domingo, 29 de novembro de 2020

SENDO DISCÍPULO. DE QUEM?

 



Robinson L Araujo[1]

 

É claro. Precisamos responder a essa pergunta de forma correta, pois, muitas vezes, acabamos nos tornando discípulos da pessoa errada. Talvez você me pergunte: Como assim, da pessoa errada? Veremos no decorrer de nossas anotações.

Fomos comissionados por DEUS, por meio de Jesus Cristo ao Ide e nesse ide, uma das condições é fazer discípulos. Jesus, em Mateus 28:18-20, Instrui:

Resoluto, Jesus os instruiu: “DEUS me autorizou a comissionar vocês: vão e ensinem a todos (fazei discípulos) os que encontrarem, de perto e de longe, sobre este estilo de vida, marcando-os pelo batismo no nome tríplice: Pai, Filho e Espírito Santo. Vocês devem ensiná-los a praticar tudo que tenho ordenado a vocês. Eu estarei com vocês enquanto procederem assim, dia após dia após dia, até o fim dos tempos”. (grifo nosso).

Uma importante observação que deve ser feita é: não importa quem sou meus bens e inteligência cognitiva que desenvolvemos ao longo da vida. Sendo assim, a essa observação eu chamo nossa atenção para o fato de que: "sempre seremos ninguém". Por mais que o Senhor nos capacite como Seus discípulos, e nos leve a falar em grandes congressos, igrejas, nos coloque em locais de honra, continuaremos a ser ninguém. É o maior desafio para aquele que quer ser discípulo do Senhor: crucificar nosso ego e a vaidade!

Francisco de Assis, citado por MANNING (2014, p. 78), afirmou:

Não perca de vista o final da vida. Não esqueça seu propósito e destino como criatura de DEUS. O que você é à vista dele é o que você é, e nada mais. Lembre-se de que, quando deixar esta terra, você não poderá levar consigo nada que recebeu — sinais efêmeros de honra, paramentos do poder —, mas apenas o que lhe foi dado; um coração pleno enriquecido por serviço honesto, amor, sacrifício e coragem.

Para Francisco, o discipulado — seguir a Cristo — não era simplesmente a coisa mais importante da vida, era a única. Era literalmente uma questão de vida ou morte:
sou o que sou aos olhos de Deus e nada mais. O discipulado exige que coloquemos de lado os acessórios, paremos de fazer jogos de palavras e cheguemos à essência das coisas - Jesus Cristo.

Para o seguidor de Jesus, a essência está em viver pela fé e não pela religião. Viver pela fé consiste em constantemente redefinir e reafirmar nossa identidade com Jesus, medindo-nos com base no padrão de quem Ele é — não medindo a Ele com nossos dogmas eclesiásticos e heróis locais. Jesus é a luz do mundo. Em sua luz
descobrimos que não é mera retórica o que Ele exige, mas renovação pessoal, fidelidade à Palavra e conduta criativa.

Sendo assim, tornar-se discípulo de Jesus, não é o fato de me tornar discípulo de homens. Uma pesada decisão, que por muitas vezes, ao escolher ser discípulo do "homens", acabo sendo levando para o lado do orgulho e poderio "santo" por mera religiosidade. Diante disso, não de pode confundir religiosidade com discipulado; de fato, a religiosidade pode ser um refúgio seguro do estilo revolucionário proposto por Jesus.

Cabe ressaltar a afirmação de MANNIG (2014, p. 79):

Numa véspera de ano-novo, um "cristão" sincero talvez decida que é hora de viver como discípulo, então ele (ou ela) resolve o seguinte: vou mergulhar na Palavra todos os dias, juntar-me a um grupo de oração, encontrar um guia espiritual, ler mais livros cristãos, ir à igreja com maior frequência, aumentar minha hora devocional, experimentar-me com jejuns e gritar "Louvado seja DEUS!" na hora de acordar e de deitar. Muitos discípulos fazem essas coisas, mas nem por isso seguem a Jesus. Embora indubitavelmente religiosos, eles nunca se submeteram a um estilo de vida assinado por Ele. Qual é a relação entre discipulado e prática religiosa? Esta última sustenta a vida cristã. É impossível manter os valores cristãos em foco se não lemos as Escrituras, oramos e nos apoiamos em outros para sustento e direção. Do contrário, nossa cultura — que se entrega ao apetite, à curiosidade e à distração — e a mídia — que atiça nossa coceira por bens materiais — se provarão fortes demais para nós.

A imposição de sermos discípulos está diretamente relacionada ao Senhorio de Cristo e ao desenvolvimento de um coração humilde e manso. Até mesmo, porque, ao lermos a passagem que Paulo escreve em I Coríntios 11:1-3a, diz: "1. Sejam meus imitadores, como eu sou imitador de Cristo. 2. Eu os elogio porque vocês sempre têm se lembrado de mim e têm seguido os ensinamentos que lhes transmiti. 3.Mas quero que saibam de uma coisa: o cabeça de todo homem é Cristo...". Ser imitador de alguém, não esta relacionado diretamente a ser igual à aquela pessoa. Ele afirma: "...como sou de Cristo"; em seguir aos ensinamentos que por ele eram passados. E qual seriam os ensinamentos? Cristo é a Cabeça.

