação dele na cruz do calvário. Daí, realmente começará, como falei no início, o nosso "problema" em orar e pedir ao Senhor.

Será que queremos realmente o que pedimos e estamos preparados para receber aquilo que pedimos por meio de nossas orações? Já orou ao Senhor pedindo para dedicar-se mais em sua vida de oração? Já orou para ter mais entendimento vivo e consciente da presença de DEUS dentro de você durante o dia? Para que Ele melhore seus relacionamentos e lhe dê humildade? Acho que não!

Por que então, quando o Senhor responde nossas preces, acabamos por nos retrairmos chocados e tristes, pelo fato da resposta ao que pedimos? Pedimos muitas vezes amadurecimento cristão e crescimento espiritual, porém não queremos - ao menos da maneira que o Senhor quer nos dar. Esquecemos que a resposta vem dEle e não é do desejo que desejamos.

O problema de orarmos é que DEUS responde as nossas orações! É a melhor forma de DEUS nos puxar para perto dEle.

"Senhor, faz de mim o que devo ser; muda-me, a qualquer custo". Ao proferir essas palavras perigosas, devemos estar preparados para que Deus as ouça. Essas são palavras perigosas porque o amor de Deus não tem remorsos. Deus quer nossa salvação com a determinação de sua devida importância. E, conclui o Pastor de Hermas: "Deus não nos deixa até que nos tenha partido o coração e os ossos". Ele ainda diz: "Devemos ser cuidadosos para não buscar experiências místicas quando deveríamos buscar arrependimento e conversão".

Daí vem às palavras de Jesus: "Aprendam de Mim, pois Sou manso e humilde de coração". (Mateus 11:29).

O que é ser humilde? É a dura percepção e aceitação do fato de que sou totalmente dependente do amor e da misericórdia de Deus. Ela cresce por meio de um despir-se de toda auto-suficiência. A humildade não se adquire com a repetição de frases piedosas; ela é executada pela mão de Deus. É Jó sobre o monturo vez após outra enquanto Deus nos lembra de que ele é a única esperança verdadeira. É a afirmação de Apocalipse 3:17 que afirma: "Você diz: ‘Sou rico e próspero, não preciso de coisa alguma’. E não percebe que é infeliz, miserável, pobre, cego e está nu".

Manning (2014. p.125) nos apresenta uma lenda cristã muito antiga:

Quando o Filho de Deus pregado à cruz entregou o espírito, foi diretamente da cruz ao inferno libertar todos os pecadores que estavam em tormento ali. O Diabo chorou e lamentou, porque pensava que não conseguiria mais pecadores para o inferno. Então Deus disse a ele: "Não chore, pois vou lhe mandar todos aqueles santos que se tornaram complacentes na consciência de sua bondade e cheios de justiça própria na condenação dos pecadores. E o inferno se encherá novamente por gerações até que eu volte"[2]

Na maior parte do tempo o cristão auto-suficiente está cego para suas arrogantes pretensões. Ele segue seu caminho feliz recitando frasezinhas piedosas como: "Jesus, mantém-me humilde". E por fim o Deus que não pode ser manipulado ou controlado replica: "Tudo bem. Você quer ser humilde? Esta sequência de humilhações e fracassos deve dar um jeito nisso".

A escola da humilhação é uma grande experiência de aprendizado; não há outra igual. Quando o dom de um coração humilde é concedido, aceitamo-nos mais e nos tornamos menos críticos dos outros. O autoconhecimento traz uma consciência humilde e realista de nossas limitações. Leva-nos a ser pacientes e compassivos para com os outros quando éramos antes exigentes, insensíveis e arrogantes. Desaparecem a complacência e a estreiteza de mente que tornam Deus supérfluo. Para a pessoa humilde, existe a constante consciência da própria fraqueza, insuficiência e desesperada carência de Deus.

É claro que a experiência mais devastadora da redução do ego acontece quando oramos: "Senhor, aumenta a minha fé". Temos de pisar com cuidado aqui, porque a vida de pura fé é como uma noite escura. Nesta "noite" DEUS permite que vivamos pela fé, e pela fé apenas. Uma fé madura não tem como crescer enquanto estamos empanturrados de todos os tipos de confortos e consolações espirituais. Todos esses devem ser removidos se é para avançarmos na direção da pura confiança em DEUS. O Senhor retira todas as escoras tangíveis a fim de nos purificar o coração, para discernir se estamos apaixonados pelos dons do Doador ou pelo Doador dos dons.

