INTRODUÇÃO
Na
atualidade, acompanha-se uma verdadeira depreciação do verdadeiro propósito e
da comissão Eclésia da igreja. Lamentavelmente é possível assistir e ouvir
aquilo a que ela não foi chamada a realizar, como por exemplo: oferecimento das
bênçãos terrenas, como progresso, valores, realizações...
A
chamada para sua audiência está relacionada aquilo que acabo por denominar
"patuás" gospel, como: água, suco, óleo ungidos; suas reuniões conclamadas
para receber curas milagrosas, empregos, fontes de rendas, transformando-a em
um verdadeiro comércio tendencioso, com finalidade pura de autoproclamação e
benefícios pessoais de alguns em detrimento de todos. O que menos se busca é a
proclamação do Evangelho de Jesus Cristo sem interferências pessoais.
Nada
diferente ao material explora-se o emocional, provocando a sensação de se estar
amado, até o momento que se deixa de promover aquilo que se deseja com
fidelidade ao pensamento pregado. A partir do momento que se deixa de oferecer
interesses pessoais, a pessoa é descartada e parte-se em busca de novos
"Titos/Dindos".
O
que fazer diante de tamanha espalhafatosa disseminação descontextualizada da
verdadeira comissão e propósito da Igreja Universal, ao qual se denomina Corpo
de Cristo, sendo Ele a cabeça ou o Noivo que anseia por uma Noiva pura e
imaculada?
Faz-se
necessário, nestes dias, repensar, analisar, redescobrir qual o motivo da
Igreja na terra. Um dos maiores desafios da Igreja de Cristo, pós-apostólica,
na terra foi, e ainda é: Como viver neste mundo, sabendo que não somos dele,
com paciência, em santidade, sem se contaminar, até o cumprimento da promessa
do Senhor, que disse em João 14:1-3 - "... Vocês confiam em DEUS, não
confiam? Confiem em Mim. Há muitos lugares na casa de Meu Pai. Se não fosse
assim, acham que Eu teria dito que Vou preparar lugar para vocês? Mas, se Vou
preparar lugar para vocês, significa que Vou retornar e levá-los Comigo, para
que possam viver onde Eu vivo".
De
certa forma, esse desafio se assemelha e relaciona-se com o desafio além de
coletivo - Igreja - e pessoal de cada pessoa que faz parte da Igreja Messiânica:
Estar nesse mundo sem se contaminar e sem perder a perspectiva de seu chamado e
missão bem como a promessa do Senhor.
É
necessário que se diferencie a igreja CNPJ (templo) que está muito aquém
daquela exemplificada no livro de Atos, capítulo 2 com a Igreja Mística - Corpo
de Cristo. Que tenhas discernimento na leitura, deixando-se sentimentos
pessoais, não se sentindo constrangido pelo referendado artigo.
1. A COMISSÃO DA IGREJA
Antes
de se aprofundar no propósito da Igreja, faz-se necessário o entendimento da
missão a que Ela fora comissionada, atribuída pelo próprio Filho de Deus, Yeshua, o Cristo.
Importante
que se recorra as Sagradas Escrituras, quando se observa o término do
Ministério de Jesus, pela Sua ressurreição, comprovada pelos seus discípulos,
mediante Suas aparições aos mesmos. Fato podendo ser comprovado em Mateus
28:8-10, após Maria Madalena e a outra Maria encontrarem o túmulo vazio,
retornado a cidade, foram surpreendidas e lhes anunciada:
No
caminho, Jesus as encontrou. "Paz seja com vocês!", Ele disse. Elas
ajoelharam, abraçaram seus pés e o adoraram. Jesus disse: "Calma! Vocês
estão me segurando assim, temendo pela vida de vocês. Não tenham medo. Vão
dizer aos meus irmãos que eles devem ir para a Galileia, pois vou me encontrar
lá com eles.
Posteriormente
ao encontro com as duas mulheres, cumprindo Sua palavra, no verso 16 do
capítulo 28, afirma: "enquanto isso, os onze discípulos foram para a
Galileia, até a montanha que Jesus havia indicado para o encontro.
