segunda-feira, 25 de maio de 2020

EM TEMPOS DE PANDEMIA, O LAR DEVERIA SER O MELHOR REFÚGIO



Robinson L Araujo[1]

Em tempos de Pandemia provocada pela COVID-19, onde as autoridades solicitam um isolamento por parte da sociedade, na tentativa de evitar a propagação do vírus, trazendo assim, uma superlotação em leitos hospitalares, assiste-se um crescente número de casos de violência doméstica, no local onde deveria haver paz, proteção e tranqulidade: o seio do LAR.
Olhe algumas chamadas:
O isolamento social foi recomendado pelas autoridades de saúde como uma medida importante contra a propagação do coronavírus. Porém, uma das consequências da recomendação para que as pessoas fiquem em casa tem sido o aumento dos casos de violência doméstica contra as mulheres. Umas das causas apontadas é a maior permanência das mulheres na convivência com os agressores. (Fonte: Agência Senado[i]).
Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostrou que o número de ocorrências de violência contra a mulher aumentou em seis estados — São Paulo, Acre, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pará —, em comparação ao mesmo período em 2019. O relatório aponta ainda que só no Estado de São Paulo, onde a quarentena foi adotada no dia 24 de março, a Polícia Militar registrou um aumento de 44,9% no atendimento a mulheres vítimas de violência, o total de socorros prestados passou de 6.775 para 9.817. Casos de feminicídios  também subiram, de 13 para 19 (46,2%). O Rio de Janeiro viu aumento de 50% nos casos de violência doméstica logo nos primeiros dias de quarentena (Fonte: Uol[ii]).
O chefe da ONU, António Guterres, pediu medidas para combater o “horrível aumento global da violência doméstica” dirigida a mulheres e meninas, em meio à quarentena imposta pelos governos na resposta à pandemia da COVID-19. (Fonte: Nações Unidas[iii]).
Infelizmente, contrário ao que DEUS proporcionou ao homem, onde o livro de Gênesis registra no início da criação: "O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho. Farei alguém que o ajude e o complete”. (Gênesis 2:18). Sendo assim, DEUS dá um sono profundo ao homem e de sua costela forma a mulher. Em seguida, o próprio homem afirma: "“Finalmente!”, exclamou o homem. “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do ‘homem’”. Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só". (Gênesis 2:23-24). Sendo tirada do homem, o casal deixa pai e mãe e se juntam formando uma só carne.
Formando uma só carne, tem-se aqui o sentido de unidade e caminhar juntos. Processo que deveria estar em crescimento durante a vida em casal, quando o tempo afina as confidencialidades e completa a unidade, que deveria ser marcas do tempo. Importante salientar que, a referida afirmação de "Adão", se deu antes da queda do homem, mas que não deveria ser mudado em nossos dias, bastando à luta pessoal na busca da unidade e crescimento, proporcionando confiança, respeito, segurança...
Mas, por que o crescimento da violência contra a mulher se avassala da maneira reproduzida pelas reportagens? São vários os motivos que levam as agressões, de forma justificadas pelos agressores, porém, injustificadas. 
Não foi para isso que o Senhor criou o casamento. Além da procriação, o casamento serve para promover a sacieis do isolamento de um homem e uma mulher, o crescimento cognitivo entre os dois no caminho da maturidade, cordialidade, amabilidade e outras definições que deveriam fazer parte interna do lar.
É possível acreditar que o amor se tem esfriado? Mateus 24:12, afirma: "Para muitos, a proliferação da maldade será fatal. Do amor que possuíam, restará apenas cinzas". O que se vê é o aumento da maldade, provocada por "n" fatores. Podendo citar um deles, em especial, a erotização por parte das próprias propagandas, das mídias, do acessos "on line" a recursos de pornografia, dessocializando o princípio criado por DEUS, provocando uma confusão mental e aflorando o extinto "animal agressivo dominador", provocado pela questão de "eu posso" do "é meu", ou seja, da possessividade. É claro, associado a questões como álcool, drogas e outras substâncias que afetam o cognitivo, alem, é claro, da certeza de impunidade.