Lembro-me de uma reunião de pastores que estava em determinada congregação a qual pertenci, onde foi perguntado: "Quem é seu discípulo?" Sendo direcionada para que todos respondessem, conforme estavam dispostos em suas cadeiras, ao chegar minha vez em dar a resposta, respondi: "... tenho vinte, após nomear as pessoas que andavam comigo", o líder respondeu: "esses não valem!".

Uma verdadeira baldada de água fria em minha cabeça, tudo que me ensinaram em formar "discípulos" não valeu. Talvez pela dificuldade que outros demonstraram em fazer discípulos ou pelo fato de eu não apresentar somente um único nome, mas vinte nomes de pessoas que andavam comigo?

Veio-me a memória a passagem de Paulo registrada em I Coríntios 3:4-7, vejamos:

4. Quando um de vocês diz: “Eu sigo Paulo”, e o outro diz: “Eu sigo Apolo”, não estão agindo exatamente como as pessoas do mundo? 5. Afinal, quem é Paulo? Quem é Apolo? Somos apenas servos de Deus por meio dos quais vocês vieram a crer. Cada um de nós fez o trabalho do qual o Senhor nos encarregou. 6. Eu plantei e Apolo regou, mas quem fez crescer foi Deus. 7. Não importa quem planta ou quem rega, mas sim Deus, que faz crescer.

Não temos a obrigação de fazermos discípulos nossos e sim, discípulos de Jesus Cristo, a nós cabe lançar a Semente - Sua Palavra - para que outros reguem e outros colham os frutos. Exatamente o que Jesus afirmou: "Ide fazei discípulos...", não meus e sim dEle.

Creio que, em Gálatas 2:20, Paulo acaba por encerrar a discussão e afirmar o que é ser discípulo e a quem seguir, vejamos:

20. Eu me identifico totalmente com ele. De fato, fui crucificado com Cristo. Meu ego não ocupa mais o primeiro lugar. Pouco me importa parecer justo ou ter um bom conceito entre vocês: não estou mais tentando impressionar DEUS. Agora Cristo vive em mim. A vida que vivo não é “minha”, mas é vivida pela fé no Filho de DEUS, que me amou e se entregou por mim. E eu não volto mais atrás. Não está claro que voltar para a velha religião de guardar regras e agradar os outros é abandonar a nova vida de relacionamento com DEUS? Não posso desprezar a graça de DEUS! Se é possível ter um relacionamento vivo com DEUS apenas guardando regras, Cristo morreu em vão. 

Assistimos em nossos dias a proliferação do discipulado onde pessoas que se tornam discípulos - não da mente de Cristo - e sim da mente humana, acabam por deixar de ser quem verdadeiramente são, assumindo o papel/vida daquele que ora, é e/ou foi seu discipulador, deixando a mente de Cristo e assumindo a mente humana. Com certeza, meu "ego" como discipulador acaba por vir à tona!

Devemos sim, buscar boas referências, caminhar com pessoas que apreciamos ou nos apresentou o Evangelho Transformador, mas não assumir o papel daquela pessoa que acato como "meu discipulador" e sim o de Jesus Cristo: "... já estou crucificado com Cristo...". Reconheço ser uma palavra um pouco 'pesada' para digerir.

Brennan, no capítulo 5 de seu livro: "A assinatura de Jesus", apresenta três características de Sua vida, ensinamento e importância imediata para sermos verdadeiros Discípulos - dEle - sendo: 1. Jesus vivia para DEUS; 2. Ele vivia para os outros e 3. Vivia em simplicidade de vida. Baseado nesses princípios, eu retorno as características para a minha e sua vida, por meio de três perguntas, sendo elas:

 

1. Vivo para DEUS?

Manning (2014) nos afirma que o tema central da vida pessoal de Jesus de Nazaré era sua intimidade crescente com o Pai, sua confiança nEle e o amor por Ele. Sua vida interior estava centralizada em DEUS. Para ele, o Pai era tudo. A vontade do Pai era o ar que ele respirava. "Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz" (João 5:19). A vontade do Pai era um rio de vida, uma corrente sanguínea da qual Jesus extraía vida de forma mais profunda do que de sua mãe. "Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe" (Mateus 12:50). Ele vivia seguro na aceitação do Pai. "Como o Pai me amou, também eu vos amei" (João 15:9).

Aqui reside o segredo, creio, da vida interior de Jesus. A comunhão de Cristo com Abba no santuário interior de sua alma transformava sua visão em realidade, capacitando-o a perceber o cuidado e amor de DEUS por trás da complexidade da vida. A prática da presença de DEUS ajuda-nos a discernir a providência divina em ação, especialmente naquelas horas sombrias em que a assinatura de Jesus
está sendo traçada em nossa carne.

O filósofo William James[2] disse: "Em algumas pessoas, a religião existe como um hábito superficial; em outras, como uma febre aguda". Jesus não suportou a vergonha da cruz para passar adiante um hábito superficial. Se nós não tivermos a febre do Evangelho e uma plena paixão e comunhão com DEUS e Cristo, precisamos nos ajoelhar, pedir perdão e clamar para que a chama queime-nos por dentro!