Fato
ainda narrado corroborando com a verdade de Sua ressurreição, pode-se ser lido
em Lucas 24:36-41, quando Seus discípulos reunidos em Jerusalém, Ele aparece
dentro da residência onde estavam reunidos, conforme:
Enquanto
falavam, Jesus apareceu no meio deles e disse: "Paz seja com vocês"!.
Mas eles pensaram que estavam vendo um fantasma e ficaram morrendo de medo.
Ele, porém, os tranquilizou: "Não fiquem preocupados nem deixem que a
dúvida os domine. Olhem minhas mãos. Olhem meus pés - sou Eu mesmo! Toquem em
Mim. Examine-me da cabeça aos pés. Um fantasma não têm músculos e ossos".
Enquanto dizia isso, mostrou a eles as mãos e os pés. Eles ainda não conseguiam
acreditar no que estavam vendo. Era bom demais para ser verdade.
Sendo
assim, cumprido Sua Palavra que, ao derrubarem o templo, Ele reergueria em três
dias, a prova de Sua aparição aos seus discípulos e as pessoas que amava, lhe
confere o Poder - como o Filho de DEUS, e sendo o próprio YAHWEH - de Comissionar a Igreja com a proclamação de Seu
Evangelho, a Nova Aliança, que se perpetua e afirma-se em Mateus 28:18-20,
conforme:
Resoluto, Jesus os instruiu: “DEUS Me autorizou a comissionar vocês:
vão e ensinem a todos os que encontrarem, de perto e de longe, sobre
este estilo de vida, marcando-os pelo batismo no nome tríplice: Pai, Filho e
Espírito Santo. Vocês devem ensiná-los a praticar tudo que tenho ordenado
a vocês. Eu estarei com vocês enquanto procederem assim, dia após dia
após dia, até o fim dos tempos”.
Shedd
(1995) remete que alicerçados no Poder eterno que Jesus detém e prometeu
exercer em prol da Sua obra na qual Seus servos participam, os discípulos
receberam a incumbência de evangelizar o mundo. Sua missão consistia em levar
as almas à conversão, batizarem os convertidos para fazerem parte da Igreja de
Cristo e, ensiná-los a viver segundo Seus ensinamentos e no Seu Poder, sentindo
Sua presença espiritual, acompanhando cada um dos Seus. É a real e única
comissão a qual se deveria por em prática e propagá-la.
O
problema da igreja terrena é que ela acaba se desviando do que fora
comissionada, buscando para si a comodidade e lotação de sua estrutura ao ponto
das pessoas não caberem, procurando lugares maiores e mais aconchegantes. Sons
que agradem aos ouvidos, boa iluminação, boa climatização e tudo aquilo que
provoca conforto físico, desprezando por ora a proclamação do Evangelho vivo.
Entretanto, não se pode afirmar que não se possam ter bons templos. Sim, desde
que a igreja já tenha cumprido seu propósito de existência.
Será
que o próprio DEUS não sabia que a igreja terrena se corromperia e desviaria de
sua comissão? Sim, é claro que Ele sabia. Tanto que afirmou em Mateus 7:21-23:
“Saber
a senha correta — por exemplo, ‘Senhor, Senhor’ — não levará vocês a nenhum
lugar comigo. O que se requer é obediência, é fazer o que meu Pai deseja. Posso
até ver a cena: no juízo final, milhares vindo em minha direção e se
justificando: ‘Senhor, nós pregamos a Mensagem, expulsamos demônios, e todos
diziam que nossos projetos eram patrocinados por Deus’. Sabem o que vou
responder? ‘Vocês perderam a oportunidade. Tudo que fizeram foi me usar para
virarem celebridades. Vocês não me impressionam nem um pouco. Fora daqui!’.
A realização
de milagres não é a garantia do passaporte carimbado e assinado para uma
eternidade com o Senhor, proposta pela Comissão dada a Sua Igreja. Lembre-se
que é o nome dEle que opera e não seus gritos ou atos de bravuras em nome de
DEUS.