Muitas vezes as nossas orações tomaram um sentido superficial, são como um sino que soa na nossa alma vazia. O Espírito Santo que habita dentro de nós, convida-nos a sair da superficialidade e a penetrarmos em solo mais profundos.

É tranquilizador saber que o crescimento na fé tão desejado não está distante; que o amor e a misericórdia de DEUS não nos abandona, mesmo quando achamos que Ele foi "radical"em sua resposta a nossa oração.

Essa resposta a nossa oração de forma contrária ao que esperávamos, acaba por nos levar a um encontro com Jesus Cristo de uma forma diferente, marcando o começo de uma vida mais profunda de fé, na qual florescem alegria e paz, mesmo diante da "escuridão" que a resposta de nossa oração nos levou a experimentar, por não criarem raízes em sentimentos humanos de forma superficial, mas na profundidade da certeza misteriosa da fé de que Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. A alegria e a tristeza podem destruir os nossos sentimentos, mas sob essa superfície em movimento DEUS habita na escuridão. É lá que vamos encontrá-Lo; é lá que passamos a orar em paz e em silêncio, atentos ao DEUS cujo amor não conhece sombra de mudança.

DEUS acaba nos despindo de nossos encantamentos naturais e das consolações espirituais a fim de penetrar mais fundo em um relacionamento de intimidade em nosso coração. A nossa maturidade cristã está em conceder a DEUS a liberdade de exercer Sua sabedoria soberana em nós, sem que por frustração, abandonemos  uma vida de oração disciplinada, nem que corramos para as distrações que o mundo nos oferece.

É quando chegamos ao fundo do poço e somos esvaziados de tudo o que consideramos importante, então passamos a orar de verdade, tornamo-nos humildes e desapegados de verdade e vivemos na escuridão brilhante da fé. Em meio a esse esvaziamento, que temos a certeza que o Senhor não nos abandonou, Ele trabalhou para que os obstáculos que atrapalhavam minha comunhão com ele fossem retirados e passamos a desfrutar de uma comunhão mais profunda com Ele. Vejamos a diferença de oração, descrita em Lucas 18:10-14:

10. “Dois homens foram ao templo orar. Um deles era fariseu, e o outro, cobrador de impostos. 11. O fariseu, em pé, fazia esta oração: ‘Eu te agradeço, Deus, porque não sou como as demais pessoas: desonestas, pecadoras, adúlteras. E, com certeza, não sou como aquele cobrador de impostos. 12. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo que ganho’. 13. “Mas o cobrador de impostos ficou a distância e não tinha coragem nem de levantar os olhos para o céu enquanto orava. Em vez disso, batia no peito e dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, pois sou pecador’. 14. Eu lhes digo que foi o cobrador de impostos, e não o fariseu, quem voltou para casa justificado diante de Deus. Pois aqueles que se exaltam serão humilhados, e aqueles que se humilham serão exaltados”.

Nenhuma mente humana jamais compreendeu as profundezas da desolação da noite escura que o próprio Jesus Cristo viveu, a solidão e abandono completo por trás do clamor de Jesus descrito em Mateus 27:46: "Por volta das três da tarde, Jesus clamou em alta voz: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”.

A cruz é o símbolo de nossa salvação e deve ser o padrão de nossa caminhada, pois, tudo o que aconteceu a Cristo, de certa forma acabou nos envolvendo e vivemos de alguma forma. Quando a escuridão chega, fruto de nossas orações, ela acaba nos envolvendo, tornando-nos surdos a tudo, menos ao grito de nossa própria dor e clamor, é bom sabermos que DEUS está traçando em nós o caráter de Seu Filho.

Para o Filho, a escuridão da noite abriu caminho para a luz da manhã, conforme Filipenses 2:9-11 que dia:

9. Por isso Deus o elevou ao lugar de mais alta honra e lhe deu o nome que está acima de todos os nomes, 10. para que, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11. e toda língua declare que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai.

Estamos preparados para a resposta de nossas orações? Estou pronto para que o Senhor retire todas as estacas que possam impedir a minha comunhão plena para com Ele? E se a escuridão da noite chegar, qual será minha reação?

Que a oração de São Francisco de Assis, seja uma verdade em nossa vida...

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz

Onde houver ódio, que eu leve o amor

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão

Onde houver a discórdia, que eu leve a união

Onde houver dúvida, que eu leve a fé

Onde houver erro, que eu leve a verdade

Onde houver desespero que eu leve a esperança

Onde houver a tristeza, que eu leve alegria

Onde houver trevas, que eu leve a luz

 

Ó mestre, fazei-me que eu procure mais, consolar que ser consolado

Compreender que ser compreendido

Amar, que ser amado

Pois é dando que se recebe

É perdoando que se é perdoado

E é morrendo que se vive para a vida eterna

 

 

 REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 24 nov. 2020.

MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus: o chamado a uma vida marcada por paixão santa e fé inabalável. Traduzido por Maria Emília de Oliveira. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2014.



[1] Pastor - discípulo de Cristo - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - Redes sociais: @prrobinsonlaraujo - 15/12/20.

[2] Anthony DEMELLO, The Song of the Bird, p. 134

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

EM QUE CONSISTE O REINO DE DEUS?

 


Robinson L Araujo[1]

 

De fato, faz-se necessário pensarmos e termos a convicção sobre em que consiste o Reino de DEUS. A primeira afirmativa é que o Reino de DEUS não consiste em palavras, mas em Poder, fonte de transformação e informação. É a essência do poder transformador do Evangelho, que ora, fora vertido ao olharmos e vermos que a cruz se encontra vazia.

Outra afirmativa que não se pode fugir, é que esse Poder que transcende todo o entendimento humano, é poderoso o suficiente para transformar. Tanto é que o Apóstolo Paulo escreve em Hebreus 4:12-13:

12. Tudo o que DEUS diz é sério. O que Ele diz, acontece. Sua poderosa Palavra é aguda como o bisturi e capaz de cortar tudo, seja dúvida, seja desculpa, mantendo-nos abertos para ouvir e obedecer. 13. Nada - nem ninguém - está fora do alcance da Palavra de DEUS. Não se pode fugir dela - não há como. (A Mensagem).

Em outras versões é uma poderosa espada de dois gumes ou, afiada dos dois lados da sua lâmina, com poder de penetrar entre alma e espírito, entre juntas e medulas, separando aquilo que a minha alma deseja, dando lugar ao que importa para o meu espírito! Isso porque, a vida espiritual é simplesmente a vida vivida com a visão da fé. E viver em fé, é estar alicerçado em Hebreus 11:1, que define: "O fato essencial da existência é que esta confiança em DEUS, esta fé é o alicerce sólido que sustenta qualquer coisa que faça a vida digna de ser vivida. É pela fé que lidamos com o que não podemos ver". (A Mensagem).

Assim, o exercício de fé que leva-nos a dimensão de separar os desejos do coração (alma) com a vontade dado pelo Poder da Palavra (espiritual), concede-nos uma certeza: "Há uma única espiritualidade na igreja do Senhor Jesus: a espiritualidade pascal. Essencialmente, é nossa morte diária para o pecado, o egoísmo, a desonestidade e o amor degradado a fim de nos alçarmos à novidade de vida". (Manning, 2014).

É a afirmação de Paulo: "Não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20). Cada vez que desfechamos um golpe mortal no ego, cada vez que escolhemos caminhar aquela milha adicional, por oferecer a outra face, abraçar em vez de rejeitar, somos compassivos em vez de competitivos, beijamos em vez de morder, perdoamos e nos abstemos de massagear a contusão mais recente de nosso ego ferido, estamos passando da morte para a vida.

Sendo assim, Paulo nos conclama para uma mudança de atitude, oferecida somente pelo Poder que foi e é vertido da cruz, levando-nos a conversão, ou seja, a uma metanoia, significando uma transformação radical do nosso "eu". Para isso, MANNING (2014. P.101) diz:

Descobrimos que um relacionamento pessoal com Jesus Cristo não pode mais ser contido num código de permissões e proibições. Ele se toma como escreveu Jeremias, uma aliança escrita nas tábuas de carne do coração e gravada no mais profundo de nosso ser. A conversão nos abre para uma nova agenda, novas prioridades, uma diferente hierarquia de valores. Ela nos faz migrar de professar Jesus como Salvador a confessá-lo como Senhor, de uma descuidada acomodação de fé em nossa cultura a uma fé vivida na verdade consumidora do Evangelho.

Muitas vezes, queremos transformar as pessoas pela intimidação das regras que uma determinada "doutrina" empoe na vida das pessoas, querendo igualar o Poder do Evangelho em regras e costumes, em "achismos" totalmente desprovidos do amor de DEUS.