O místico Meister Eckhart[3], do século XV, escreveu: "Há um número excessivo de cristãos que seguem o Senhor até a metade do caminho apenas. Abrem mão de bens, amigos e honras, mas têm muito próxima a possibilidade de renegarem a si mesmos".

Jesus afirmou em Mateus 14:26-27: "26. “Se alguém que me segue amar pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs, e até mesmo a própria vida, mais que a mim, não pode ser meu discípulo. 27. E, se não tomar sua cruz e me seguir, não pode ser meu discípulo".

As palavras de Eckhart tocam um ponto essencial e vão direto ao coração sobre discipulado. Não estou falando em nos entregarmos a uma série de atividades espirituais, aumentarmos o tempo de oração formal ou nos envolvermos em mais organizações ligadas à igreja. Não estou falando de jejuns, rituais, devoções, liturgias ou reuniões de oração. Estou falando de uma vida vivida completamente para Deus, a estonteante vida de um discípulo comprometido e disposto a seguir Jesus ao longo da outra metade do caminho. Uma vida entregue sem reservas, proposto em humildade e ousadia. Estou querendo dizer isso literal e completo, isso quer dizer que: Ser como Cristo é ser cristão.

Há um caráter explosivo e revolucionário nessa proposta. Quando um discípulo vive inteiramente para DEUS, de mãos dadas com o Jesus para quem DEUS é tudo, o poder ilimitado do Espírito Santo é liberado. DEUS irrompe, milagres ocorrem, o mundo é renovado e a história muda. Jesus nos chama para essa extraordinária vida de discipulado, não como um ideal simpático, mas como um programa de vida sério, concreto e realista para ser vivido aqui e agora por você e por mim.

 

2. Vivo para os outros?

É aqui que verdadeiramente mostramos de quem somos discípulos!

Jesus não era apenas chamado de amigo de publicanos e pecadores, mas era de fato. Ele fazia amizade com a ralé, a gentalha de sua cultura. Gray[4] (1979), afirma: "Um dos mistérios da tradição do evangelho é essa estranha atração de Jesus pelas pessoas sem atração alguma, seu estranho desejo pelos indesejáveis, seu estranho amor pelos não-amáveis. A chave desse mistério é, naturalmente, o Pai. Jesus faz o que vê seu Pai fazendo, ama os que o Pai ama"

Quando Jesus amarrou uma toalha ao redor da cintura, encheu de água uma bacia de cobre e lavou os pés dos discípulos (traje e tarefa de escravo), começou a revolução da Quinta-Feira Santa, e uma nova idéia de grandeza no reino de DEUS emergia. Jesus é servo, ministrando às necessidades dos outros: "[...] se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também"
(João 13:14-15).

Que chocante reversão das prioridades e valores de nossa cultura! Preferir ser servo a ser o senhor da casa; meramente ridicularizar os deuses de poder, prestigio, honra e reconhecimento; recusar-se a levar a si mesmo a sério; viver sem melancolia uma agenda depressiva – são essas as atitudes e ações que trazem o selo do discipulado autêntico. Na verdade, Jesus disse: bendito é você se ama ser desconhecido e visto como nada. Sem levar nenhum outro fator em conta, preferir o desprezo à honra, o ridículo ao louvor, a humilhação à glória – são essas as fórmulas da grandeza no reino de DEUS.

Muitas vezes, queremos estar ao lado das pessoas que nos fazem bem; daquelas que sabem fazer o melhor churrasco, a mais saborosa comida..., sim, ser agradado e agradar. Jesus nos mostrou completamente que as nossas ações devem ser sincronizadas com o coração de Aba.

Jesus em Lucas 6:31-36 nos surra no rosto, quando combate o desejo de ser agradado e agradar a quem nos agrada, vejamos:

31. Façam aos outros o que vocês desejam que eles lhes façam. 32. “Se vocês amam apenas aqueles que os amam, que mérito têm? Até os pecadores amam quem os ama. 33. E, se fazem o bem apenas aos que fazem o bem a vocês, que mérito têm? Até os pecadores agem desse modo. 34. E, se emprestam dinheiro apenas aos que podem devolver, que mérito têm? Até os pecadores emprestam a outros pecadores, na expectativa de receber tudo de volta. 35. “Portanto, amem os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles sem esperar nada de volta. Então a recompensa que receberão do céu será grande e estarão agindo, de fato, como filhos do Altíssimo, pois ele é bondoso até mesmo com os ingratos e perversos. 36. Sejam misericordiosos, assim como seu Pai é misericordioso.”.

Como está minha empatia para com aqueles que estão em minha volta? Escolho discípulos pelo agrado do meu coração ou faço discípulos para agradar ao desejo do coração de DEUS?

 

3. Vivo em simplicidade de vida?

Quando Jesus nos diz para não acumularmos tesouros para nós mesmos na terra, é porque ele sabe que onde está nosso tesouro aí está nosso coração. E o coração de um discípulo pertence somente a DEUS. Um cristão não admite dependência a nada mais. Seu único mestre é o Senhor Jesus Cristo. Mateus 6:19-21, Jesus adverte:

19. “Não ajuntem tesouros aqui na terra, onde as traças e a ferrugem os destroem, e onde ladrões arrombam casas e os furtam. 20. Ajuntem seus tesouros no céu, onde traças e ferrugem não destroem, e onde ladrões não arrombam nem furtam. 21. Onde seu tesouro estiver, ali também estará seu coração.