Em
Sua Comissão, a igreja é chamada a fidelidade no compartilhamento do Evangelho
através de suas palavras e ações. A igreja deve ser "sal e luz" na
comunidade onde está inserida, mostrando às pessoas o caminho para a Salvação
em Jesus Cristo. A igreja deve tanto promover o Evangelho quanto preparar seus
membros para proclamar o Evangelho. Sua Missão ainda recebe a chancela em I
Pedro 3:11, quando afirma: "Despreze o mal e cultive o bem; persiga a paz
com todo o empenho".
Com
a incumbência de cumprir Sua Comissão, o mundo passa a ser o objeto de atenção
da Igreja, por meio sólido do que se chama evangelismo, abarcando todo mundo,
em todos os lugares, pois todos os homens são passíveis da Graça divina e da
missão de Cristo que quer que não somente nós, mas todos, sejam salvos e
conheçam a verdade que nós aprendemos (I Timóteo 2:4). Ainda João 3:16, afirma:
"DEUS amou tanto o mundo que deu Seu Filho, seu único Filho, pela seguinte
razão: para que ninguém precise ser condenado; para que, todos crendo nEle,
possam ter vida plena e eterna".
2. A IGREJA
Não
se poderia falar sobre a Igreja, sem citar a Igreja Primitiva, sendo o início
da história da Igreja cristã, desde que a mesma começou , em cerca de 30 d.C.,
até que foi reconhecida como religião lítica
já na época do imperador Constantino no império romano.
Durante
cerca de três séculos da Igreja primitiva, ocorreram certos acontecimentos
importantes, como a formação do Cânon das escrituras do Novo Testamento,
ocorreram ainda os primeiros passos na direção da formação do dogma, através da
interpretação e de adições feitas às Escrituras, sendo um período de
consolidação da Igreja. Porém, a partir do séc. IV, a Igreja primitiva entrou
em um declínio gradual, onde as doutrinas passaram a ser corrompidas e as
práticas morais passaram a ser pervertidas, chegando até a Reforma Protestante
do séc. XVI.
Quando
o Senhor Jesus Cristo comissionou a Igreja para desenvolver Seu propósito na
terra, confunde-se por vezes o que venha a ser a Igreja a qual Ele se interessa
e ama, contando os dias para o Seu casamento. Sendo assim, vamos ao que venha
ser a Igreja corpo de Cristo.
Para
que se compreenda o que venha ser a Igreja de Cristo, faz-se necessário a
leitura de I Crônicas 17. Citando alguns versículos temos:
3-6.
Mas, à noite, Deus falou a Natã: “Vá dizer ao meu servo Davi: ‘Assim diz o
Eterno: Você não construirá uma casa para eu morar. Desde que tirei o meu povo
Israel da terra do Egito até hoje, nunca morei numa casa. Sempre fui de uma
tenda para outra, de um tabernáculo para outro. Em todas as minhas jornadas com
Israel, nunca pedi aos líderes que designei para conduzir Israel que
construíssem uma casa de cedro para mim’.
O
que Jesus veio fazer foi justamente implantar a Sua Igreja. No Antigo
testamento, temos o templo construído por Salomão, filho de Davi, onde a
presença de DEUS se fazia presente no lugar denominado Santo dos Santos. Como
se pode ler, o Senhor se fazia presente em tendas, conduzindo o povo de Israel
com Sua presença e proteção, de dia como uma nuvem protegendo o povo do
escaldante sol desértico e a noite, como coluna de fogo, aquecendo-os do frio.
O
homem não tinha autorização de oferecer sacrifício próprio por remissão aos
seus pecados cometidos. Com a construção do Templo, estabeleceram-se sacerdotes
e levitas, já quando carregavam a tenda. Hoje, com a vinda de Cristo, o véu que
separava o Santo dos Santos foi rasgado de alto a baixo (Mateus 27:51),
tornando-nos sacerdotes e povo de Sua escolha, como referendado em I Pedro
2:9-10, veja
Mas
vocês são os escolhidos de Deus, escolhidos para a alta vocação do trabalho
sacerdotal e para serem um povo santo. São instrumentos de Deus para fazer sua
obra e falar por ele, e para contar a todos quanta diferença ele fez na vida de
vocês — de nada para alguma coisa, de rejeitados para aceitos.
