Robinson Luis de Araujo
INTRODUÇÃO
Ao
fazer minha leitura devocional da Palavra de DEUS, me deparei com a história
narrada no livro de II Samuel, no capítulo 6 (mais a frente, detalharei os
versículos), quando Davi dançou e uma de suas esposas o repreendeu, sendo ela
Mical, filha de Saul.
É
possível vermos e ouvirmos, em nossos dias, por meio das pregações e exigências que são feitas ao povo de cima dos
púlpitos, a obediência que se deve ter na busca de uma santidade, gerada pelo
fruto da moralidade humana. Estamos pregando muito mais a moral do que o Senhor
quer de seus "verdadeiros" filhos.
Quando
li o referido texto, percebi o confronto do que seria "moralidade"
exacerbada na vida de uma pessoa que guardava a moral e, ao ver o esposo
dançar, uma expressão física que não poderia acontecer, vindas por uma pessoa
que ora, havia sido escolhida por DEUS, para reinar sobre Seu povo escolhido,
principalmente em público. Detalhe: Davi estava cheio da presença de DEUS.
Logo,
debrucei-me a solucionar o conflito que gerou na mente, por meio da oração e
busca na Palavra do Senhor. Sendo assim, antes de você continuar a leitura, ore
ao Senhor e peça que Ele lhe proporcione compreensão que nos leva a uma
adoração desvinculada de preceitos morais humanos.
1. A MORALIDADE TERRENA/HUMANA
Em
qualquer pesquisa, seja ela nos livros filosóficos, nas mídias digitais ou em
conversas formais, é possível afirmar que: Moral é o conjunto de regras
adquiridas através da cultura, da educação,
da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento
humano dentro de uma sociedade.
Em
sua construção Etimológica, o termo moral tem origem no latim mos (morales), cujo significado é “relativo aos costumes, vontade e
uso”. As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo
uma palavra relacionada com a moralidade e com os bons costumes.
Está
associada aos valores e convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura
ou por cada sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem
do mal, ou a violência dos atos de paz e harmonia.
Os
princípios morais como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude, dentre
outras, determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores universais
que regem a conduta humana e as relações saudáveis e harmoniosas.
Fato
que pode-se acompanhar nas Sagradas Escrituras, quando o Senhor Yavé, entrega
nas mãos de Moisés, as Tabuas da Lei, conforme Êxodo 20:1-17 (NBV) que afirma:
2 - "Eu sou o Senhor seu Deus. Eu tirei você da terra do Egito,
onde você foi um povo escravo.
3 - "Não creia nem adore nenhum deus - a não ser a Mim.
4, 5 e 6 - "Não faça ídolos. Não preste culto a imagens - nem de
animais, nem de aves, nem de peixes, nem de qualquer coisa ou ser existente em
cima do céu, nem embaixo na terra, nem nas águas. Não faça gestos de respeito
ou de adoração diante de nenhuma imagem, pois Eu sou o Senhor, seu Deus. Sou
Deus zeloso, e trarei maldição sobre os pecados de um pai até à terceira e
quarta geração dos filhos daqueles que Me odeiam, mas mostrarei bondade até mil
gerações àqueles que Me amam e guardam os meus mandamentos.
7 - "Nunca use mal o meu nome. Não tolerarei qualquer abuso neste
sentido.
8, 9, 10 e 11 - "Guarde o sétimo dia como dia de santo descanso. É
ordem minha. Trabalhe nos outros seis dias, mas o sétimo dia é o dia de
descanso do Senhor seu Deus. Nenhum trabalho será feito nesse dia, nem por
você, nem por ninguém da sua casa - filhos, filhas, criados, criadas, bois,
burros ou qualquer outro animal. Nem mesmo os estrangeiros que estejam morando
com você. Todos têm de obedecer a este mandamento. Todos devem descansar nesse
dia - sejam empregados ou patrões. Por que você fica obrigado a guardar o dia
de descanso? Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar, e tudo o
que neles há, e descansou no sétimo. Por isso Eu separo o dia de descanso e lhe
dou uma bênção toda especial.
12 - “Honre seu pai e sua mãe”. Se obedecer, terá
vida longa e próspera na terra, que o Senhor dá a você.
13 - "Não mate.
14 - "Não pratique adultério.
15 - "Não roube.