A isso, HEAGLE (1981. P. 34) instrui:

O oposto de conversão é aversão. O outro lado da metanoia é paranóia. A paranóia é geralmente compreendida no sentido psicológico. É caracterizada por medo, suspeita e fuga da realidade. A paranóia resulta comumente em elaboradas alucinações e auto-ilusão. No contexto bíblico, a paranóia implica mais do que desequilíbrio emocional ou mental. Ela se refere a uma atitude de ser, uma postura do coração. A paranóia espiritual é uma fuga de DEUS e de nosso verdadeiro eu. É uma tentativa de escapar da responsabilidade pessoal. É a tendência de evitar a o custo do discipulado e buscar uma rota de fuga das exigências do Evangelho. A paranóia de espírito é uma tentativa de negar a realidade de Jesus de tal modo que racionalizamos nosso comportamento e escolhemos o próprio caminho.

A paranóia acaba por nos levar a viver um evangelho da graça de péssima qualidade, tão barato que seu significado perde valor. Acaba por diluir a fé em uma mistura morna da Bíblia, uma espiritualidade que não nos leva ao verdadeiro discipulado em se ter a mente de Cristo, adquirido por Sua morte e ressurreição, trazendo vida e vida abundante (João 10:10).

Quando o Poder, que constitui o Reino de DEUS provoca uma metanoia em nossa mente pelo ato salvístico de Cristo morto e ressurreto, passa-se a vivenciar algumas características da espiritualidade vertida naquela cruz, apontadas por Brennan, sendo elas:

 

·      A espiritualidade vertida pelo Poder do Evangelho é Cristocêntrica, ou seja, é por meio de Cristo, por Cristo e em Cristo

Nada que sobreponha Cristo deverá assumir a primazia em nossa vida. Muitos acabam por dar demasiado destaque aos próprios dons espirituais, deixando-se em segundo plano o mistério da morte e da ressurreição.

 A pergunta feita por três vezes a Pedro foi: Você me ama? Sendo ainda, o critério pelo qual Cristo avalia Seus amigos e os que O rejeitam continua a ser: "Você me ama?". Para João, em sua carta, na comunidade cristã a dignidade não se constitui apostolado ou cargo, nem títulos, dons de profecia ou curas, nem pregação inspirada, mas somente intimidade com Jesus. Esse é o status de que todos os cristãos deveriam desfrutar em sua totalidade.

Raymond E. Brow[2], afirmou em seu livro: As Igrejas dos Apóstolos:

Todos os cristãos são discípulos, e entre eles a grandeza é determinada por um relacionamento amoroso com Jesus, não por função ou cargo Cargos eclesiásticos e até mesmo o apostolado são de menor importância quando comparados ao discipulado, que é literalmente questão de vida ou morte. Dentro desse discipulado não há cristãos de segunda classe.

O que se precisa ter em mente é que, se a nossa jornada cristã não produzir Cristo em nós, se a passagem dos anos não formar Jesus em nós de tal maneira que nos tronemos semelhantes a Ele, nossa espiritualidade está falida. Apenas o amor de Jesus Cristo concede status na comunidade cristã.

Brennan (2014) leva-nos a pensar que fomos chamados a sermos uma manifestação única e singular da verdade e do amor de Cristo, não uma cópia em papel-carbono de outra pessoa.

 

·         A espiritualidade vertida pelo Poder do Evangelho tira-nos do egocentrismo e nos projeta ao corpo, comunidade do povo de DEUS

A espiritualidade pascal afirma que o teste mais verdadeiro do discipulado é o modo que vivemos uns com s outros na comunidade da fé. E simples e exigente assim. Em nossas palavras e nossos atos damos formato e forma a nossa fé a cada dia. Fazemos as pessoas um pouquinho melhores ou as deixamos ainda piores. Afirmamos ou desprovemos, ampliamos ou diminuímos a vida dos outros. I João 4:19-21, afirma-nos:

19. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 20. Se alguém afirma: “Amo a Deus”, mas odeia seu irmão, é mentiroso, pois se não amamos nosso irmão, a quem vemos, como amaremos a Deus, a quem não vemos? 21. Ele nos deu este mandamento: quem ama a Deus, ame também seus irmãos.

A vida cristã deve ser vivida em comunidade, não de forma individualizada, como que a salvação caberia somente a mim. É a vida em comunidade que demonstra uma imitação radical da Santa Trindade, que significa: Diálogo, amor espontâneo e relacionamento.

Ainda para Manning (2014), de acordo com o critério evangélico de santidade, a pessoa mais próxima do coração de Jesus não é a que ora mais, a que mais estuda a Escritura ou a que tem confiada a si a posição de maior responsabilidade espiritual. É quem mais ama, e essa não é opinião minha. É a Palavra que nos julgará.

