domingo, 7 de maio de 2023

NUTRINDO UMA COMUNIDADE AOS PADRÕES DE DEUS

 


Robinson L Araujo[1]

 

Sem nenhuma demagogia, a principal diferença da comunidade composta por pessoas que servem ao Senhor, é a expressão viva do amor de DEUS. Fato é que em I João 4:11-12[2], acaba por instruir: “Meus amigos queridos, se DEUS nos amou assim, então devemos nos amar uns aos outros. Ninguém viu DEUS, nunca. Mas, se amamos uns aos outros, DEUS habitará no íntimo do nosso ser e Seu amor será completo em nós – amor perfeito!”.

Sendo convidados a expressar o mais verdadeiro amor, amor esse sendo a própria essência de DEUS, caso contrário não estaríamos mais aqui, devido ao egoísmo dos pais Adão e Eva, quando se deixaram ser enganados pela astúcia do diabo, gerando o desejo de serem iguais a DEUS: “então a serpente disse à mulher: “vocês não vão morrer. DEUS sabe que, no momento em que comerem daquela árvore, vocês vão perceber a realidade e serão como DEUS: conhecerão todas as coisas, tanto o bem quanto o mal”” – (Gênesis 3:4-51).

Naquele momento, gerou-se no coração do homem a ganância e o ego, não se importando com aqueles que estão ao seu lado, a não ser o desejo próprio. Todavia, a referida atitude tem ecoado aos dias atuais, gerando o distanciamento do amor que se gerou no coração do Pai e transmitiu ao homem e, desta forma, negligenciado por ele - o amor Ágape.

Importante lembrar que para os gregos antigos a palavra ‘amor’, tinha muitos significados. Embora estas formas de amor sejam movidas pelo afeto e pelo apego, são todas distintas e isso, eles dominavam bem. Prova disso é que existem sete palavras gregas que descrevem o amor em todas as suas formas e nuances, em vez de apenas uma que se aplica a vários contextos, sendo:

1.     Eros - É paixão, luxúria e prazer. Trata-se de uma apreciação pelo ser físico ou pela beleza de uma pessoa, e é impulsionado pela atração e desejo sexual;

2.     Storge -  O amor dos pais pelos filhos, ou ‘amor de sangue’, que, cada vez mais, está ausente em nossa cultura, à medida que às famílias se desfazem;

3.     Philia -  Amor pelos amigos, que nossa cultura tem perdido em larga escala, em decorrência da falta de tempo para se compartilhar interesses comuns e porque forças como a competição e a idolatria de se galgar a hierarquia corporativa evitam que colegas de trabalho sejam amigos;

4.     Ludus - É o amor lúdico ou sem compromissos. Descreve a situação de ter um crush e agir de acordo com isso. Tem a ver com diversão, sendo que essa palavra tem um significado diferente para cada pessoa. Ludus é o amor que sente numa aventura casual, sexual, excitante e sem nenhuma implicação de obrigação. De todas as palavras gregas para amor, esta, mais do que as outras, vem sem qualquer apego a eros ou philia.

5.   Philastorge Amor cordial, que aprofunda a amizade até transformá-la em um parentesco, tão firme quanto um laço de sangue;

6.   Philadelphia Amor e amizade entre irmãos e irmãs, que é exemplificado a perfeição na comunidade cristã, quando podemos, de verdade, e chamar-nos de ‘irmão e irmã’;

7.   Ágape Amor que não exige amor em troca, que é inteligente e determinado, sempre voltado para a necessidade do outro, como o que DEUS nos concedeu.

Importante salientar que a crença litúrgica, baseada em Gênesis 1, mostra como o projeto inicial de DEUS para o mundo era de completa harmonia e ordem, com cada elemento se relacionando com todos os outros e com Ele próprio. É claro que essa harmonia se rompeu com a queda, e esse é o motivo fundamental da falta de comunidade que enfrentamos nos dias atuais.

Voltando ao livro de I João 4:7-10[3], ele afirma:

Meus amigos amados, continuemos a amar uns aos outros, pois o amor vem da parte de DEUS. Quem ama é nascido de DEUS e tem um relacionamento real com ele. Quem se recusa a amar não sabe o que mais importa sobre DEUS, pois DEUS é amor. Vocês não podem conhecê-Lo se não amam. Foi assim que DEUS demonstrou seu amor por nós: DEUS enviou seu único Filho ao mundo para que pudéssemos viver por meio dele. É desse amor que estamos falando. Não que tenhamos amado a DEUS, mas que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício para purificar nossos pecados e consertar os danos que eles causaram em nosso relacionamento com DEUS.

Mesmo com a queda, a humanidade é convidada a viver o amor de uns para com os outros. Fato é que, o próprio Jesus Cristo leva a reflexão incisiva, registrada em Mateus 22:37-40[4], veja:

Jesus respondeu: “‘Ame o Senhor seu DEUS com toda a paixão, toda a fé e toda a inteligência’. Esse é o mais importante, o primeiro de qualquer lista. Mas há um segundo, ligado a esse: ‘Ame o próximo como a você mesmo’. Esses dois mandamentos são como elos de uma corrente: tudo que está na Lei de DEUS e nos Profetas deriva deles”. 

Além da queda, existem fatores que cada vez mais têm levado ao distanciamento da comunhão em comunidade, tornando-se em muitos casos apático as necessidades do próximo.