Nossa vida na caminhada terrena tornou-se excessivamente complexa e abarrotada pelas novas obrigações que nascem de um dia para o outro. Nossa agenda é cheia das minhas preocupações com o amanhã e o que providenciar para dentro de casa e cuidados com a família e conforto, dentre outras coisas que nos trazem conforto e segurança. O verdadeiro problema está no interior. As distrações externas refletem uma ausência de integração interior com o espiritual.

Se seguir a Jesus tem algo a nos dizer no mundo real em que vivemos, esse algo nos fala aqui e agora. Nossa vida em Cristo é para ser vivida a partir do Centro. Alojado dentro de nós está o poder de viver uma vida de paz, integração e confiança. O único requisito para acioná-lo é a intensidade do desejo. Se você realmente quer viver a partir do Centro, você viverá. Todos já ouvimos o sussurrar gentil do Espírito em nossa vida. Algumas vezes seguimos o sussurro, e o resultado foi um notável equilíbrio de vida, alegria, energia e clareza mental. Nossa vida exterior tornou-se simplificada com base na integração interior.

Há certas questões que todo cristão deve responder com plena sinceridade. Você tem fome de Jesus Cristo? Você anseia por gastar mais tempo com Ele em oração? Ele é a pessoa mais importante de sua vida? Ele preenche sua alma como uma canção de júbilo? Ele está em seus lábios como brado de louvor? Você se entrega ansiosamente a sua biografia, seu Testamento, a fim de aprender mais dEle? Você está se esforçando para morrer diariamente para qualquer coisa que inibe, ameaça ou diminui sua amizade?

Manning (2014) deixa claro que somente quando os discípulos se entregarem ao mistério do fogo do Espírito que queima no interior, quando nos submetermos à verdade de que alcançamos a vida apenas por meio da morte; quando reconhecermos que o grão de trigo deve desaparecer no solo, que Jonas deve ser enterrado no ventre da baleia, que o vaso de alabastro do "eu" deve ser quebrado para que os outros percebam a doce fragrância de Cristo; quando respondermos ao chamado de Jesus, que não é: "Vinde à reunião de oração", mas: "Vinde a mim", então o poder ilimitado do Espírito Santo será liberado com força atordoante. A disciplina da vontade secreta será um persuasivo sinal para a igreja e para a cultura. O termo renovação carismática cairá em desuso. O corpo de Cristo estará mergulhado numa revolução.

Claramente, o discipulado é uma forma revolucionária de viver. Uma vida vivida em simplicidade para DEUS e para os outros. É o que Paulo tinha em mente quando
escreveu em Efésios 4:23-24: "E vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo DEUS, em justiça e retidão procedentes da verdade".

Voltemos com ousadia a nossa pergunta: De quem eu sou discípulo? O verdadeiro discípulo é aquele que segue o discipulado pela mente de Cristo que nos leva a viver e caminhar em uma Vida Plena, sem peso e julgo.


 

 

 


 REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 24 nov. 2020.

MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus: o chamado a uma vida marcada por paixão santa e fé inabalável. Traduzido por Maria Emília de Oliveira. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2014.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.

 



[1] Pastor - discípulo de Cristo - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - Redes sociais: @prrobinsonlaraujo - 27/11/20.

[2] William James foi um filósofo e psicólogo americano e o primeiro intelectual a oferecer um curso de psicologia nos Estados Unidos. Nascido em 1842 e falecido em 1910.

[3] Eckhart von Hochheim OP (c. 1260 -. c 1327), comumente conhecido como Meister Eckhart, era um alemão teólogo , filósofo e místico

[4] GRAY, Donald. Jesus, the Way to freedom. Winona, MN: St. Mary's Press, 1979. P.38.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O EVANGELHO TRANSFORMADOR!

 



Robinson L Araujo[1]

 

O Evangelho de Cristo por meio da cruz caracteriza-se pelo Poder transformador na vida daqueles que aceitam a se submeterem ao discipulado do Mestre, à sombra da Cruz. Transformando medo em ousadia; pavor em clamor.

Importante que nos reportemos a Igreja primitiva, sem placas ou dirigida por uma doutrina, a não ser do arrependimento, que era anunciado pelos apóstolos, como por exemplo, a passagem de Atos 3:36-39, que afirma:

36. “Portanto, saibam com certeza todos em Israel que a esse Jesus, que vocês crucificaram, Deus fez Senhor e Cristo!”. 37. As palavras partiram o coração dos que ouviam, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?”. 38. Pedro respondeu: “Vocês devem se arrepender, para o perdão de seus pecados, e cada um deve ser batizado em nome de Jesus Cristo.  Então receberão a dádiva do Espírito Santo. 39. Essa promessa é para vocês, para seus filhos e para os que estão longe, isto é, para todos que forem chamados pelo Senhor, nosso Deus”. Atos 2:36-39

O Evangelho, contrário do que muitos anunciam, como por exemplo: revelações de CRF's das pessoas que buscam um milagre, que ora fora anunciado na conferência de determinado "evangelistas"; O "pastor" que irá curar e trazer bênçãos materiais sobre sua vida e por aí, a caminhada é longa e exaustiva se tentarmos escrever aqui.