16 - "Não diga mentiras contra seu próximo.
17 - "Não cobice a mulher do próximo, nem
fique com inveja do próximo, querendo a casa, as terras, os criados, os
animais, ou qualquer outra coisa que ele possua."
Importante
ressaltar que a moral orienta o comportamento do homem diante das normas
instituídas pela sociedade ou por determinado grupo social, como exemplo citado
no texto acima. Para que Israel se diferenciasse dos povos por onde eles
andariam e dominariam, o próprio DEUS lhes enviou um código de regras e condutas,
para que houvesse harmonia entre eles.
Também,
quando se continua uma leitura da Bíblia, percebe-se, quando DEUS determinava
que o povo de Israel marchasse e dominasse um determinado lugar, eles eram
obrigados a matar toda espécie de vida que havia, sendo: humana, vegetal ou
animal e, quando desobedeciam, eram punidos. Contradizendo a Lei: "Não
mataras". Seria Yavé um "contraventor" da própria Lei?
Para
Champlin (2006), a moralidade corresponde à palavra ética, que vem do grego éthos, um virtual sinônimo de mos. Naturalmente ela difere dependendo
de cada indivíduo, e não segue, necessariamente, meros costumes, hábitos ou
volições
pessoais, conforme a palavra indica, literalmente.
Pode-se
também, citar alguns princípios do que ser é moral, como por exemplo, a relação
formada por Champlin ( 2006, p. 356), que menciona:
1.
Alguns filósofos e teólogos consideram a moralidade como algo natural e humano,
objetando às ideias que falam sobre alguma mente divina ou cósmica que
controlaria a moralidade. Isso corresponde à ética relativa ou ética
situacional. Essa é uma moralidade a posteriori.
2. A
moralidade também poderia ser considerada a
priori,
isto é, dependente de regras que antecedem à experiência, presumivelmente
alicerçadas sobre fontes extra-humanas ou
sobre-humanas. Esse tipo de moralidade equivale à ética rigorosa ou formal,
segundo a qual os homens não estabelecem as regras, mas são obrigados a
obedecer às mesmas.
3. Também existe a moralidade das coisas boas. Essas coisas, embora não reputadas absolutas, são
estáveis. Assim, a moralidade não seria absolutamente fixo, mas seria estável.
As coisas boas valorizadas hoje, serão as mesmas coisas boas valorizadas amanhã.
Após longos períodos de tempo, entretanto, poderá haver alguma leve modificação.
4. Poderia conceber que a moralidade é derivada do processo
evolutivo, e não de poderes divinos, uma variante da primeira possibilidade
acima. As leis morais seriam estabelecidas mediante a experiência, a
necessidade e ao uso e costume.
5. Nietzsche
ensinava que há dois tipos de moralidade: a
moralidade do senhor e a moralidade do escravo. Seriam meras conveniências
sociais, e não, necessariamente frutos da vontade de qualquer força divina.
6. Para Santayana, a moralidade nada mais
era do que costume ou hábito, sujeito a desenvolvimentos e modificações.
Fato
que, ao analisar o uso da tatuagem, a um tempo não distante, aquelas pessoas
que possuíam uma tatuagem em seu corpo, era alvo de discriminação pois, a moral
da sociedade assim compreendia e não aceitavam, por estarem relacionados a
pessoas de má índole, contraventoras, rebeldes. Na atualidade, é considerada
uma expressão artística, possuindo significados e sentimentos.
É
importante ressaltar que: o certo hoje, já foi o errado no passado, como por
exemplo, as mulheres que eram desprezadas na antiguidade - isso não quer dizer
que conseguiram de forma plena seu espaço na atualidade - não podendo falar
dentro do culto, conforme o Apóstolo Paulo assevera em II Coríntios 14:34-35
que diz:
34 - As mulheres devem permanecer em silêncio
durante as reuniões da igreja. Não devem tomar parte na discussão, porque elas
são subordinadas aos homens, como as Escrituras também afirmam.
35 - Se tiverem alguma pergunta façam aos maridos
em casa, pois é inconveniente as mulheres expressarem suas opiniões nas
reuniões da igreja.