No geral, no decorrer da história, a sociedade se organizou em grupos pequenos: clãs, tribos, famílias, grupos étnicos, dentre outras formas, permanecendo como padrão através da maior parte da história, como um ajuntamento mais íntimo na vida familiar e no cenário local onde se fixavam e viviam, exercendo suas atividades. Além do que, acabavam por fornecer um ambiente familiar e comunitário.

Esse tipo de estrutura social, que estimulava a comunidade, começo a se desfazer intensamente, com alguns fatores mais atuais, como por exemplo: a Revolução Industrial; a II Guerra mundial teve seu papel em virtude de as mulheres passarem a trabalhar fora de casa; a Revolução Tecnológica, ao ponto de Jacques Ellul[5] afirmar que a tecnologia tornou-se uma ruptura tão drástica quanto à queda.

Tecnologias como a Televisão, que por muito tempo começo a minar principalmente a intimidade dos lares, levando um ‘amor’ distorcido, comparado com a Palavra de DEUS, como por exemplo a traição no casamento implantado pelas novelas e, em muitos casos, as pessoas acabavam por torcer no sucesso do ato.

O passar por um Pandemia mundial provocado pela COVID-19, onde levou ao afastamento das pessoas, tornando-as insensíveis em virtude do medo que fora implantando, juntando-se a isso a Internet, onde buscava-se, em muitos casos, amizades ‘escuras’, proporcionando ainda mais o afastamento dos propósitos de DEUS.

Não se pode deixar de mencionar os propósitos eternos de DEUS, sendo: Amar a DEUS sobre todas as coisas; amar ao próximo como a ti mesmo; pregar a Sua Palavra; batizar as pessoas que se arrependeram e por último, ensiná-las.

O problema, entretanto, é que a nossa cultura definha pela falta da comunidade. Ela tem fome de intimidade verdadeira, já que não tem mais a estrutura social básica, nem habilidade, nem o tempo necessário para aprender a desenvolvê-la. Peterson (2001) afirma que um dos motivos primordiais na idolatria genital frenética de nosso ambiente é que as pessoas estão com muita fome de intimidade social, mas não sabem como cria-las.

Por outro lado, a mídia bombardeia a todos, o dia inteiro, com a mensagem de que o único caminho para se alcançar intimidade é ir para a cama com alguém. Muitos jovens têm-se voltado para uma ‘união genital’ desprovida de qualquer amor e responsabilidades que o ato conjugal acaba por oportunizar e cobrar, na tentativa desesperadora de encontrar algum tipo de amor.

Isso se dá ao fato do distanciamento dos outros seis significados para a palavra ‘amor’, que tinha por significado aos antigos gregos, apegando-se somente a uma única, sendo o EROS. Ele, por muitas vezes, acaba por satisfazer somente seu/meu ego, violando a vontade do outro semelhante, sem preocupação de reciprocidade.

A cultura atual acaba por mal conhecer os outros tipos do significado da palavra ‘amor’. Por isso, faz-se necessário um treinamento intensivo para que nossas congregações se transformem em uma comunidade verdadeira. A intimidade genuína e não genital, que não busca seus interesses pessoais, requer exercício deliberado e diligente. O simples fato de se ostentar o nome de ‘igreja’ não significa que de fato se é uma verdadeira comunidade.

Faz-se necessário que a comunidade cristã aprenda o verdadeiro significado do ‘amor’ Ágape, o mais rico de todos. Embora os filósofos gregos da antiguidade acreditavam ser o de menos importância, por ser desinteressado, a comunidade cristã, com sabedoria, reconheceu que ele é o melhor termo para descrever o amor de DEUS por cada pessoa.

Champlin (2006, pg. 138) apresenta o pensar de William Shakespeare[6] sobre o amor, veja:

O círculo do amor de DEUS não tinha início, e não terá fim. O mor de DEUS inspirou e garantiu a execução da missão tridimensional do Logos. Ele ministrou e ministra na terra, no Hades e nos céus para ser tudo para todos, - afinal – O amor de DEUS é real universalmente, - não meramente potencial. O amor de DEUS será absolutamente efetivo, - afinal - Limites de pedra não podem conter o amor. E o que o amor pode fazer, isso o amor ousa fazer.

 A pergunta para uma reflexão afinada da vontade de DEUS sobre Sua comunidade seria: como então nutrir uma comunidade aos padrões de DEUS? Você seria capaz de responder? Ou melhor: como posso me nutrir ao ponto de mostrar a comunidade que participo o amor de DEUS?

É necessário o não conformismo com tudo o que ocorre em nossa volta. Para isso, o Apóstolo Paulo deixou claro e nos chama para essa reflexão em Romanos 12;1-2[7], veja:

Portanto, com a ajuda de DEUS, quero que vocês façam o seguinte: entreguem a vida cotidiana — dormir, comer, trabalhar, passear — a DEUS como se fosse uma oferta. Receber o que DEUS fez por vocês é o melhor que podem fazer por Ele. Não se ajustem demais à sua cultura, a ponto de não poderem pensar mais. Em vez disso, concentrem a atenção em DEUS. Vocês serão mudados de dentro para fora. Descubram o que Ele quer de vocês e tratem de atendê-Lo. Diferentemente da cultura dominante, que sempre os arrasta para baixo, ao nível da imaturidade, DEUS extrai o melhor de vocês e desenvolve em vocês uma verdadeira maturidade.