Aqueles homens anunciavam:

ü  Jesus crucificado se tornou Senhor e Cristo;

ü  A Mensagem anunciada tinha o poder de adentrar ao coração dos ouvintes e queriam uma transformação;

ü  O arrependimento era a chave para ser salvo e os pecados serem redimidos;

ü  O batismo que anunciava para aqueles que assistiam, o compromisso de mudança do estilo de vida;

ü  Está aberta a todos e não a um grupo reduzido de pessoas.

O reconhecimento do discípulo de Jesus, não vem por imposição e sim, por reconhecimento daqueles que veem a transformação e a ousadia que caminham juntos na anunciação do Evangelho do Reino. Em Atos 4:10-13, após a cura de um aleijado à porta do templo por Pedro e João, sendo eles indagados pelos líderes, podemos perceber a ousadia da anunciação do Evangelho. Vejamos:

10. Saibam os senhores e todo o povo de Israel que ele foi curado pelo nome de Jesus Cristo, o nazareno, a quem os senhores crucificaram, mas a quem Deus ressuscitou dos mortos. 11. Pois é a respeito desse Jesus que se diz: ‘A pedra que vocês, os construtores, rejeitaram se tornou a pedra angular’. 12. Não há salvação em nenhum outro! Não há nenhum outro nome debaixo do céu, em toda a humanidade, por meio do qual devamos ser salvos”. 13. Quando os membros do conselho viram a coragem de Pedro e João, ficaram admirados, pois perceberam que eram homens comuns, sem instrução religiosa formal. Reconheceram também que eles haviam estado com Jesus.

Ainda eles afirmam, mesmo sendo ameaçados: "Não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos!”. (Atos 4:20).

E a transformação que o Evangelho traz ao homem, o condiciona a busca de uma comunhão com seus irmãos, bem como, a necessidade de ajudar e compartilhar com aqueles que não possuem condições financeiras, Vejamos:

32. Todos os que creram estavam unidos em coração e mente. Não se consideravam donos de seus bens, de modo que compartilhavam tudo que tinham. 33. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e sobre todos eles havia grande graça. 34. Entre eles não havia necessitados, pois quem possuía terras ou casas vendia o que era seu 35. e levava o dinheiro aos apóstolos, para que dessem aos que precisavam de ajuda. Atos 4:32-25

Importante salientar que o pecado é o ponto de partida de todo distanciamento social. Todo pecado, inclusive de pensamento, deixa sua marca na estrutura psiquica da alma humana. Todo pecado do qual não nos arrependemos obscurece sinistramente a verdadeira honestidade.

Na Bíblia de Transformação Pessoal, MANNING (2015, P. 1276) acaba por trazer a seguinte reflexão de vida:

A Igreja primitiva foi construída por pequenos grupos de pessoas que se reuniam para apoiar umas às outras em um modo de vida inteiramente novo. Essas comunidades primitivas eram prova visível de uma alternativa para o status quo de sua cultura. Hoje, precisamos de pequenos grupos de pessoas que levem o Evangelho a sério, que percebem o que DEUS está fazendo em nosso tempo e que sejam prova viva do que significa estar no mundo sem ser do mundo. Essas comunidades "de base" ou igrejas de bairros devem ser pequenas o suficiente para que haja intimidade, coesas o suficiente para que haja aceitação e amáveis o suficiente para que haja espaço para críticas. A comunidade reunida em nome de Jesus nos capacita para encarnar em nossa vida aquilo que cremos em nosso coração e aquilo que proclamamos com nossos lábios.

Acredito que o ponto central da cruz, além de Jesus morto e ressurreto, é a unidade que ele trás em nossas vidas. O problema é que, nós, por nossa ganância, egoísmo e egocentrismo, deturpamos o viver da Igreja primitiva. Os apóstolos não anunciavam o dia de cura e restauração, somente pela sobra deles, em suas caminhas, quando projetada na vida dos enfermos, era capaz de curar. Não porque eram melhores que os outros e sim, a transformação e o compromisso que tinham com Cristo.

Não tinham o interesse pessoal e financeiro, simplesmente davam aquilo que receberam pela graça, com custo de Sangue! O Livro de Atos 5:12-16, nos afirma exatamente como era o comportamento daquelas pessoas. Vejamos:

12. Os apóstolos realizavam muitos sinais e maravilhas entre o povo. Todos se reuniam regularmente no templo, na parte conhecida como Pórtico de Salomão. 13. Quando se reuniam ali, ninguém mais tinha coragem de juntar-se a eles, embora o povo os tivesse em alta consideração. 14. Cada vez mais pessoas, multidões de homens e mulheres, criam no Senhor. 15. Como resultado, o povo levava os doentes às ruas em camas e macas para que a sombra de Pedro cobrisse alguns deles enquanto ele passava. 16. Muita gente vinha das cidades ao redor de Jerusalém, trazendo doentes e atormentados por espíritos impuros, e todos eram curados.