O amor de muitos se esfriará, como mencionado, está ligado à falta da conexão "espiritual" que o homem tem deixado de lado, em virtude, sem generalizar, dos afazeres que dominavam seu tempo. Faz-se necessário a reconexão com o espiritual, com o sagrado, ou seja, com DEUS.
Sabedor da natureza humana o Apóstolo Paulo, escreve em suas cartas algumas exortações, afirmações e orientações de como o casal deve se comportar, na busca da unidade, da quebra do egoísmo e egocentrismo que muitas vezes acabam dominando o coração e a mente. Chamando assim, para o começo da criação: "se tornando uma só carne", veja:
Por respeito a Cristo, sejam educados e tenham respeito uns pelos outros. Esposa, entenda e de apoio ao seu marido, pois assim demonstrará seu apoio a Cristo. O marido exerce liderança em relação à esposa, mas da mesma forma com a qual Cristo faz à igreja: com carinho, não por dominação. Assim como a igreja se submete à liderança de Cristo, a esposa deve submeter-se ao marido. Marido, de o máximo de amor à esposa: faça como Cristo fez pela igreja — um amor marcado por entrega total. O amor de Cristo torna a igreja íntegra. Suas palavras evocam a beleza dela. Tudo que ele faz e diz tem o propósito de extrair o melhor dela. Ele quer vê-la vestida de branco, brilhando santidade. E assim que o marido deve amar a esposa. Até porque estará fazendo um bem a si mesmo, uma vez que ambos são “um” pelo casamento. (Efésios 5:21-28).
Mas, antes de escrever essas orientações, no verso 20, Paulo afirma: "Cantem louvores por tudo, pois de qualquer situação, pode surgir um tema para uma canção a DEUS...". Se pela pós-modernidade é difícil a mulher se sujeitar ao esposo, por se sentir "dominada", cante louvores a DEUS, não como dominada, mas como fiel cooperadora em unidade com o esposo, sendo uma mulher sábia. Por outro lado, o marido, não se sinta dono e sim, doe-se como Jesus Cristo se entregou, entregando-se a sua esposa na formação da unidade do casal. Quando se age assim, o verso 29 diz que: "Ninguém maltrata o próprio corpo". Não há porque o homem praticar violência contra sua companheira por amar a si mesmo, sendo os dois uma só carne.
Um pouco mais a frente, Paulo aconselha em Colossenses 3: 19:21, veja:
Esposas, compreendam e apóiem o marido, submetendo-se a eles de forma que honre o Senhor. Maridos, amem a esposa. Não ajam como aproveitadores delas. Filhos, façam o que seus pais mandam. Isso alegra muito ao Senhor. Pais, não sejam severos demais com seus filhos, pois acabarão esmagando o espírito deles.
Só existirão paz e harmonia dentro do lar em tempos de pandemia ou, em qualquer época, quando houver a doação de um para com o outro. Se doar, como Cristo se doou por nós! É de forma sacrifical, contra o ego e a individualidade.
De forma contrária, não se prega uma submissão cega por parte da mulher para com o homem dentro de um relacionamento. Muito menos, o domínio do homem para com a mulher dentro de um relacionamento. O que DEUS quer é a honra mutua de um para com o outro, edificando-se e motivando-se no relacionamento. Não somente entre o casal, como para com seus filhos.
Só haverá a possibilidade da quebra desta onda que assola os lares, quando o amor se aquecer novamente dentro dos corações que, pela correria, deixou que o frio achasse brecha para dominar e afastar, prejudicar e maltratar, ferir e até mesmo destruir.
Que DEUS tenha misericórdia, dando condições para mudar as situações que sejam contrárias a unidade do lar em tempos de isolamento dentro do lar. Que se venha a crescer na unidade e no amor.
Paz a todos os corações!

Referências
Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 25 mai. 2020.
PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.




[1] Pastor - e-mail: robinson.luis@bol.com.br - www.vivendoemvidaplena.teo.br - Face: Pr Robinson L Araujo

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