Diante disso, cabe a cada um:

1.     Recorrer a ajuda de DEUS;

2.     Entregar-se por completo ao Senhor, ao ponto dEle ter absoluto controle sobre tudo;

3.     Estar de coração aberto para receber tudo o que DEUS tem para dar, sendo bom ou mal, segundo minha própria avaliação;

4.     Não se ajustar a cultura, ao ponto de ela controlar minha vida e atitudes;

5.     Concentra toda atenção em DEUS;

6.     Estar aberto a mudanças, não exteriores e sim, aquelas que precisamos que nos correm por dentro, como frutos do próprio pecado;

7.     Descobrir o que DEUS quer de mim e não se preocupar com meu irmão;

8.     Ter a convicção que a cultura que ora domina a sociedade, tem como único objetivo a destruição dos princípios e valores demandados por DEUS;

9.     Exercer fé que DEUS vai extrair o melhor que tem em cada um de nós e, por fim

10. Tornarmo-nos maduros.

De fato, não é uma tarefa fácil. Portanto, faz-se necessário sairmos de nossa passividade e avançarmos na oração, leitura da Palavra de DEUS e mudança nas atitudes.

O mundo anseia em conhecer o ‘amor’ Ágape. Amor que não exige amor em troca, que é inteligente e determinado, sempre voltado para a necessidade do outro, como o que DEUS nos concedeu.

Para que a sociedade que nos cercam conheça, depende de um fator: que EU esteja disponível a mostrar. Que DEUS nos capacite a entender a necessidade de vivar os Seus desejos em comunidade.

 

BIBLIOGRAFIA

CHAMPLIN, R.N. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA. São Paulo: Hagnos, 2006. v. 01.

PETERSON, Eugene e DAWN, Marva J. O Pastor Desnecessário: redescobrindo o chamado. Rio de Janeiro: Textus, 2001.

PETERSON, Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014.

 



[1] Pastor. Redes sociais: @prrobinsonlaraujo

[2] Bíblia A Mensagem

[3] Bíblia A Mensagem.

[4] Bíblia A Mensagem.

[5]  Foi um historiador do direito, filósofo, sociólogo, teólogo e um notável anarquista cristão francês.

[6] Poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo.

[7] Bíblia A Mensagem.


quinta-feira, 30 de março de 2023

EM QUAL MUNDO QUEREMOS VIVER: O DA APARÊNCIAS E ILUSÃO, SEM PROFUNDIDADE OU, DA VERDADE E CREDIBILIDADE?

 



Robinson L Araujo[1]

 

Vivemos em um mundo de aparências, onde frequentemente uma imagem vale mais que a realidade – o que chamamos de fake news – a reputação mais do que o caráter, e a percepção mais que a verdade. Motivados principalmente pela ansiedade acarretada pelas mídias sociais, onde o que importa são as curtidas, visualizações e seguidores. Fantasmas digitais!

No entanto, quando está em jogo a essência da vida, as aparências não são suficientes. Sucesso sem arrependimento, assim como famílias saudáveis e igrejas produtivas, requer credibilidade e veracidade. A presença de DEUS requer que sejamos autênticos do começo ao fim. (CORDEIRO, 2008).

Para algo ser valioso e apreciado, precisa ser autêntico e genuíno.

Podemos tomar como exemplo entre, a diferença daquilo que é autêntico e do que é superficial, uma imitação barata do real, na análise de uma mesa. Você vai a uma loja e encontra a mesa de seus sonhos, perfeita para ser colocada na sua sala. As pessoas ficarão encantadas ao chegarem na sua sala e verem aquela mesa. Você pergunta ao vendedor:  - De qual material é essa mesa? - De sucupira, responde o vendedor. Sucupira é uma madeira nobre e duradoura.

Motivado pela resistência e durabilidade da mesa, você a compra. Ao chegar em sua residência, em uma análise mais apurada e profunda, percebe que aquela mesa na verdade é feita de compensado, aglomerado de resto de madeira prensada com cola, revestida de folhas da madeira da sucupira. A primeira água que a mesa receber, começará a se esfarelar, não terá durabilidade como uma mesa de madeira maciça e autêntica.

Desta forma é a nossa vida, as pessoas clamam por artigos autênticos. Pessoas não podem ser feitas de fachadas aparentemente religiosas, que apenas estão revestidas e seu interior é frágil como o compensado. Todos nós sabemos que aquilo que sustentamos como crença e aquilo que de fato somos podem ser coisas bem distintas. Geralmente o que somos quando estamos nos holofotes não corresponde ao que somos quando estamos nas sombras, com as pessoas que nos conhecem.

Importante que tenhamos como atrativo, a convicção que, uma exposição diária ao coração e aos caminhos do Senhor dá início a um processo de transformação. Nós começamos a diminuir; o Senhor a crescer. Esse é o processo de autenticidade. Acontece lentamente. Uma fachada é possível se construir rapidamente, entretanto um pé de sucupira leva anos para atingir uma bitola boa para corte e produção de excelentes mesas.

Cordeiro (2008) nos informa que o processo de autenticidade de cada um de nós começa no íntimo de nosso coração, em suas profundezas. Davi, em Salmos 139:23[2], assevera: “Investiga minha vida, é DEUS, descobre tudo a meu respeito. Interroga-me, testa-me; assim, terás uma ideia clara de quem sou”. O Senhor nos ensina e nos renova a alma com uma carga lenta, não como uma explosão de dinamite.