 

 

·         A espiritualidade vertida pelo Poder do Evangelho considera a natureza humana como decaída, mas redimida

Gênesis 1:31, afirma: " Então Deus olhou para tudo que havia feito e viu que era muito bom. A noite passou e veio a manhã, encerrando o sexto dia". Diferentemente de tudo que criara, no final do dia, DEUS olhava e dizia: "e viu DEUS que era bom". Mas, diferentemente, após formar o homem, a postura declaratória de DEUS mudou, Ele afirmou: "Viu que era muito bom".

Fomos criados pela essência do Pai, sem pecado, pelo soprar de Seu fôlego a qual nos fez alma vivente e nos tornamos "caídos" pela desobediência de nossos pais, tornando-nos pessoas carentes de Sua misericórdia.

A espiritualidade transbordante pelo Poder radiante da cruz, recupera o elemento de deleite na criação. Imagine o êxtase, o brado de alegria quando DEUS fez uma pessoa em sua própria imagem! Quando Deus fez você! O Pai deu você como presente a si mesmo. Você é uma resposta ao vasto deleite de DEUS. Dentre um infinito número de possibilidades, DEUS investiu em você e em mim com a existência.  

 

·         A espiritualidade vertida pelo Poder do Evangelho é selada pelo sofrimento de Cristo na cruz

Brennan (2014) nos afirma que Não há cristianismo genuíno no qual o signo da cruz está ausente. Graça barata é graça sem a cruz, um assentimento intelectual à empoeirada casa de penhores de crenças doutrinárias ao mesmo tempo que se é levado sem direção pelos valores culturais da cidade secular. O discipulado sem sacrifício gera um cristianismo confortável praticamente indistinguível, em sua mediocridade, do resto do mundo. A cruz é tanto o teste quanto o destino de um seguidor de Jesus.

A pregação morna e a adoração sem vida têm espalhado tantas cinzas sobre o fogo do evangelho que mal sentimos seu ardor. Tornamo-nos tão habituados ao último fato cristão — Jesus nu, exposto, crucificado e ressurreto — que não mais o vemos pelo que é: um chamado a nos despirmos de preocupações terrenas e sabedoria mundana, de todo o desejo por louvor humano, da cobiça por qualquer espécie de conforto (incluindo consolações espirituais). E uma convocação à prontidão para nos levantarmos e sermos contados como pacificadores num mundo violento. É um chamado para abrirmos mão da fantasia de que não somos de fato mundanos (o ripo de mundanismo que prefere a tarefa mais atraente à menos, e leva-nos a investir mais em gente que queremos impressionar). Mesmo o último trapo ao qual nos apegamos — a autobajulação que sugere que estamos sendo humildes quando recusamos admitir qualquer semelhança com Jesus Cristo —, até mesmo esse trapo deve cair quando ficamos face a face com o Filho de Deus crucificado.

A espiritualidade transmitida pela cruz nada mais é do que o cativeiro a Cristo apenas, uma completa ligação a sua pessoa, um compartilhar do ritmo de sua morte e ressurreição, uma participação em sua vida de tristeza, rejeição, solidão e sofrimento.

 

·         A espiritualidade vertida pelo Poder do Evangelho transmite alegria e paz

Os cristãos são chamados para crer em um DEUS que ama e em Seu Cristo ressurreto. É preciso crer e crer veemente. Crer e crer alegremente. O teólogo Robert Hotchkins menciona que os cristãos devem comemorar constantemente, quando afirma:

Devemos estar preocupados com festas, banquetes, folias e festejo. Devemos entregar-nos a verdadeiras orgias de júbilo por causa de nossa crença na ressurreição. Devemos atrair as pessoas para nossa fé literalmente pelo quanto é divertido ser cristão. Infelizmente, no entanto, logo também nos tornamos sombrios, austeros e pomposos. Somos o oposto de nossa própria tradição, porque tememos perder tempo ou ficar amarrados. Nas palavras de Teresa de Ávila: "de tolas devoções e santos de cara amarrada, livrai-nos, Senhor!".

Essa é a fonte da alegria, do contentamento e do riso cristão: "Ele não está aqui, já ressuscitou" (Mateus 28:6-8). A vitória de Jesus Cristo no Calvário apresenta-nos apenas duas alternativas lógicas: ou você crê na ressurreição e, por conseguinte, crê em Jesus de Nazaré e no evangelho que ele pregou, ou crê na não-ressurreição e não crê em Jesus de Nazaré e no evangelho que ele pregou.