A pergunta aqui não seria: "Posso Curar?" e sim: "Deixaria que o poder restaurador de Cristo ressurreto flua por meio de minha vida para alcançar e a tocar outros, de modo que eles também possam sonhar, lutar, permanecer firmes e correr a onde os valentes não ousam ir?"

João Crisóstomo[2] (1962), pai da Igreja primitiva escreveu:

Quando o homem procura sinais e sabedoria e não recebe as coisas que busca, mas ouve o contrário daquilo que procura, e depois tem a mente mudada por esses contrários, isso não mostra o poder indescritível daquele cujo nome está sendo proclamado?

Mesmo em um estudo superficial da história da Igreja, ela revela que o Espírito de DEUS sopra com a força de um furacão apenas por meio daqueles profetas e amantes da verdade que se rendam a loucura da cruz. Se existe sabedoria superficial e pouco poder na nossa adoração e no nosso ministério, creio que, é porque poucos de nós nos entregamos ao que Paulo chama de morrer todos os dias para todas as formas de egocentrismo, incluindo a auto promoção e a autocondenação. Manning (2014).

Por outro lado, também, devemos entender que poucos querem ouvir a pregação de um Cristo crucificado, que nos convida a estamos crucificado junto com Ele.  A preferência é por um Cristo agente da mudança social; ou o revolucionário; ou o Mestre do relacionamento interpessoal que vai ajudá-los a fazer amigos e influenciar pessoas. Ninguém quer ouvir falar sobre um Cristo pregado no madeiro que diz: "Mudem de vida; Sigam em uma nova direção; Siga-me e se submeta a um discipulado radical, uma Metanoia!"

A imitação de Cristo que somos convidados a por em prática, é aquela não de um herói morto e sim, da que Cristo vive no cristão, e o cristão vive no Cristo ressurreto por meio de Seu Espírito Santo.

O estilo de vida que os apóstolos foram inseridos e que, somos convidados a viver é que, ao olharmos para aquela cruz, passamos a entender que na Sua paixão e morte, Jesus sentiu a minha e a sua dor, e tomou-as para Si. Isaías 53:5 já proclamara: "Mas Ele foi ferido por causa de nossa rebeldia e esmagado por causa de nossos pecados. Sofreu o castigo para que fôssemos restaurados e recebeu açoites para que fôssemos curados".

O que acontece nesse encontro com o Crucificado é que participamos de algo que já aconteceu, a nossa união com Jesus e tudo o que ela implica: o fato dEle assumir toda dor, ansiedade, medos, vergonha, autodepreciação e desencorajamento.

Não há meio de curar as feridas que carregamos, a não ser por meio do amor de Jesus que perdoa setenta vezes e não mantém registros dos nossos erros.

Contorcendo-se de dor na cruz, Jesus disse: "Conheço cada momento de pecado, egoísmo, desonestidade e amor degradado que desconfigurou sua vida, e não o julgo indigno de compaixão, perdão e salvação. Agora, faça o mesmo com os outros. Não julgue ninguém.

Henri Nouwen[3] (1995), afirmou:

Somente quando reivindicamos o amor de Cristo crucificado com convicção sincera, esse amor que transcende de todos os julgamentos, é que venceremos todo o medo do julgamento. Quando nos livramos completamente da necessidade de julgar os outros, somos completamente libertados do medo de ser julgados. A experiência de não ter que julgar não pode coexistir com o medo de ser julgado, e a experiência do amor não julgador da Salvador crucificado não pode coexistir com a necessidade de julgar os outros.

Somente pelo Evangelho vertido daquela cruz, tem-se a possibilidade de uma mudança radical de vida, deixando as coisas velhas para trás e, tendo a possibilidade de se escrever uma nova página em nossa caminhada.

A Igreja primitiva é um exemplo para que, voltemos a nossa origem, deixando para trás o julgamento o qual, a DEUS e somente a Ele pertence.

Somente assim, teremos a possibilidade de caminharmos em Vida Plena.


 

 


REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 24 nov. 2020.

MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus: o chamado a uma vida marcada por paixão santa e fé inabalável. Traduzido por Maria Emília de Oliveira. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2014.

 



[1] Pastor, Discípulo de Cristo - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - redes sociais: @prrobinsonlaraujo - 26/11/20.

[2] The Sermons of Jonh Chrysostom. In.: MONTAGUE, George. The Living Thought of St. Paul. Englewood, NJ: Prentice Hall, 1962. P. 78. - João Crisóstomo foi um arcebispo de Constantinopla e um dos mais importantes patronos do cristianismo primitivo.

[3] Henri Jozef Machiel Nouwen foi um católico holandês, teólogo, padre e escritor, autor de 40 livros sobre vida espiritual.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O PODER MARAVILHOSO DA CRUZ!

 


Robinson L Araujo[1]

 

Sem sombras de dúvidas, a cruz do calvário é capaz de nos trazer a libertação, como a maldição. Libertação pela transformação que o sangue ora vertido, tem poder para limpar nossos pecados. Maldição, pelo fato de uma vida eterna afastada da presença de DEUS, caso não aceite o Poder que emana dela.