Ainda, Salmos 46:10[3]a, diz: “Aquietem-se e saibam que eu sou Deus...”. é até mesmo possível vê-Lo em meio à multidão, entretanto é no silêncio que passaremos a conhece-Lo melhor, em profundidade. Tiago 1:25[4] afirma: “Mas quem dá a devida atenção à mensagem de DEUS e a vive na prática – a verdadeira liberdade – e nela se firma, sem ser mero ouvinte – essa pessoa vai longe e será abençoada por DEUS”.

Quanto mais passamos a conhecer a DEUS, mais o amaremos, e quanto mais O amamos, mais desejaremos conhece-Lo. Mas, por que precisamos conhecer em profundidade ao Senhor? Cordeiro (2008, p. 148), nos adverte:

Por que é tão importante para DEUS que nós o conheçamos? Por que Ele deseja que nós o amemos com devoção cada vez maior? É por algo chamado “afinidade criativa”. A afinidade criativa significa que você se torna cada vez mais parecido com aquilo que mais ama. Você assume as características de quem ou do que você mais ama profundamente... É por essa razão que o maior mandamento de todos é: “Ame o Senhor seu DEUS com toda a paixão, toda a fé, toda a inteligência e todas as forças”. (Marcos 12:30 – Bíblia A Mensagem). Quanto mais amamos a DEUS, mais nos tornamos as pessoas que ele desejou criar.

Isso se dá pelo fato de que, quanto mais conhecemos a Palavra de DEUS, mais liberdade encontraremos em nossa vida. Não é à toa que Jesus afirmou em João 8:32[5]: “Então, irão experimentar a Verdade, e a Verdade vai libertá-los”.

O que terá a capacidade de nos libertar não será somente a verdade: é a Verdade que passamos a conhecer que tem o poder de nos libertar! Se não conhecemos a Verdade – se deixarmos somente aprisionada nas páginas da Bíblia Sagrada – não teremos a oportunidade de sermos libertos. A verdade sozinha é maravilhosa, mas, até que passemos a conhecê-la e caminharmos sob sua luz, ela permanecerá etérea/volátil e distante.

Podemos exemplificar da seguinte forma: quando a Verdade alcança somente a nossa mente, ela se torna uma informação – somos simples fariseus; quando a Verdade alcança somente o coração, ela se torna uma inspiração – passamos ser simples fanáticos; quando a Verdade alcança o interior de nosso ser, ela passa a ser a encarnação dentro de nós – passamos a ser autênticos.

Não há nada que possamos fazer ou dizer que torne a verdade menos verdadeira. Trata-se da verdade, não importa o que pensemos a respeito dela. Se nós, entretanto, não viermos a conhecer seu poder e sua aplicabilidade, continuaremos no cativeiro dos velhos pensamentos e perspectivas. Em outras palavras, se você quer que a Verdade o liberte, não pode permitir que ela permaneça encoberta. Pegue a pá e comece a cavar! (CORDEIRO, 2008).

Entretanto, conhecer a lei não é sinal de libertação. O puro fato de conhecer a lei acaba nos aprisionando em uma caixa de regras! Quanto mais conhecemos a DEUS e a Sua Palavra, mais livres seremos. Passamos a ter uma nova e crescente confiança e, onde normalmente nossa vida estancaria ou atrasaria, seremos capazes de seguir em frente.

Isso se dá pelo fato da alegria que passa a vigorar dentro de cada um, pelo fato de obedecer ao Senhor. I João 5:3[6], escreve: “Amar a Deus significa obedecer a seus mandamentos. E seus mandamentos não são difíceis”. Sendo assim, um dos principais indicadores do nosso amor para com DEUS é se, para mim, obedecer-Lhe está se tornando cada vez mais difícil, ou se isso me traz cada vez mais prazer. Quanto maior o amor, menor será o sacrifício!

Uma forma de mostrar a transformação que a verdade nos garante é a resistência as ofensas que ora, são levantadas contra nós. Salmos 119:165[7], nos afirma: “Para quem ama o que revelas, tudo se encaixa: não há tropeço no escuro”, em outras traduções: “... nada há que os faça tropeçar.” Uma dose especial de paz é garantida àqueles que amam a Palavra de DEUS; eles desenvolverão maior resistência às ofensas.

Importante trazermos a memória quando os israelitas foram levados e aprisionados na Babilônia. DEUS tinha um propósito para aquele povo que ali estava, o que Ele queria era a autenticidade do povo em amá-Lo e servi-Lo. Vejamos o que Jeremias 28:11-14[8] nos escreve:

Sei o que Estou fazendo. Já planejei tudo, e o plano agora é cuidar de vocês! Não os abandonarei. Meu plano é dar a vocês o futuro pelo qual anseiam. Quando vocês me chamarem, quando orarem a Mim, eu ouvirei. Quando vocês me buscarem, me encontrarão. Sim, quando me buscarem de todo o coração e em primeiro lugar, dou a vocês a certeza de que não vão se decepcionar. É o decreto do eterno. Vou reverter a sorte de vocês. Vou trazê-los de volta de todos os países pelos quais os espalhei. É o decreto do Eterno. Vou trazê-los de volta para casa, para o lugar de onde os despachei como exilados. Tenham certeza.

Nossa autenticidade nos leva a obtermos integridade e, a integridade é alcançada quando nos envolvemos com o Senhor e com Ele passamos a ter intimidade, veja: “... quando vocês Me chamarem, quando orarem a Mim..., quando me buscarem..., e a buscarem de todo o coração e em primeiro lugar”.