Um
fato interessante é que, a presença do Espírito Santo ainda não havia sido
derramada sobre o povo, comprovado no livro de Atos e em especial, sobre os
discípulos de Jesus, quando Ele próprio soprou sobre seus discípulos e disse:
Recebei o Espírito Santo (João 20:21).
Partindo
do referido princípio e sendo óbvio, a Igreja procede do mundo, pois seus
membros são seres humanos, que se identificam com uma nação, raça ou família,
sendo-lhe vedado fazer parte do mundo. Mas, com uma missão e destino
espiritual, contribuindo para fazer o que o mundo é hoje e no amanhã.
Sendo
a Igreja chamada do mundo, torna-se centro da doutrina bíblica da eleição. A
Palavra de DEUS encara o sistema de vida do mundo como contrários aos propósitos
do crente quando afirmou em João 15:18-19:
“Se
o mundo mau os odeia, lembrem-se de que, antes de tudo, ele odiou a mim. Se
vocês vivessem de acordo com a mentalidade do mundo, ele os amaria como se
vocês fossem dele. Mas como escolhi vocês para viverem em sintonia com os
termos de Deus, não mais nos termos do mundo, o mundo vai odiá-los.
Sendo
a Igreja contrária aos propósitos do mundo e o mundo agindo como agente
corruptor, faz-se necessário uma vigilância constante, pois, o mundo pode
adentrar e destruir o caráter distinto do crente, consequentemente da igreja
local (templo), como alertado em I João 2:15-17, veja:
Não
amem os costumes do mundo. Não amem os valores do mundo. O amor do mundo sufoca
o amor do Pai. Praticamente tudo que acontece no mundo — desejo de seguir o
próprio caminho, de querer tudo para si, de parecer importante — não tem nada a
ver com o Pai. Tudo isso o afasta do ser humano. O mundo e seus desejos vão
passar, mas quem faz o que Deus quer está garantido na eternidade.
Champlin
(2006) acaba afirmando que é um grave equívoco dos crentes quando a Igreja
tenta incorporar em seus cultos os entretenimentos mundanos, incluindo a música
profana, na tentativa de atrair pessoas. Na verdade, esses artifícios acabam
atraindo, mas nada há de espiritual e benéfico nos mesmos, saciando somente os
desejos da alma.
Sendo
assim, é possível se afirmar que o templo não é mais importante do que as
pessoas que se deslocam até um determinado local para adorar ao Senhor. O
verdadeiro templo são as pessoas que compõe um espaço físico que forma a
Igreja/Corpo/Noiva de Cristo.
3. O PROPÓSITO DA IGREJA
Após
a explanação da Comissão da Igreja e o entendimento da diferenciação de igreja
templo e Mística, destarte, Champlin (2006, p. 468), traz algumas definições sobre
propósito. Veja:
Essa
palavra portuguesa vem da mesma raiz que o vocábulo 'proposta', ou seja, o
latim pro, <antes>, e poser, <pôr>. Um propósito, assim
sendo, é "algo proposto", uma meta a ser alcançada, um princípio a
ser posto em ação. No latim, propositio
significava <proposição>. A concordância de Strong, em inglês, envolve
quase cem concordâncias dessa palavra na tradução inglesa do rei Tiago. Porém,
há doutrinas bíblicas de grande importância relacionadas a esse conceito.
Várias palavras gregas e hebraicas estão envolvidas neste verbete, usualmente
tendo a idéia de "vontade de fazer algo", ou "plano" ou
"método de ação".
Além
de citações no Antigo Testamento sobre o propósito da Igreja, existe uma
"certa confusão" se foram de natureza divina ou humana, podendo ser
importantes ou triviais, morais ou imorais, espirituais ou mundanas, afirma
Champlin.