·         A espiritualidade vertida pelo Poder do Evangelho vê as pessoas como seres livres, libertas

João 8:32 nos afirma: "Então conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. O poder que é vertido da cruz irradia sobre nossa vida e nos torna livres. Ainda Gálatas 5:1, nos fala: "Portanto, permaneçam firmes nessa liberdade, pois Cristo verdadeiramente nos libertou. Não se submetam novamente à escravidão da lei".

Muitas vezes, a igreja "institucional" ou, como gosto de afirmar: "a igreja CNPJ", é desleal quando a si quando desrespeita a liberdade dada por Cristo na cruz, Somos Livres, Libertos, Sarados, Curados...

DEUS nos criou a Sua imagem com a vontade para que trabalhássemos com responsabilidade e liberdade. Porém, quando a virtude da obediência se reduz a uma forma de dominação e submissão, produzimos covardes treinados em vez de pessoas cristãs.

Não quero contrapor ao registro de Hebreus 13:17, que afirma: "Obedeçam a seus líderes e façam o que disserem. O trabalho deles é cuidar de sua alma, e disso prestarão contas. Deem-lhes motivo para trabalhar com alegria, e não com tristeza, pois isso certamente não beneficiaria vocês". Isso não diz respeito a obediência cega, fora da realidade do contexto cristão.

Se de fato conhecêssemos o Deus de Jesus, pararíamos de tentar controlar e manipular os outros "para seu bem", sabendo perfeitamente que não é assim que Deus trabalha entre seu povo. Paulo escreve: "Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (II Coríntios 3:17).

 

Realmente o reino de DEUS consiste em Poder, apoderado pela Sua Palavra, que transforma a mente e coração, proporcionando uma mudança radical na forma de pensar e agir. Uma transformação não de aparência e sim, que urge de dentro para fora, separando alma e espírito, juntas e medulas, para uma caminhada em Vida Plena.

 

 REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 11 dez. 2020.

HEAGLE, John. On the Way. Chicago: Thomas More Press, 1981. P. 34.

MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus: o chamado a uma vida marcada por paixão santa e fé inabalável. Traduzido por Maria Emília de Oliveira. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2014.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.

 



[1] Pastor - discípulo de Cristo - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - Redes sociais: @prrobinsonlaraujo - 27/11/20.

[2]  Foi um padre católico americano, membro dos Padres Sulpicianos e um proeminente estudioso bíblico

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

ESTOU NO MUNDO, MAS NÃO PERTENÇO AO MUNDO?

 


Robinson L Araujo[1]

 

Será que a frase "O Cristão está no mundo, mas não pertence ao mundo", define nossa realidade em Jesus Cristo? Ela, afirmaria que estar "no mundo sem pertencer ao mundo" dá a entender que o cristão não é influenciado pelos valores da cultura moderna e, principalmente capitalista, que encere em nossa mente, um comportamento consumista, de que, tudo que "eu" quero, eu posso.

O Apóstolo Paulo, em Romanos 12:2, adverte-nos:

Não se ajustem demais à sua cultura, a ponte de não poderem pensar mais. Em vez disso, concentrem a atenção em DEUS. Vocês serão mudados de dentro para fora. Descubra o que Ele quer de vocês e tratem de atendê-Lo. Diferentemente da cultura dominante, que sempre o arrasta para baixo, ao nível da imaturidade. DEUS extrai o melhor de vocês e desenvolve em vocês uma verdadeira MATURIDADE. ( A Mensagem).

Aos nossos olhos carnais e humanamente falando, não seria uma proposição absurda? Gostemos ou não, estamos inseridos em uma sociedade/cultura que acaba nos aprisionando a um conjunto de princípios políticos, econômicos, sociais e espirituais que, acabam por modelar nosso estilo de vida, mesmo quando não concordamos com eles.

Uma reflexão cabe a se fazer: se a Igreja de Jesus Cristo - que é constituída por eu e você, independente de placa e/ou doutrina - quiser preservar um senso coerente de si mesma neste mundo decadente, dilacerado e violento, mas que urgente, precisamos com base no Evangelho, fazer uma crítica a essa cultura que nos leva para baixo, ao ponto da imaturidade. Caso contrário, essa Igreja simplesmente se adaptará ao ambiente secular em uma trágica distorção do Evangelho, na qual as palavras do Mestre são interpretadas para significar qualquer coisa, tudo ou nada!