Lembre-se: A integridade é algo reconhecido por DEUS. Vejamos o caso de Abimeleque em Gênesis 20:5-7[9]:

Não foi Abraão quem me disse: ‘Ela é minha irmã’? E ela própria afirmou: ‘Sim, ele é meu irmão’? Agi com total inocência. Minhas mãos estão limpas!". No sonho, Deus respondeu: "Sim, eu sei que você é inocente. Por isso o impedi de pecar e não deixei que a tocasse. Agora, devolva a mulher ao marido dela, e ele orará por você, pois é profeta. Então você viverá. Mas, se não a devolver, esteja certo de que você e todo o seu povo morrerão".

Quando somos fieis em deixar a Palavra de DEUS purificar o nosso coração, Ele nos oferece divina proteção. Conforme nosso coração é revelado diante da Palavra, DEUS aponta quaisquer motivações erradas que possamos abrigar em nosso íntimo.

Queremos ser bem sucedidos em nossa vida e no ministério? Tornemo-nos pessoas íntegras. Permitamos que DEUS purifique nosso coração por meio de Sua Palavra. Na verdade, uma das melhores coisas que podemos fazer por nós mesmos é certificarmo-nos de que nosso coração é genuinamente íntegro e puro. Esse será o maior legado – o único legado.

Entretanto, importante é ter em mente que a transformação não se dá do dia para noite, é como o crescimento da Sucupira, lento. O apóstolo Pedro, em sua segunda carta, capítulo 3, verso 8, nos afirma: “Não se esqueçam do óbvio, amigos: com DEUS, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. DEUS não está atrasado com Sua promessa, como alguns pensam”. É um processo diário e contínuo.

Um processo de originalidade se dá por constante abnegação de nossas vontades e desejos, procurando com intensidade o agrado a DEUS em separar o sagrado daquilo que é profano; o superficial com a profundidade e pode, por vezes, parecer algo dolorido. Para isso, Hebreus 4:12[10] nos mostra: “Tudo o que DEUS diz é sério. O que Ele diz, acontece. Sua poderosa Palavra é como um bisturi e capaz de cortar tudo, seja dúvida, seja desculpa, mantendo-nos abertos para ouvir e obedecer”. Voltamos ao exemplo de Jeremias 28 – Obedecer.

Quando buscamos a DEUS por meio de uma vida diária em comunhão, por meio da oração e meditação de Sua Palavra, temos a possibilidade de deixarmos nossa vida da superficialidade cristã, passando a nos aprofundar, como raízes sólidas e profundas, viçosa e frutífera, como exemplificado em Salmos 1:3[11], “Você é como uma árvore plantada no Éden, dando frutos novos à cada mês, que nunca perde suas folhas e que está sempre florescendo”. O profeta Jeremias, no capítulo 17, verso 8, ainda completa: “Eles são como árvores plantadas no Éden, com as raízes perto do rio. Não se preocupam com o verão mais quente e suas folhas não perdem o verde. Passam pela seca com tranquilidade, dando frutos frescos em todas as estações”.

Para finalizarmos, gostaria que nos atentássemos para que Salmos 119:9-12 nos afirma:

Como pode o jovem viver uma vida pura? Seguindo cuidadosamente o mapa da Tua Palavra. Estou decidido na Tua procura. Não permitas que eu passe sem ver as placas que pusestes no caminho. Guardei Tuas promessas na caixa-forte do meu coração, para que eu não vá a falência.

Se levarmos uma vida de superficialidade, sem nos dedicarmos a uma comunhão verdadeira com o Senhor, nossa vida cristã não passará de um “compensado” produzido pelas fortes emoções e ventos de doutrinas que nos afastam de DEUS, jogando-nos aos holofortes do orgulho de uma imagem externa, sem originalidade, aprisionados dentro de nossa caixinha. Seremos somente uma fake News.

Tenhamos a experiência de um jovem que vive uma vida pura. Sim, somos jovens diante de uma eternidade que nos espera; em uma busca enérgica e cuidadosa da direção que a Palavra nos transmite; em uma procura permanente, sem trégua; observando sempre as placas que nos advertem e mostram o caminho; guardando a Palavra na caixa-forte de nosso coração, com o intuito de não ser roubado pelos prazeres que o mundo nos oferece e sim, tendo o desejo de compartilhar por quem somos e não falamos ser.

Qual é o mundo que eu quero viver? Que o Senhor nos proporcione sabedoria para caminharmos em Vida Plena!



 

 REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acesso em: 04 out. 2022.

CORDEIRO, Wayne. Mentores Segundo o Coração de DEUS. Preserve sua alma, estabeleça seu legado e mantenha viva a Palavra de DEUS dentro de você; tradução Andrea Filatro. São Paulo: Editora Vida, 2008.

PETERSON, Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014.

 

 



[1] Pastor – redes sociais: @prrobinsonlaraujo

[2] Bíblia A Mensagem.

[3] Bíblia Nova Versão Transformadora.

[4] Bíblia A Mensagem.

[5] Bíblia A Mensagem.

[7] Bíblia A Mensagem.

[8] Bíblia A Mensagem.

[9] Bíblia Nova versão Transformadora.