É por meio da cruz que temos a possibilidade de nos tornarmos discípulos do Mestre Jesus. Somos discípulos somente quando permanecemos sob a sombra da cruz.

Vejamos a afirmação do Mestre: "Quem se recusa a tomar sua cruz e me seguir não é digno de mim". (Mateus 10:38). Dietrich Bonhoeffer, mártir alemão, compreendeu o significado dessa afirmação de Jesus e escreveu: "Quando Jesus chama alguém, pede-lhe que venha e morra". Sendo assim, não temos nenhum direito ou possibilidade de escolher um caminho diferente do que DEUS escolheu em Jesus. A cruz é o símbolo da nossa salvação e o padrão para nossa vida.

Não foi por mero discurso que o Apóstolo Paulo afirmou em Gálatas 2:20: "Fui crucificado com Cristo; assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Portanto, vivo neste corpo terreno pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim".

Como discípulo de Cristo, as paixões do mundo deixam de ser primazia e os desejos que passam a dominar meu coração, é o fazer a vontade de DEUS, para que nenhum de Seus pequeninos se perca.

Para que nossas ações sejam de um verdadeiro discípulo, Manning (2014) exorta-nos afirmando que, quando as nossas crenças dogmáticas e os nossos princípios morais não se transformam em discipulado, a santidade é uma ilusão. E o mundo não tem tempo para ilusão.

Bem interessante as palavras de MANNING (2014. P. 34), quando afirma:

A piedade cristã popularizou o DEUS apaixonado do Gólgota. A arte cristã transformou a atrocidade indescritível do Calvário em joia majestosa. A adoração cristã sentimentalizou o escândalo monstruoso em encenação sagrada. A religião organizada domesticou o Senhor da glória crucificado, transformando-o em um símbolo subjugado. Considerada relíquia da Igreja, a cruz não perturba a nossa religiosidade confortável. No entanto, quando o Cristo crucificado e ressurreto, invés de permanecer ícone, adquire vida e liberta-nos para o fogo que veio atear, ele produz mais devastação que todo o conjunto de hereges, humanistas seculares e pregadores em causa própria.

Sendo assim, Jesus ordena nada menos do que colocar o nosso ego e os nossos desejos na cruz. Gálatas 5:24, o Apóstolo Paulo afirma: "Aqueles que pertencem a Cristo Jesus crucificaram as paixões e os desejos de sua natureza humana".

Hoje, muitas igrejas tentam eliminar o risco e o perigo desse chamado. Para amortecer o risco e eliminar o perigo do discipulado, elaboram uma lista de regras morais que nos dão segurança em vez de insegurança santa. A Palavra da cruz - o Poder e a Sabedoria de Jesus crucificado - manifesta-se por sua ausência. Esse é o foco da cruz, mudar pessoas, afastando-nos dos valores deste mundo.

Cabe salientar que Jesus não morreu nas mãos de desordeiros, estupradores ou assaltantes. Ele caiu nas mãos bem lavadas de sacerdotes e advogados, estadistas e professores, os membros mais respeitados da sociedade. João 19:17-18, nos confirma: "Carregando a própria cruz, Jesus foi ao local chamado Lugar da Caveira (em aramaico, Gólgota). Ali eles o pregaram na cruz. Outros dois foram crucificados com Jesus, um de cada lado e ele no meio".

Por outro lado, quando o Jesus crucificado não é proclamado nem vivido em amor, a Igreja torna-se uma sociedade entediada e entediante. Não há poder, não há desafio, não há fogo. Não há mudança. Tornamos monótono o que deveria ser extraordinário. O cristão deve ser e transparecer sua paixão por Cristo e Sua cruz.

Não foi a toa que Jesus proclama para que sejamos sal e luz. Vejamos Mateus 5:13-16:

13. “Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o sabor, para que servirá? É possível torná-lo salgado outra vez? Será jogado fora e pisado pelos que passam, pois já não serve para nada. 14. “Vocês são a luz do mundo. É impossível esconder uma cidade construída no alto de um monte. 15. Não faz sentido acender uma lâmpada e depois colocá-la sob um cesto. Pelo contrário, ela é colocada num pedestal, de onde ilumina todos que estão na casa. 16. Da mesma forma, suas boas obras devem brilhar, para que todos as vejam e louvem seu Pai, que está no céu".

É sob a cruz que o homem atinge sua hombridade, não se pode compartilhar a glória do Senhor ressurreto a não ser no discipulado da cruz, afirma Jesus Means Freedom[2]. Sendo assim, essa é a questão que cada um de nós precisa fazer a si mesmo. Quem é Jesus? O que o discipulado envolve hoje? Pois o resto, não passa de delírio.