Ainda
Champlin (2006), assevera que, quando se adentra ao Novo Testamento, após a
vinda e morte e ressurreição de Jesus Cristo, há três vocábulos gregos que
devem ser examinados, em sua forma verbal ou nominal para propósito, a saber:
Próthesis
-
Proposta, proposição. Essa palavra foi usada por doze vezes, conforme: Mateus
1:19; Marcos 2:26; Lucas 6:4; Atos 11:23, 26:13; Romanos 8:28, 9:11; Efésios
1:11, 3:11; II Timóteo 1:9, 3:10; Hebreus 9:2. Dessas doze, quatro referem-se
aos "pães da preposição" (Mateus 12:4; Marcos 2:26; Lucas 6:4; Hebreus 9:2). As demais envolvem propósitos
divinos ou humanos.
Boúlema -
Vontade, propósito. Esse substantivo aparece somente por duas vezes, em Atos
27:43 e Romanos 9:19.
Boúlomai
-
Quero, proponho. Esse verbo aparece por trinta e sete vezes, sendo: Mateus
1:19, 11:27; Marcos 15:15; Lucas 10:22, 22:42; João 18:39; Atos 5:28,33, 12:4,
15:37, 17:20, 18:15,25, 19:30, 22:30, 23:28, 25:20,22, 27:43, 28:18; I
Coríntios 12:11; II Coríntios 1:15,17; Filipenses 1:12; I Timóteo 2:8, 5:14,
6:9; Tito 3:8. Filemom 13; Hebreu 6:17; Tiago 1:18, 3:4, 4:4; II Pedro 3:9; II
João 12; III João 10; Judas 5.
É
possível que tenhas ouvido que o propósito eterno de DEUS é ter uma família de
muitos filhos, semelhantes a Jesus, para a glória de DEUS Pai. Sim, o propósito
de DEUS que, somente poderá ser alcançado e cumprido, quando a igreja terrena
cumprir seu propósito.
O
que não se deve perder como alvo é que, quando a igreja cumprir o seu propósito
a que foi estabelecida, ela cumpre os propósitos eternos de DEUS, como afirma
em Efésios 3:11: "Tudo está acontecendo conforme o plano de DEUS,
executado em Cristo Jesus". São propósitos imutáveis, conforme Jeremias
4:28: "Porque Dei Minha palavra e não a tomo de volta. Decidi e não vou
mudar de idéia". O seu cumprimento é certo, conforme Isaías 14:24: "O
Senhor dos Exércitos de Anjos diz: "Exatamente como planejei, assim vai
acontecer. Assim como está no projeto, será a execução"".
A
restauração e redenção humana são os focos principais de Seu propósito, Romanos
8:28-30, que afirma:
Assim,
podemos ter a certeza de que cada detalhe em nossa vida de amor a DEUS é
transformado em algo muito bom. Deus sempre soube o que estava fazendo. Ele
decidiu, desde o princípio, moldar a vida daqueles que O amam pelos mesmos
padrões da vida do Filho. Pois o Filho é o primeiro da fila, na humanidade que
ele restaurou. Nele, vemos a vida humana em sua forma original. Depois de
decidir como seus filhos deveriam ser, Deus continuou convidando as pessoas,
chamando-as pelo nome. Em seguida, ele as firmou numa sólida base, nele mesmo.
Após ter feito tudo isso, ele permanece com essas pessoas até o fim, concluindo
gloriosamente o que havia iniciado.
Efésios
1:9-10, nos completa: "Fazendo
conhecido a nós o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que nele
propôs para uma dispensação do cumprimento dos tempos, para reunir todas as
coisas em Cristo, as que estão nos céus e as que estão sobre a terra; nele,
digo". Para isso, deve-se estar alicerçados sobre a graça que nos é
conferida em Jesus Cristo, conforme II Timóteo 1:9, que afirma: "Que nos salvou e nos chamou com uma santa
vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu propósito e segundo a
graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos".