[11] Bíblia A Mensagem.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

PALAVRA AOS PAIS NO DIA DAS CRIANÇAS


 

Robinson L Araujo[1]

 

INTRODUÇÃO

Vivemos dias de sacrifícios, onde a vida não está fácil para ninguém e como pais, temos a responsabilidade de criarmos e educarmos nossos filhos. Assistimos uma geração que cresce distantes, embora morando debaixo do mesmo teto, da companhia de seus pais, onde os pais acabam por transferir sua responsabilidade para as escolas, igrejas e até mesmo, a internet.

Sendo assim, a palavra não será para as crianças e sim para nós, que somos pais. O que temos feito de real na vida de nossos filhos? Que tipo de pais estamos sendo? Corrigimos suas atitudes, mostramos o caminho e a direção na vida deles?

Sou esposo e pai de duas filhas: Jeovanna, hoje com 17 anos e Emanuelly, com 13 anos. Um desafio, tendo como principal motivo a falta de um manual mostrando como de fato deveria criar minhas filhas. Creio que, pra você quem é pai/mãe, não foi ou, tem sido diferente, principalmente diante da concorrência desleais, como a internet, em virtude da infinitude de informações e cores aceleradas captadas por suas mentes, tornam nossas palavras monótonas e chatas.

Espero que possamos entender a dinâmica e mudar nossas atitudes.

 

1. MOSTRANDO A DIREÇÃO

A Palavra de DEUS, nos orienta: “Mostre a direção da vida para seus filhos – e, mesmo quando forem velhos, eles não se perderão”. (Provérbios 22:6[2]).

Peterson, (2009, p.737), afirma:

Uma das principais perguntas que todo cristão tem que fazer é: “Como posso ajudar melhor as pessoas a crescer em maturidade?”.

Os cristãos que pensam que podem indicar a alguém a direção certa na vida cristã desenhando mapas, compilando estatísticas e fazendo desenhos terão uma grande decepção. O processo de crescimento cristão não é uma questão de educação adequada; é uma questão de exemplo pessoal. Isso significa que toda vez que você se envolver em um ato de fé em Cristo, está indicando o caminho certo aos outros. Toda vez que você demonstra amor por alguém, está mostrando aos outros a vida de Cristo. Toda vez que você perdoa alguém, está apontando aos outras a direção que Cristo gostaria que seguissem.

O exemplo é sempre o melhor professor que qualquer manual de instruções.

A observação torna melhor o estudante do que simplesmente a leitura.

Mostrar a direção na vida de nossos filhos, não é simplesmente proporcionar a eles um bom colégio, boas roupas, as melhores coisas ou tudo que ele deseja. Vai mais além, começa do princípio de como estamos agindo em nossas atitudes como seus pais. O que nossos filhos vêm em nossa vida cotidiana a nosso respeito, dentro de nossas ações, na intimidade do lar.

Mostrar a direção na vida de nossos filhos é determinar objetivos na formação deles, não sendo uma tarefa fácil, requerendo muita dedicação durante anos. O que não podemos desprover de nossa mente é que DEUS assegura a Sua graça e sabedoria sobre nós, pais.

Como metas importantes na formação de nossos filhos, podemos citar:

Ø  Uma relação pessoal com DEUS – consciência de que é parte da família de DEUS e deve se relacionar diretamente com Ele;

Ø  Formação de caráter – capacidade para enfrentar as responsabilidades da vida, trabalho, casamento, sólida base moral, autodisciplina, autoestima sadia, domínio próprio, controle sobre os sentimentos, gostos...

Ø  Formação social – clara consciência de sua identidade, capacidade de se relacionar com outros, assumir compromissos, e sujeição às autoridades.

Ø  Formação física – bons hábitos alimentares associados a uma boa higiene pessoal. Horários corretos para se dormir, estudar e brincar. Estas boas práticas vão tornando a criança mais consciente de seus deveres e edificando seu caráter para ter uma vida ajustada a mais feliz.

Qual a direção que temos mostrado na vida de nossos filhos?

 

2. O USO DA DISCIPLINA

“Quem não corrige seu filho não o ama; ame seu filho, não deixe de discipliná-lo”. (Provérbios 13:24[3]).

Não poderia deixar de citar Peterson (2001, p. 2604), que adverte:

O uso da disciplina pode nos levar a um terreno muito perigoso. A maior parte da disciplina física que é aplicada pelos pais, baseia-se mais na impaciência ou nos desejos egoístas deles do que em um espírito de amor e no desejo de se obter boa disciplina. Além do mais, há um extremo de tratamento cruel, mediante o qual os pais ferem ou mesmo matam seus filhos.

Um bom pai ou mãe pode encontrar outros meios disciplinares exatamente tão eficazes, ou mais ainda, do que provocar dor física em seus filhos, mesmo que essa dor seja administrada com moderação e amor.

Importante salientar que a disciplina provida de dor física, não mudará o caráter de seu filho quando ele estiver crescido e maduro. Poderá ajudar! Lembre-se que existe a herança genética, espiritual e o destino. Se seu filho se tornar uma pessoa ruim quando adulta, a culpa pode não ser sua, mas da herança genética. Se seus filhos mostrarem ser pessoas boas, o crédito pode não ser seu.

Vejamos o que é disciplina[4]:

Disciplina é a obediência ao conjunto de regras e normas que são estabelecidos por determinado grupo. Também pode se referir ao cumprimento de responsabilidades específicas de cada pessoa. Do ponto de vista social, a disciplina ainda representa a boa conduta do indivíduo, ou seja, a característica da pessoa que cumpre as ordens existentes na sociedade.