Importante
para aqueles que estão a frente de uma igreja, não contaminarem o público com
suas próprias razões morais e pessoais, com a finalidade de manter domínio de
um povo, fazendo com que sigam regras e condutas estipuladas carnalmente, quando
pessoas adentram com a necessidade de receberem o melhor de DEUS, deixando de
sentir a mais doce ação e presença do Espírito Santo, de forma livre, por Sua
ação individualizada.
É o
caso de Mical, descrito em II Samuel 6:19 (A Mensagem): "Mas, quando a
arca do Eterno entrou na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, veio assistir ao
cortejo de sua janela. Quando viu o rei Davi pulando e dançando diante do
Eterno, ficou aborrecida com ele". Conhecedora de "regras
morais" - como filha de rei - sabia que não era bom para o rei, se
misturar e até mesmo se divertir com os menos favorecidos, podendo atrapalhar a
reputação do mesmo, conforme o verso 20 do capítulo 6 de II Samuel: "Davi
voltou para casa, a fim de abençoar sua família. Mas Mical, filha de Saul, veio
ao seu encontro: “Que bonito! O rei se expondo na presença das escravas dos
seus servos, como um dançarino de rua!” (A Mensagem).
2. A MORALIDADE DIVINA/ESPIRITUAL
Quase
todas as filosofias, bem como a esmagadora maioria das religiões, reconhecem a
existência do problema do pecado. A maioria delas oferece alguma sugestão sobre
como esse problema pode encontrar solução. O cristianismo, por sua vez,
salienta que qualquer moralidade autêntica e duradoura, tem de ter origem
Divina. A santidade puramente humana não é grande coisa, não é muito pura, e é
extremamente vacilante.
Sendo
assim, o próprio DEUS reconhece que se a salvação do homem fosse fruto de sua
moralidade, ele estaria condenado eternamente. A moralidade espiritual não está
vinculada com o que "eu" ou "você" acha por certo ou
errado. Claro que ela não se vincula ao pecado e quando se tem definição de pecado,
podemos afirmar que: Pecado não é o conceito de uma
cultura quando acha que o conceito de pecado está envolvido em
argumentos legalistas sobre o certo e errado.
A moralidade Divina, não está relacionada ao querer do homem em
realizar o certo ou errado. O próprio Apóstolo Paulo afirma em Romanos 7:17-22
(NBV), que diz:
17 - No entanto, não o posso evitar por mim mesmo, porque já não sou eu
que estou fazendo. É o pecado dentro de mim, que é mais forte do que eu e me
obriga a fazer tas coisas ruins.
18 - Eu sei que estou completamente corrompido no que diz respeito à
minha velha natureza pecaminosa. Seja para que lado for que eu me volte, não
consigo fazer o bem. Quero, sim, mas não consigo.
19 - Quando quero fazer o bem, não faço; e quando procuro não errar,
mesmo assim eu erro.
20 - Agora, se estou fazendo aquilo que não quero, é simples dizer onde
a dificuldade está: o pecado ainda me retém entre suas garras malignas.
21 - Parece um fato da vida que, quando quero fazer o que é correto,
faço inevitavelmente o que está errado,
22 - Quanto à minha nova natureza, eu gosto de fazer a vontade de Deus;
Quando ele termina dizendo: "Quanto
à minha nova natureza, eu gosto de fazer a vontade de Deus", ele afirma
que, não consigo nada por minha natureza que é pecaminosa e sim, pela ação do
Espírito Santo que passa à habitar no homem, trazendo-lhe uma nova natureza,
fazendo-lhe uma nova criatura.
O Espírito Santo, atuante sobre o espírito
humano, provê uma real santidade. O Espírito é o agente do arrependimento e,
por conseguinte, do impulso e primeiro passo da santidade. Ele é o Autor da
santificação e, portanto, da santificação contínua. Vejamos o que I Coríntios
6:11, nos afirma: "Houve tempo quando alguns de vocês eram exatamente
isso, porém agora seus pecadas foram lavados; vocês estão separados para Deus,
e Ele os aceitou devido ao que o Senhor Jesus Cristo e o Espírito de nosso Deus
fizeram por vocês" (NBV). A
salvação não é fruto da moralidade humana.
Paulo ainda
afirma em Romanos 15:16 que para sermos e tornarmos santos e aceitos por DEUS,
não depende de nosso esforço "moralidade" é ação do Espírito Santo e
somente por Ele.