É
possível encarar e vencer este desafio pessoal? Sem maiores delongas, digo:
Sim, absolutamente! É difícil, mas não impossível! O grande
desafio dentro do desafio é admitirmos, primeiramente, que a falha está em
nós, em nosso caráter; e não no imperativo, afirmativo ou na constatação de que
a palavra de Deus nos assevera: “SEDE separados, santos; pois eu o Senhor sou
santo” (Levítico 20.7,8). Entendemos que, apesar destes versículos se referirem
a Israel, sob a tutela da Lei; o ser SANTO, não é exclusividade dos Judeus
debaixo dela, mas, também, e principalmente, dos que pela fé em Cristo, estão
sob a nova aliança no sangue de Cristo, ou seja, os que estão debaixo da GRAÇA.
Isto, porque, os que vivem pela/na Graça de Deus, são habitados pelo
Espírito Santo, o mesmo que convence dos pecados. Que ajuda nas fraquezas. Que
vivifica. Que regenera e que ensina; enfim, aquele que CAPACITA e SANTIFICA o
crente em Jesus. A grande dificuldade, talvez, resida na forma como o
mundo esta entranhado em “nós” e “nós” no mundo. O mundo ferozmente quer nos
impor sua vontade; e nós, quando não nos submetemos passivos, sucumbimos aos
poucos a sua vontade. O que o mundo, como um “bom anfitrião”, nos fez e nos faz? Abriu e nos
abre os braços e nos diz: “Venha
e relaxe. Sinta-se em casa (!?)”. E assim, muitos estão!
Além de viver em Santidade, como propósito para a Igreja a qual os
salvos estão incluídos, o Novo Testamento enquadra, a partir do fato de ser
um crente, como integrante do povo criado por Deus – a Igreja do Senhor Jesus.
Destarte, o cristão faz parte deste corpo e, teologicamente, foi criado para
cumprir uma missão neste mundo. Portanto, a Igreja tem um propósito que nos
leva a entender a sua finalidade e o porquê da sua criação.
A Igreja, consequentemente, tornou-se uma Embaixada
do Reino do Senhor Jesus neste mundo e cada cristão passa a ser um Embaixador
do Senhor (II Coríntios 5:20), representando Seus Ministérios que definem o
propósito da Igreja de Cristo aqui na terra.
Quando se baseia em Atos 2:42, é possível caracterizar alguns propósitos para a
Igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir
do pão, e nas orações.” Então, de acordo com esta Escritura, os propósitos ou atividades
da Igreja devem ser: Ensino da doutrina bíblica; adoração e comunhão dos
crentes; observação da Ceia do Senhor e estar em prática da oração.
Também carrega a ideia de
refeições compartilhadas. Este é outro exemplo da igreja promovendo a comunhão.
O propósito final da igreja, de acordo com Atos 2:42 é a oração. A igreja
também deve ser um lugar que promova a oração, ensine a oração e pratique a
oração. Filipenses 4:6-7 acaba encorajando: “Não estejais inquietos por coisa
alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo
Jesus.”
A igreja deve ensinar a
doutrina bíblica para que se firme os alicerces da fé, fortalecendo na mente e
coração do ouvinte. Efésios 4:14-16, afirma:
Chega de ser criança. Não dá para tolerar gente ingênua,
bebezinhos que são alvos fáceis dos impostores. Deus quer que cresçamos,
conheçamos toda a verdade e a proclamemos em amor — à semelhança de Cristo, em
tudo. Estamos seguindo Cristo, que é a base de tudo que fazemos. Ele nos mantém
juntos. Sua respiração e seu sangue fluem através de nós, nutrindo-nos para que
possamos crescer com saúde em Deus, fortalecidos em amor.
Por consequente, cabe a Igreja
ter como cumprimento de seu propósito:
Um lugar de Comunhão - Lugar
onde os cristãos possam se devotar uns aos outros e honrar uns aos outros,
conforme Romanos 12:10, que afirma: "Sejam bons amigos, que amam
profundamente; não procurem estar em evidência".
