Robinson
L Araujo[1]
Em tempos de Pandemia provocada pela COVID-19, onde as autoridades
solicitam um isolamento por parte da sociedade, na tentativa de evitar a
propagação do vírus, trazendo assim, uma superlotação em leitos hospitalares,
assiste-se um crescente número de casos de violência doméstica, no local onde
deveria haver paz, proteção e tranqulidade: o seio do LAR.
Olhe algumas chamadas:
O isolamento social foi recomendado pelas autoridades de saúde como uma
medida importante contra a propagação do coronavírus. Porém, uma das consequências
da recomendação para que as pessoas fiquem em casa tem sido o aumento dos casos
de violência doméstica contra as mulheres. Umas das causas apontadas é a maior
permanência das mulheres na convivência com os agressores. (Fonte: Agência
Senado[i]).
Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública (FBSP) mostrou que o número de ocorrências de violência contra a mulher
aumentou em seis estados — São Paulo, Acre, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul, Mato Grosso e Pará —, em comparação ao mesmo período em 2019. O relatório
aponta ainda que só no Estado de São Paulo, onde a quarentena foi adotada no
dia 24 de março, a Polícia Militar registrou um aumento de 44,9% no atendimento
a mulheres vítimas de violência, o total de socorros prestados passou de 6.775
para 9.817. Casos de feminicídios também
subiram, de 13 para 19 (46,2%). O Rio de Janeiro viu aumento de 50% nos casos
de violência doméstica logo nos primeiros dias de quarentena (Fonte: Uol[ii]).
O chefe da ONU, António Guterres, pediu medidas
para combater o “horrível aumento global da violência doméstica” dirigida a
mulheres e meninas, em meio à quarentena imposta pelos governos na resposta à
pandemia da COVID-19. (Fonte: Nações Unidas[iii]).
Infelizmente, contrário ao que DEUS proporcionou ao homem, onde o livro
de Gênesis registra no início da criação: "O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho.
Farei alguém que o ajude e o complete”. (Gênesis 2:18). Sendo assim, DEUS dá um sono profundo ao homem e de sua costela forma a
mulher. Em seguida, o próprio homem afirma: "“Finalmente!”, exclamou o homem. “Esta é
osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada ‘mulher’, porque foi
tirada do ‘homem’”. Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e
os dois se tornam um só". (Gênesis 2:23-24). Sendo tirada do
homem, o casal deixa pai e mãe e se juntam formando uma só carne.
Formando uma só carne, tem-se aqui o sentido de unidade e caminhar
juntos. Processo que deveria estar em crescimento durante a vida em casal,
quando o tempo afina as confidencialidades e completa a unidade, que deveria
ser marcas do tempo. Importante salientar que, a referida afirmação de
"Adão", se deu antes da queda do homem, mas que não deveria ser
mudado em nossos dias, bastando à luta pessoal na busca da unidade e crescimento,
proporcionando confiança, respeito, segurança...
Mas, por que o crescimento da violência contra a mulher se avassala da
maneira reproduzida pelas reportagens? São vários os motivos que levam as
agressões, de forma justificadas pelos agressores, porém, injustificadas.
Não foi para isso que o Senhor criou o casamento. Além da procriação, o
casamento serve para promover a sacieis do isolamento de um homem e uma mulher,
o crescimento cognitivo entre os dois no caminho da maturidade, cordialidade,
amabilidade e outras definições que deveriam fazer parte interna do lar.
É possível acreditar que o amor se tem esfriado? Mateus 24:12, afirma:
"Para muitos, a proliferação da maldade será fatal. Do amor que possuíam,
restará apenas cinzas". O que se vê é o aumento da maldade, provocada por
"n" fatores. Podendo citar um deles, em especial, a erotização por
parte das próprias propagandas, das mídias, do acessos "on line" a recursos de pornografia,
dessocializando o princípio criado por DEUS, provocando uma confusão mental e aflorando
o extinto "animal agressivo dominador", provocado pela questão de
"eu posso" do "é meu", ou seja, da possessividade. É claro,
associado a questões como álcool, drogas e outras substâncias que afetam o
cognitivo, alem, é claro, da certeza de impunidade.
O amor de muitos se esfriará, como mencionado, está ligado à falta da
conexão "espiritual" que o homem tem deixado de lado, em virtude, sem
generalizar, dos afazeres que dominavam seu tempo. Faz-se necessário a
reconexão com o espiritual, com o sagrado, ou seja, com DEUS.