É claro que DEUS
não aceita o pecado e a prática pecaminosa. É necessário que o homem demonstre
arrependimento e vida transformada pela ação do Espírito Santo que habita nele.
I Coríntios 3:16 nos afirma: " Vocês compreendem que todos juntos são a casa de Deus, e que
o Espírito de Deus vive entre vocês, em sua casa?" (NBV).
Da mesma forma que o Espírito Santo é a fonte de
santidade, assim também todas as qualidades morais são inspiradas por Ele. É
possível essa compreensão, quando lemos Gálatas 5:22-23 (A Mensagem), que diz:
Mas vamos falar
da vida com Deus. O que acontece quando vivemos no caminho de Deus? Deus faz
surgir dons em nós, como frutas que nascem num pomar: afeição pelos outros, uma
vida cheia de exuberância, serenidade, disposição de comemorar a vida, um senso
de compaixão no íntimo e a convicção de que há algo de sagrado em toda a
criação e nas pessoas. Nós nos entregamos de coração a compromissos que
importam, sem precisar forçar a barra, e nos tornamos capazes de organizar e
direcionar sabiamente nossas habilidades.
Essa moralidade da parte de DEUS, não gera conflito com a
moralidade humana, pelo contrário, tira todo o peso das costas, trazendo alívio
e suavidade, como Mateus nos afirma: "Sejam meus companheiros e
apreenderão a viver com liberdade e leveza" (Mateus 11:30 - A Mensagem).
Acredito que, o mandamento de Êxodo 20:3, que afirma: - "Não creia nem adore nenhum deus - a não ser a Mim
(NBV), está literalmente ligado a moralidade Divina, pois, caso contrário, o
homem não têm a possibilidade de mudança em sua forma de agir, mediante a
condução do Espírito Santo. Certamente, confirmado em Marcos 12:30-31 (A
Mensagem) que completa: "Ame o Senhor
seu Deus com toda a paixão, toda a fé, toda a inteligência e todas as forças’.
E o segundo é: ‘Ame o próximo como a você mesmo’. Não há nenhum outro
mandamento que se compare a esses”.
Champlin (2006)
ainda nos afirma que é impossível
exagerar a importância da moralidade da fé cristã, porquanto é através da
transformação moral que se efetua a transformação metafísica. Ninguém poderá
jamais compartilhar da natureza de Cristo, a menos que chegue à perfeição
moral.
A moralidade
Divina, tem por finalidade transformar o homem de dentro para fora. É por meio
de suas atitudes, que saem de seu interior, conforme nos afirmou o texto de
Gálatas. Não é pela transformação de nosso exterior que alcançaremos a
transformação interior.
Entretanto, quando
agimos sob controle do Espírito Santo que habita dentro de nós, temos a
possibilidade de participar da própria natureza e dos atributos de DEUS,
conforme Efésios 3:19 que nos fala: "Experimentem a largura! Testem o
comprimento! Subam às alturas! Vivam uma vida cheia da plenitude de DEUS! (A
Mensagem).
3. A NATUREZA HUMANA
A natureza
humana é uma obra caída e desmoralizada, principalmente sobre a influência do
pecado. Não queira acha que você ou eu, estamos fora de sermos assolados pelo
pecado. A Palavra do Senhor nos afirma que o "mundo jaz no maligno"
(I João 5:19). Sendo assim, produzimos frutos ruins, como obras, vejamos o que Gálatas
5:17-21 (NBV) nos afirma:
17 - Porque nós por natureza gostamos de fazer as
coisas ruins que são justamente o oposto das coisas que o Espírito nos manda
fazer; e as coisas boas que desejamos fazer quando o Espírito nos domina, são
justamente o oposto dos nossos desejos naturais. Estas duas forças dentro de
nós estão lutando constantemente uma contra a outra, a fim de ganharem o
domínio sobre nós, e os nossos desejos nunca estão livres de suas pressões.
18 - Quando vocês forem guiados pelo Espírito
Santo, não precisarão mais obrigar-se a obedecer às leis judaicas.