Um lugar de Instrução -
Lugar onde os cristãos aprendem e se instruem uns aos outros, conforme Romanos
15:14, que afirma: "Pessoalmente estou bastante satisfeito com o que vocês
são e com o que estão fazendo. Parecem bem orientados e bastante motivados,
capazes de guiar e orientar uns aos outros".
Um lugar de Benignidade e Misericórdia - Lugar onde os cristãos possam usar de benignidade e
misericórdia uns com os outros, conforme Efésios 4:32, que afirma:
"Perdoem-se uns aos outros assim como DEUS em Cristo os perdoou - perdão
total e incondicional".
Um lugar de Encorajamento -
Lugar onde os cristãos encorajam uns aos outros, conforme I Tessalonicenses
5:11, que afirma: "Construam muros de esperança, para que todos estejam
juntos e ninguém fique de fora ou seja deixado para trás. Sei que vocês já
fazem isso, apenas continuem fazendo assim".
Um lugar onde se expressa o Amor - Lugar onde os cristãos expressam amor uns para com os
outros, conforme I João 3:11, que afirma: "Esta é a Mensagem original que
ouvimos: devemos amar uns aos outros".
Um lugar onde possa celebrar a Ceia do Senhor - A igreja deve ser um lugar onde os crentes possam
observar a Ceia do Senhor, lembrando-se da morte de Cristo e Seu sangue
derramado em favor, conforme I Coríntios 11:23-26, que afirma:
Permitam-me recordar a vocês o que acontece na ceia do
Senhor e por que ela é de importância fundamental. Recebi instruções do próprio
Senhor e as transmiti a vocês. O Senhor Jesus, na noite em que foi traído,
tomou o pão depois de dar graças, ele o partiu e disse: Isto é meu corpo,
partido por vocês. Façam isso pára se lembrarem de mim. Depois da ceia, ele fez
o mesmo com o cálice: Este cálice é meu sangue, minha nova aliança com vocês. Toda
vez que beberem deste cálice, lembrem-se de mim. O que vocês precisam entender
é que toda vez que comem esse pão e bebem desse cálice, estão revivendo em
palavras e ações a morte do Senhor. E repetirão esse ato até que o Senhor
retorne. Vocês não devem permitir que o costume anule a reverência.
Observando Tiago 1:27,
tem-se alguns propósitos finais da Igreja: “A religião pura e imaculada para
com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e
guardar-se da corrupção do mundo.” A igreja deve ministrar àqueles que estão em
necessidade. Isto inclui não somente compartilhar do Evangelho, mas também
providenciar pelas necessidades físicas (comida, roupas, abrigo), quando
necessário e apropriado. A igreja deve também equipar os crentes em Cristo com
as ferramentas de que necessitam para vencer o pecado e permanecerem livres da
contaminação do mundo. Isto é feito pelos princípios dados acima: ensino
bíblico e comunhão cristã.
FINALIZANDO
Então, tudo dito, qual o Propósito
da Comissão da Igreja? É possível que se recorra ao que I Coríntios 12:12-27. A
Igreja é o Corpo de Cristo, composta por vários órgãos em detrimento de
finalidades específicas para cada órgão vivo. Ela passa a ser: Suas mãos, boca
e pés neste mundo perdido e arraigado pelo domínio do inimigo das almas e do
próprio DEUS. Sendo assim, é propósito da Igreja - individual e coletiva - fazer
as coisas que o próprio Jesus Cristo faria se Ele estivesse aqui na terra,
fisicamente. A igreja deve ser a vivência do próprio Filho de DEUS aqui na
terra, no cumprimento do propósito eterno do Pai.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, Russell Norman. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E
FILOSOFIA. São Paulo: Hagnos, 2006. 1 vol.
CHAMPLIN, Russell Norman. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E
FILOSOFIA. São Paulo: Hagnos, 2006. 3 vol.
CHAMPLIN, Russell Norman. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA.
São Paulo: Hagnos, 2006. 5 vol.
PETERSON,
Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em
Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.