É preciso que entendamos o chamado de Jesus e à simplicidade de vida oferecida por Ele, estão, em oposição diametral ao consumismo imposto pela cultura, ao ponto de confundir e condicionando os pensamentos ao ponto de se não pensar ou mesmo descaracterizando a mente de Cristo em nós.

Se pararmos para pensar no convite de Paulo, percebemos que a insistência do convite de Jesus cristo para uma vida em simplicidade, acaba sendo um desastre para a cultura moderna consumista. diferenciar o que é necessidade e/ou desejo. O convite de Jesus é enérgico, quando afirmou em Mateus 6:24-34, vejamos:

24. “Vocês não podem adorar dois deuses ao mesmo tempo. Amando um deus, acabarão odiando o outro. A adoração a um alimenta o desprezo pelo outro. Vocês não podem adorar a DEUS e ao Dinheiro.

25-26. “Se vocês se decidirem por DEUS, vivendo para cultuá-lo, não ficarão aflitos com a comida que terão de pôr na mesa ou se o guarda-roupa está fora de moda. Há muito mais coisas na vida que a comida que vai para o estômago! Há muito mais coisas para se ver que as roupas que vocês usam! Olhem para as aves, livres e desimpedidas: não estão presas a nenhum emprego e vivem despreocupadas, aos cuidados de DEUS. E vocês valem para ele muito mais que os passarinhos!

27-29.  “Será que alguém consegue ficar um centímetro mais alto preocupado diante do espelho? Todo esse tempo e dinheiro gasto com moda, pensam que faz muita diferença? Em vez de correr atrás da moda, caminhem pelos campos e observem as flores silvestres. Elas não se enfeitam nem compram, mas vocês já viram formas e cores mais belas? Os dez homens e mulheres da lista dos mais bem vestidos iriam parecer maltrapilhos comparados às flores.

30-33.  “Se DEUS dá tanta atenção à aparência das flores do campo — e muitas delas nem mesmo são vistas —, não acham que ele irá cuidar de vocês, ter prazer em vocês e fazer o melhor por vocês? Quero convencê-los a relaxar, a não se preocuparem tanto em adquirir. Em vez disso, prefiram dar, correspondendo, assim, ao cuidado de DEUS. Quem não conhece DEUS e não sabe como ele trabalha é que se prende a essas coisas, mas vocês conhecem DEUS e sabem como ele trabalha. Orientem sua vida de acordo com a realidade, a iniciativa e a provisão de DEUS. Não se preocupem com as perdas, e descobrirão que todas as suas necessidades serão satisfeitas.

34. “Prestem atenção apenas no que DEUS está fazendo agora e não se preocupem quanto ao que pode ou não acontecer amanhã. Quando depararem com uma situação difícil, DEUS estará lá para ajudá-los”. (A Mensagem).

Por vezes, em uma comunidade, somos alguém em virtude do tipo da casa em que moramos, pelo tipo de carro que está guardado na garagem, pelas coisas que temos dentro da casa, pelas roupas que vestimos, pelo "status quo" que apresentamos. A pessoa é medida pelo dinheiro que ela gera e possui e a vida espiritual, acaba adquirindo a dimensão que o "dinheiro" oferece. Muito se assemelha aos "ministérios" pois, se o ministério daquela igreja é bem sucedido, é em virtude de possuir um orçamento melhor. Outros acabam achando que, pelo fato daquele "líder espiritual" ser bem sucedido - aos olhos humanos - demonstra um relacionamento espiritual de intimidade com DEUS, diferente daquele que vive em uma vida simplista.  Realmente somos um povo de DEUS no mundo, mas não do mundo?

A isso, chamamos de evangelho da prosperidade! Uma frágil tentativa em acomodar os ensinamentos de Jesus à cultura consumista, indo contrario ao ensinamento do Mestre descrito na referência acima. MANNING (2014. P. 67) pergunta:

Será que somos corajosos o suficiente para assinar uma negação ao consumismo mediante a fé viva em Jesus Cristo? Estamos comprometidos o suficiente com Seu Evangelho a ponto de nadar em direção contrária à correnteza? Ou estamos tão acomodados à fé consumista dos nossos pais que a simplicidade da vida, a distribuição de recursos e a total dependência da providência de DEUS deixaram de ser relevantes? Como edificar o reino de DEUS na terra se o que incorporamos na vida é o dogma da nossa cultura, e não a revelação de Jesus? Onde está a assinatura de Jesus?