19 - Entretanto, quando vocês seguirem suas
próprias inclinações erradas, suas vidas produzirão os seguintes maus
resultados: pensamentos impuros; ansiedade pelo prazer carnal;
20 - idolatria, feitiçaria, (isto é, incentivo à
atividade dos demônios); ódio e luta; ciúme e ira; esforço constante para
conseguir o melhor para si próprio; queixas e críticas; o sentimento de que
todo mundo esta errado, menos aqueles que são do seu próprio grupinho; e haverá
falsa doutrina,
21 - inveja, assassinato, embriaguez, divisões
ferozes e toda essa espécie de coisas. Vou dizer-lhes novamente como já o fiz
antes, que todo aquele que levar esse tipo de vida não herdará o reino de Deus.
Um resumo de
quem somos e para onde a moral humanamente imposta nos leva. Podemos levar uma
vida de aparente transformação quando submetemos a caprichos humanos, quando
resolve-se obedecer a lideranças humanas, não que devamos ser desobedientes,
não. Mas, quando o domínio de nossa espiritualidade é movimentada pela natureza
humana e não divina, somos fadados ao fracasso e nossa moral acaba por ser
abalada.
Voltemos ao
exemplo de Mical, quando ela repudia o proceder de Davi "E
Davi, vestido com as roupas de sacerdote, de linho, dançava diante do Senhor
mostrando a sua alegria (II Samuel 6:14 - NBV). Davi era um homem segundo o
coração de DEUS (I Samuel 13:14), resolve se render ao mover do Espírito Santo
que estava sobre ele: "Assim,
enquanto Davi estava entre os seus irmãos, Samuel tomou o azeite que havia
trazido e o derramou sobre a cabeça de Davi; e o Espírito do Senhor veio sobre
Davi e lhe concedeu grande poder, daquele dia em diante. ( I Samuel
16:13 - NBV). A natureza humana tende a condenar tudo aquilo que não agrada ou
não está segundo o "seu/meu" querer.
Um detalhe que aconteceu a Mical, está
relacionado no verso 23 de II Samuel 6, que diz: "E Mical, filha de Saul,
não teve filhos durante a sua vida toda". Ela já havia gerado cinco
filhos, porém, pela sua natureza, deixou de gozar as bênçãos de conceder filhos ao rei Davi.
Vejamos o que Silvia
Togneli nos revela sobre este fato:
A respeito dessa situação
de Mical ou Micol, precisamos entender que a sociedade da época, exigia
que as mulheres fossem férteis, para mostrar assim a benção que uma mulher
recebia de Deus no seu casamento e também para dar posteridade aos maridos. E,
por isso, uma mulher estéril não era considerada como abençoada por Deus.
É o que o castigo quer dizer.
Esse “castigo” foi dado a Mical/
Micol porque ela criticou Davi por ter dançado, diante da Arca do Senhor e
também porque ela o desprezou. O texto é da época da corte de Salomão e por
isso não seria favorável a quem tivesse feito uma crítica ao rei Davi,
especialmente uma mulher.
O
que se pode perceber é que, a natureza humana acaba por ser condenada por ela
mesma. O que nossa natureza humana precisa entender é que, se não morrermos por
Cristo e em Cristo, tudo será em vão. Paulo nos afirma em Gálatas 2:19-21 (A
Mensagem), o seguinte:
Explico
o que aconteceu comigo: tentei guardar regras e me esforçar para agradar Deus,
mas isso não funcionou. Então, desisti de ser um “homem da lei” para me tornar
um “homem de Deus”. A vida de Cristo me mostrou como fazer isso e me deu
capacidade de viver assim. Eu me identifico totalmente com ele. De fato, fui
crucificado com Cristo. Meu ego não ocupa mais o primeiro lugar. Pouco me
importa parecer justo ou ter um bom conceito entre vocês: não estou mais
tentando impressionar Deus. Agora Cristo vive em mim. A vida que vivo não é
“minha”, mas é vivida pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por
mim. E eu não volto mais atrás. Não está claro que voltar para a velha religião
de guardar regras e agradar os outros é abandonar a nova vida de relacionamento
com Deus? Não posso desprezar a graça de Deus! Se é possível ter um
relacionamento vivo com Deus apenas guardando regras, Cristo morreu em vão.
Se a
natureza humana não estiver crucificada na cruz, jamais seremos seres
moralmente agradáveis a DEUS, pois é impossível ao homem ser por si mesmo.
Podemos nos esforçar, mas não vai funcionar; podemos buscar, mas não vamos
encontrar, pois ela está na cruz.