Sabedor da natureza humana o Apóstolo Paulo, escreve em suas cartas algumas
exortações, afirmações e orientações de como o casal deve se comportar, na
busca da unidade, da quebra do egoísmo e egocentrismo que muitas vezes acabam
dominando o coração e a mente. Chamando assim, para o começo da criação:
"se tornando uma só carne", veja:
Por respeito a Cristo, sejam educados e tenham respeito uns pelos
outros. Esposa, entenda e de apoio ao seu marido, pois assim demonstrará seu
apoio a Cristo. O marido exerce liderança em relação à esposa, mas da mesma
forma com a qual Cristo faz à igreja: com carinho, não por dominação. Assim
como a igreja se submete à liderança de Cristo, a esposa deve submeter-se ao
marido. Marido, de o máximo de amor à esposa: faça como Cristo fez pela igreja
— um amor marcado por entrega total. O amor de Cristo torna a igreja íntegra.
Suas palavras evocam a beleza dela. Tudo que ele faz e diz tem o propósito de
extrair o melhor dela. Ele quer vê-la vestida de branco, brilhando santidade. E
assim que o marido deve amar a esposa. Até porque estará fazendo um bem a si
mesmo, uma vez que ambos são “um” pelo casamento. (Efésios 5:21-28).
Mas, antes de escrever essas orientações, no verso 20, Paulo afirma:
"Cantem louvores por tudo, pois de qualquer situação, pode surgir um tema
para uma canção a DEUS...". Se pela pós-modernidade é difícil a mulher se
sujeitar ao esposo, por se sentir "dominada", cante louvores a DEUS, não
como dominada, mas como fiel cooperadora em unidade com o esposo, sendo uma
mulher sábia. Por outro lado, o marido, não se sinta dono e sim, doe-se como
Jesus Cristo se entregou, entregando-se a sua esposa na formação da unidade do
casal. Quando se age assim, o verso 29 diz que: "Ninguém maltrata o
próprio corpo". Não há porque o homem praticar violência contra sua
companheira por amar a si mesmo, sendo os dois uma só carne.
Um pouco mais a frente, Paulo aconselha em Colossenses 3: 19:21, veja:
Esposas, compreendam e apóiem o marido, submetendo-se a eles de forma
que honre o Senhor. Maridos, amem a esposa. Não ajam como aproveitadores delas.
Filhos, façam o que seus pais mandam. Isso alegra muito ao Senhor. Pais, não
sejam severos demais com seus filhos, pois acabarão esmagando o espírito deles.
Só existirão paz e harmonia dentro do lar em tempos de pandemia ou, em
qualquer época, quando houver a doação de um para com o outro. Se doar, como
Cristo se doou por nós! É de forma sacrifical, contra o ego e a
individualidade.
De forma contrária, não se prega uma submissão cega por parte da mulher
para com o homem dentro de um relacionamento. Muito menos, o domínio do homem
para com a mulher dentro de um relacionamento. O que DEUS quer é a honra mutua
de um para com o outro, edificando-se e motivando-se no relacionamento. Não
somente entre o casal, como para com seus filhos.
Só haverá a possibilidade da quebra desta onda que assola os lares,
quando o amor se aquecer novamente dentro dos corações que, pela correria,
deixou que o frio achasse brecha para dominar e afastar, prejudicar e
maltratar, ferir e até mesmo destruir.
Que DEUS tenha misericórdia, dando condições para mudar as situações que
sejam contrárias a unidade do lar em tempos de isolamento dentro do lar. Que se
venha a crescer na unidade e no amor.
Paz a todos os corações!
Referências
Bíblia
Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>.
Acessado em: 25 mai. 2020.
PETERSON, Heugene H. Bíblia
A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.
[1]
Pastor - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - www.vivendoemvidaplena.teo.br -
Face: Pr Robinson L Araujo
[i]
Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2020/05/observatorio-aponta-aumento-da-violencia-contra-mulheres-na-pandemia>.
Acessado em: 25 mai. 2020.
[ii]
Disponível em: <https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/05/08/mulheres-formam-redes-de-apoio-contra-a-violencia-domestica-na-pandemia.htm>.
Acessado em: 25 mai. 2020.
[iii] Disponível em: <https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-alerta-para-aumento-da-violencia-domestica-em-meio-a-pandemia-do-coronavirus/>.
Disponível em: 25 mai. 2020.