Após a compreensão do que venha a ser disciplina, podemos citar três etapas da aplicação da mesma, sendo:

1.     Instrução: As crianças, por sua natureza em formação, necessitam de muito ensino e instrução para saberem o que fazer em todas as etapas da vida. Elas nascem num mundo onde tudo é estranho e novo e passarão a maior parte de sua vida aprendendo sobre tudo o que há no mundo;

2.     Admoestação: Admoestar significa “advertir de uma falta, repreender com bravura” ou, segundo o sentido literal do grego no novo testamento, “pôr na mente visando mudar a forma de pensar do outro”. É parte da criança desobedecer, sendo assim, caberá aos pais a repetição constante das instruções, reforçando o ensino;

3.     Correção: a correção de um filho é um treinamento de amor, aliado a uma boa instrução com admoestações.

Devemos por limites sim a nossos filhos. Quando olhamos para nossa infância, nem tudo era da maneira que queríamos, a vida era mais difícil. Hoje, queremos dar tudo a nossos filhos e acaba não lhes custando sacrifícios nenhum, em muitos casos. Talvez, porque não queiramos que eles “sofram” e damos aquilo que não tivemos no passado.

Corrigir o filho; direcionar; mostrar o que é certo e errado, sem dúvidas são maneiras de leva-los a reflexão daquilo que condiz com o que achamos certos. Até mesmo a utilização de uma “varinha”, para que ele saiba que errou, desde que, em momento algum o seu uso venha a constranger ou trazer dor e marcas pelo seu corpo.

- Lembro-me que na criação de nossa filha maior, em nossa sala, havia um buraco oco em virtude do prego que havíamos retirado do lugar. Uma vez, por sua malcriação, houve a necessidade de correção. Posterior, a varinha ocupou o lugar daquele prego e estava a sua vista. Nunca mais precisamos utilizá-la, pois ela compreendera a necessidade de sua utilização e cortava volta da mesma.

Nossos filhos precisam compreender e respeitar os limites. O problema que não colocamos mais limites na vida de nossos filhos, outros acabam achando que já são adultos.

Quando ainda pequenas, elas sempre estavam juntas em nossas compras de supermercado. Eu sempre olhava as prateleiras com elas com as mãos para trás, nós três. Mesmo desejando, aprendiam que o momento não era para comprarmos e compreendiam o limite de suas mãos, como eu.

Por outro lado, víamos crianças gritando, se jogando no chão, por vezes, xingando seus pais porque elas queriam aquele doce, ou biscoito. Ao menos para mim, entendia que se fossa minhas filhas, eu teria a maior vergonha se elas o fizessem.

Precisamos aprender a corrigir nossos filhos. A vida não é fácil, e as coisas são adquiridas com o suor do trabalho. Como afirmam: “dinheiro não vem fácil” e se eles não entenderem o valor das coisas pelo limite, se tornarão adultos consumistas e sem limites.

Disciplinar o filho é mostrar amor!

Entretanto, vejamos o que não se deve fazer ao utilizar a discipliana:

Ø  Colocar a criança sozinha em um quarto escuro (isto transmite rejeição);

Ø  Fazer passar vergonha em público e puni-la na presença de outras pessoas;

Ø  Ridicularizar (Você é um bobalhão, você não será nada na vida...);

Ø   Menosprezar (você faz tudo errado...);

Ø  Compará-las negativamente com outros;

Ø  Ameaçar (se não obedecer, eu vou...);

Ø  Dar berros, gritar, sair de si;

Ø  Privar a criança de direitos legítimos, como alimentar-se, beber água...;

Ø  Afirmar negativamente: “eu não gosto mais de você, DEUS não gosta de criança malcriada...”;

Ø  Bater, utilizando-se de outros métodos que não seja a varinha, como por exemplo: cintos, chinelos, tapas, socos...

Lembre-se: Pais que cobram demais perdem a admiração dos filhos. Deveriam colocar limites, mas jamais esquecer de elogiar ao menos três vezes mais do que criticam.

 

3. COM QUEM NOSSOS FILHOS ANDAM?

“Diga-me com quem você anda e direi quem você é: quem anda com o sábio torna-se sábio, mas quem anda om o insensato verá sua vida ir por água abaixo”. (Provérbios 13:20[5]).

Você conhece os coleguinhas de seus filhos? Conhece seus pais, sabe como vivem, o que fazem? Teve curiosidade em saber ou está tudo bem para você!

“Quem anda com sábios, se tornará sábio”. Aqui o autor mostra-nos a importância das boas companhias, sendo um truísmo, mas revela algo tão poderoso que foi o tema da primeira parte do referido verso: o homem que vive na companhia habitual dos sábios tende a tornar-se, ele mesmo, um sábio.

Agora, gostaria que pensássemos: temos sido boa companhia na vida de nossos filhos? O que temos passado para eles?

Ao invés de deixar os filhos a frente de um celular, com pessoas que muitas vezes não se conhece, onde invadem a mente das crianças, aliciando-os a práticas que o levam a vulnerabilidade emocional. Que tal, investir tempo na vida de seus filhos? Termos tempo de qualidade na vida deles.

Em “as cinco linguagens do amor”, temos que: Tempo de qualidade não é assistir à televisão ou ler uma revista com o filho por perto. Isso poderá satisfazer aquele que tem por linguagem de amor o toque físico e proximidade, mas para aqueles que precisam de tempo de qualidade, pode se tornar frustrante.