Faz-se necessário dispor a assumir a responsabilidade pessoal pelas maneiras nas quais a nossa fé tem se acomodado ao materialismo/consumismo, aos prazeres e dominação que as "riquezas" proporcionam, mas nos afastam da dependência de DEUS. É necessário uma pré disposição em nos arrependermos, buscando uma reforma (interior)  para sermos renovados pois, a função profética e a obrigação da Igreja de Jesus Cristo - um povo chamado em conjunto, separado e consagrado à adoração a DEUS - é proclamar a paz e o amor de DEUS, bem como a não submissão a cultura dominante em um mundo atormentado e quebrantado.

Gosto das reflexões do Padre. Brennan Mannig. Talvez os "santos" julgariam o aprendizado com uma pessoa não "evangélica" que ao meu ver, é mais pastor do que muitos dos que venham a julgar. Assim, ele afirma que as pessoas não devem olhar para a Igreja com a finalidade de reforçar os valores de sua cultura, ou de nos domingos de manhã tirar a poeira dos ídolos para os quais vivem durante a semana.

Talvez a palavra ídolo trouxesse somente o significado de "imagem que é objeto de culto e representa uma divindade"[2]. Ídolo não se trata de somente uma imagem que os que se dizem evangélicos condenam, ele vai alem, quando o dinheiro, os bens materiais, o trabalho, o bem estar, o próprio ministério ocupam a primazia em minha vida, interferindo em meu relacionamento com DEUS, colocando-O em segundo lugar.

Contrário a nossa cultura, a Igreja primitiva foi edificada sobre um pequeno grupo de pessoas, onde passaram a possuir as coisas em comum, os que mais tinham vendiam e ofertavam para aqueles que pouco tinha, com o propósito de que "ninguém" passasse dificuldades. Eles eram uma evidência de uma alternativa a cultura da época. Hoje, precisamos de pessoas que ecreditem em tudo o que o Evangelho diz; que percebam o que DEUS está fazendo no nosso tempo e que sejam provas vivas do que significa estar no mundo e não ser do mundo. A proporção seria o suficiente para que haja intimidade, afinidade, reciprocidade em perdoar, que deem apoio e demonstre compreensão. Como no caso do próprio Jesus, que apresentou a primeira comunidade cristã baseada em Seu relacionamento com os "doze" discípulos.

É possível viver no mudo sem pertencer a este mundo? Sim! Em II Coríntios 5:20, Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo: "Agora, portanto, somos embaixadores de Cristo; Deus faz seu apelo por nosso intermédio. Falamos em nome de Cristo quando dizemos: “Reconciliem-se com Deus!”.

Um embaixador representa sua nação em outra nação que não é a sua. Ainda Lucas 18:27, o próprio Jesus afirmou: "Jesus respondeu: “O que é impossível para as pessoas é possível para Deus”.

O cristão que vive no mundo sem pertencer ao mundo é um sinal de negação às concessões com as quais muitas pessoas se confortam dentro da Igreja. O discípulo de Jesus foi feito para parecer e se sentir tolo. No entanto, os tolos, por Cristo, fundaram a Igreja primitiva. O Apóstolo Paulo afirmou: "Quanto a mim, que eu jamais me glorie em qualquer coisa, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Por causa dessa cruz meu interesse neste mundo foi crucificado, e o interesse do mundo em mim também morreu. Não importa se fomos circuncidados ou não. O que importa é que fomos transformados em nova criação". (Gálatas 6:14-15).

E é por meio dessa firmação que muitos consideram uma verdadeira tolice, sendo a única esperança que temos de libertação. Os verdadeiros discípulos veem o cristianismo como meio de vida tanto diante quanto fora do alcance das "câmeras".

Lembremos do que Jesus disse que não devemos subestimar o poder da nossa cultura. O nosso mundo repleto de tolices incríveis insiste em que somos tolos. A morte e Ressurreição de Jesus Cristo, porém, nos convence da sabedoria de DEUS e de Seu poder para transformar o mundo. A nossa fé no Jesus ressurreto é o poder que vence a nós mesmos, à cultura e ao mundo.

Estou no mundo? Sim!

Pertenço a esse mundo? Não!


 
Seria a relação para vivermos em Vida Plena garantida por Aba.

 


 

 REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 24 nov. 2020.

MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus: o chamado a uma vida marcada por paixão santa e fé inabalável. Traduzido por Maria Emília de Oliveira. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2014.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.

 



[1] Pastor - discípulo de Cristo - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - Redes sociais: @prrobinsonlaraujo - 27/11/20.

[2] Disponível em: <https://dicionario.priberam.org/%C3%ADdolo>. Acessado em: 27 nov. 2020.