Salutar é o que o Apóstolo Paulo escreve em I Coríntios 1:18-24:

18. A mensagem da cruz é loucura para os que se encaminham para a destruição, mas para nós que estamos sendo salvos ela é o poder de Deus. 19. Como dizem as Escrituras: “Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes”. 20. Diante disso, onde ficam os sábios, os eruditos e os argumentadores desta era? Deus fez a sabedoria deste mundo parecer loucura. 21. Visto que Deus, em sua sabedoria, providenciou que o mundo não o conhecesse por meio de sabedoria humana, usou a loucura de nossa pregação para salvar os que creem. 22. Pois os judeus pedem sinais, e os gentios buscam sabedoria. 23. Assim, quando pregamos que o Cristo foi crucificado, os judeus se ofendem, e os gentios dizem que é tolice. 24. Mas, para os que foram chamados para a salvação, tanto judeus como gentios, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.

Quando Jesus adentra em nossa vida com Sua escandalosa cruz na forma de angustia mental, sofrimentos físicos e feridas do espírito que não cicatrizam, oramos por coragem para permanecer firmes contra o realismo insidioso do mundo, contra a carne e contra o Diabo.

Um belo plano empreendedor. Se, de fato, a nossa vida fosse uma imitação da vida de Cristo, o nosso testemunho seria irresistível. Se ousássemos viver sem nos preocupar com os interesses próprios; se nos recusássemos a ser vulneráveis; se adotássemos de uma atitude de compaixão perante o mundo; se fossemos uma contracultura ao desejo louco do nosso país pelo orgulho da posição que ocupamos, do poder e dos bens materiais; se preferíssemos ser fiéis a ser bem-sucedidos, as paredes da indiferença a Jesus Cristo desmoronariam. Muitas pessoas seriam desprezadas pela sociedade; mas centenas, milhares, milhões de servos como aqueles conquistariam o mundo. Cristãos cheios da autenticidade, do compromisso e da generosidade de Jesus seriam o sinal mais espetacular na história da raça humana. O chamado de Jesus é revolucionário. Se nós o puséssemos em prática, mudaríamos o mundo em questões de meses, afirma Branning (2014).

Sendo assim, o homem só é considerado amante da cruz se isso o capacitar a ajustar as contas com os poderes e as seduções do mundo, afirmou Ernst Käsemann[3].

Ao longo de toda Sua paixão, Jesus não condenou ninguém. Ao longo de Sua vida, Suas palavras não foram proferidas para culpar e envergonhar, acusar e condenar, subornar e rotular. O crucificado olha diretamente para mim. Seus olhos estão cheios de sangue, lágrimas e dor, e Ele mal consegue me ver. De repente, partindo de Seu coração ferido, Ele sussurra o meu nome. Não se trata de um nome determinado. Simplesmente diz "Pedra Branca, conforme Apocalipse 2:17: "“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vitorioso, darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra branca, e nela estará gravado um nome novo, que ninguém conhece, a não ser aquele que o recebe.”.

Diante de tal fato, Paulo nos escreve: "Sem dúvida, vocês são uma carta de Cristo, que mostra os resultados de nosso trabalho em seu meio, escrita não com pena e tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, e gravada não em tábuas de pedra, mas em corações humanos". (II Coríntios 3:3).

O poder da cruz foi transmitido ao homem pelo próprio Jesus, dando-lhe vida eterna, conhecimento de DEUS e o conhecimento do próprio Jesus, vejamos João 17:13,:

1. Depois de dizer todas essas coisas, Jesus olhou para o céu e orou: “Pai, chegou a hora. Glorifica teu Filho, para que ele te glorifique, 2. pois tu lhe deste autoridade sobre toda a humanidade. Ele concede vida eterna a cada um daqueles que lhe deste. 3. E a vida eterna é isto: conhecer a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste ao mundo.

O está consumado, ainda sussurra em nosso meio, quando observado e escrito pelo Apóstolo João 19:30: (...“Está consumado”. Então, inclinou a cabeça e entregou o espírito.).

A Mensagem da cruz deve trazer para cada um que se diz cristão a possibilidade da crucificação com o próprio Senhor. I João 5:18-20, nos apresenta três características dessa mensagem, sendo:

18. Sabemos que os nascidos de Deus não vivem no pecado, pois o Filho de Deus os protege e o maligno não os toca.

19. Sabemos que somos filhos de Deus e que o mundo inteiro está sob o controle do maligno.

20. E sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para que conheçamos ao Deus verdadeiro. Agora, vivemos em comunhão com o Deus verdadeiro, porque vivemos em comunhão com seu Filho, Jesus Cristo. Ele é o Deus verdadeiro e é a vida eterna.

 
O poder da Cruz é o poder de transformação, que nos dá a possibilidade de caminhamos em Vida Plena sob sua sombra.

 

 

 

REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 24 nov. 2020.

MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus: o chamado a uma vida marcada por paixão santa e fé inabalável. Traduzido por Maria Emília de Oliveira. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2014.



[1] Pastor, Discípulo de Cristo - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - redes sociais: @prrobinsonlaraujo - 24/11/20

[2] É um livro que afirma com rigor a liberdade da pessoa cristã e, com o mesmo rigor, refuta aqueles que restringem ou negam essa liberdade em nome da ortodoxia cristã. O autor - Ernst Käsemann - cujas percepções foram moldadas pelas agonias de servir como pastor durante os anos de Hitler na Alemanha,

[3] Ernst Käsemann foi um teólogo luterano alemão e professor do Novo Testamento em Mainz, Göttingen e Tübingen