Para algumas pessoas, a primeira linguagem do amor está relacionada à qualidade de tempo mesmo que receba elogios o tempo todo, isso não seria o mais importante para ela. “Qualidade de Tempo” seria dedicar a alguém sua inteira atenção, sem dividi-la. Significa dirigir toda atenção para a outra sem ficar dando uma olhadinha na televisão, ou no celular, ou na revista, ou em qualquer situação que desvirtue a atenção.

Tempo de qualidade implica realmente em ouvir de verdade o que o outro está dizendo. A distração com outra coisa transmite não apenas que, o que a criança diz não ter importância, mas que ela mesma não é importante para você.

Os que falam esta linguagem apreciam sentar e conversar. Tendem a falar sobre assuntos sérios e com muita frequência se dispõem a compartilhar medos ou aspirações profundas. Para estes, o que importa é o tempo dedicado a conhecer seus pensamentos e sentimentos. O tempo pode ser apenas de 10 minutos, mas para aquele que fala a linguagem do tempo de qualidade, esses 10 minutos são preciosos.

Parece que todos exigem tempo com você? Preste atenção: às vezes o que vão lhe contar, para você pode não ter muita importância, mas para ele sim. Aprenda a escutar, a dar-lhe a atenção necessária, pois, quem sabe, ele não está desenvolvendo a linguagem do tempo de qualidade com você.

Dar um passeio, sair para comer juntos. O estar junto tem a ver com o focalizar a atenção. Quer dizer fazer coisas juntos e conceder atenção total a quem está conosco. A atividade em si não é o mais importante e sim a atenção que damos e recebemos.

Conversa de Qualidade: Isto significar parar tudo para conversar em um diálogo acolhedor sem interrupções. Ouvir por ouvir e na hora de comunicar o amor cumpra alguns quesitos básicos como: Olho no Olho, Atenção total, Saber escutar, Não interrompa para exprimir as suas própria ideias.

A vida é como uma cadeia de montanhas com múltiplas possibilidades. Cada passo do caminho é incerto, e parte do terreno é traiçoeiro. Somente uma pessoa sem experiência pensaria que é possível fazer a escalada sozinho.

 

4. FORMANDO SUCESSORES E NÃO HERDEIROS

Por último e não mais ou menos importante que os anteriores, temos a reponsabilidade de formarmos, dando uma direção na vida de nossos filhos. Não quero afirmar que seguirão nossas instruções a finco, mas não podemos desistir na caminhada da formação.

Augusto Cury (2021), no livro Pais Inteligentes Formam Sucessores, não herdeiros, comenta que pais no mundo todo, ao criticarem e cobrarem excessivamente de seus filhos, geram herdeiros e não sucessores. Herdeiros são imediatistas, querem tudo rápido e pronto como um hambúrguer, enquanto que sucessores elaboram seus projetos, pensam a médio e longo prazos. Herdeiros vivem a sobra de seus pais, enquanto que sucessores constroem seu legado. Herdeiros exploram seus pais como pequenos ditadores, enquanto que sucessores se curvam em agradecimento aos seus educadores, inclusive, seus professores. Herdeiros detestam o NÃO, enquanto que sucessores sabem a importância dele. Herdeiros são gastadores irresponsáveis da sua herança, seja ela a vida, os valores, a ética ou os bens materiais, enquanto sucessores preservam e enriquecem sua herança.

A Bíblia nos assevera em Efésios 6:3[6]: “Pai, não provoquem seus filhos, sendo duros demais com eles. Tratem de segurá-los pela mão para guia-los no caminho do Senhor”.

“Segurar pela mão e guia-los”, não é formar herdeiros tão somente, vai muito além, é realmente investir no discipulado, mostrar como é o caminho, é fazê-los sucessores e futuros homens e mulheres de valor.

Conheço muitos filhos que, ao perderem seus pais, sendo alguns com uma vida financeira bacana, acabaram por ficarem falidos. Não sabiam como o dinheiro surgia, mas sabiam gastá-lo demasiadamente. Eram somente herdeiros, não estavam aptos para administrar a fazenda, empresa, comercio deixado por seus genitores.

Quando se forma sucessores, eles sabem o custo para gerar riquezas. Possuem firmeza na hora de investir e sabedoria na hora de gastar. Viram quão difícil foi seus pais chegarem onde chegaram e, se não forem bons administradores, acabarão falidos.

O que estamos formando: herdeiros ou sucessores?

Que DEUS nos dê a capacidade de formarmos filhos sucessores.

 

REFERÊNCIAS

CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado: versículo por versículo: volume 4: Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares. 2ª ed. São Paulo: Hagnos, 2001.

CURY, Augusto. Vá mais longe: treine sua memória e sus inteligência. Jandira, SP: Principis, 2021.

PETERSON, Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014.

PRESBITÉRIO. A FAMÍLIA UM PROJETO DE DEUS: Livreto II – Pais e Filhos. Série; “Fazei discípulos”. Igreja em Porto Alegre, 2014.



[1] Pastor. Pós graduado em Aconselhamento Pastoral e Terapia Familiar. Redes sociais: @prrobinsonlaraujo

[2] Bíblia A Mensagem

[3] Bíblia A Mensagem.

[4] Disponível em: < https://www.significados.com.br/disciplina/>. Acesso em: 10 out. 2022.

[5] Bíblia A Mensagem

[6] Bíblia A Mensagem