Por
isso, Romanos 3:23-24 (NBV) nos afirma:
23 - Sim, todos pecaram; todos fracassaram, e não
puderam alcançar o glorioso ideal de Deus;
24 - no entanto, Deus nos declara agora "sem
culpa" das ofensas que Lhe fizemos se confiarmos em Jesus Cristo, aquele
que em sua bondade tira os nossos pecados gratuitamente.
Por herança,
somos pecadores e, como pecadores, sem a remissão pessoal daquilo que não
agrada a DEUS, jamais poderemos ser pessoas morais diante de DEUS. A nossa
redenção é por graça, mediante a fé e não por obras - moralidade humana, para que
ninguém se glorie e possa alcançar por suas forças ou por uma transformação de
aparências (Efésios 2:8-9).
4. CONCLUSÃO
É preciso
mudarmos nossas convicções. Davi acreditou, quando afirmou em II Samuel 6:20-21
(NBV), que diz:
21
- Davi respondeu: "Eu dançava louvando ao Senhor, que me colocou acima do
seu pai Saul e sua família; ao Senhor, que me nomeou para ser o rei de Israel,
o povo escolhido do Senhor! Não me importa que aos seus olhos eu não seja bem
visto: continuarei dançando, em louvor ao Senhor. 22 - Sim, embora pareça tolo
e humilhante, sei que serei respeitado pelas moças e mulheres diante das quais
você disse que eu me exibia!"
A eternidade no
céu não pode ser vinculada ao modo de vida moralmente imposta por uma religião,
grupo, denominação ou liderança. É algo pessoal, depende de arrependimento
genuíno, de encontro e acontece de dentro para fora.
É preciso que
sejamos seres moralmente espirituais e não humanos. Quando alcançarmos o
espiritual, o humano há de nos acompanhar, pois a transformação interna reflete
no externo. Paulo ainda nos alerta em Romanos 14:1-3 (A Mensagem), vejamos:
1. Recebam de
braços abertos os irmãos que não veem as coisas como vocês. Não os atropelem
toda vez que eles fizerem ou falarem algo com o qual vocês não concordam —
mesmo quando parecer que eles são fortes nas opiniões, mas fracos na fé.
Tratem-nos com gentileza.
2-3. Por
exemplo, uma pessoa viajada pode muito bem estar convencida de que pode comer
de tudo que há na mesa, enquanto outro, com uma formação diferente, pode pensar
que o certo é ser vegetariano. Mas, como ambos são convidados à mesa de Cristo,
não seria desagradável se um começasse a criticar o que o outro comeu ou deixou
de comer? Afinal, Deus convidou ambos para sua mesa. O que você vai fazer:
cortá-los da lista de convidados, ou interferir nesse amor de Deus que a todos
recebe? Se há correções a serem feitas ou lições a serem aprendidas, Deus pode
lidar com elas sem sua ajuda.
“Resumindo, o
que quero dizer é: cresçam! Vocês são súditos do Reino; tratem de
viver como tais. Assumam sua identidade, criada por Deus. Sejam generosos uns
para com os outros, pois Deus age assim com vocês” (Mateus 5:48 - A Mensagem).
João
8:32 ainda nos afirma: "Então irão experimentar a Verdade, e a Verdade vai
libertá-los" (A Mensagem). É preciso que experimentemos a Liberdade que
somente Cristo pode nos oferecer.
Lembre-se:
O céu a de nos surpreender!
REFERÊNCIAS
_______. Disponível
em: <http://www.abiblia.org/ver.php?id=4197>. Acessado em 29 dez.2016.
_______. Disponível
em: <https://www.significados.com.br/moral/> Acessado em: 29 dez.2016.
A Nova Bíblia Viva. Publicado pela Associação Religiosa Editora
Mundo Cristão. Disponível em: <http://bibliaviva.bl.ee/index.html>. Acessado
em 29 dez.2016.
CHAMPLIN, Russell
Norman. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA E
FILOSOFIA. Vol. 4. São Paulo: Hanos, 2006.
PETERSON, Eugene H. A Mensagem: Bíblia na linguagem
contemporânea, supervisão exegética e teológica Luiz Sayão. São Paulo: Editora
Vida, 2011.
ABREVIATURAS
NBV - A Nova Bíblia
Viva
A Mensagem - Bíblia
em Linguagem Contemporânea