sábado, 3 de agosto de 2019

O PROPÓSITO DA IGREJA COMISSIONADA




INTRODUÇÃO

Na atualidade, acompanha-se uma verdadeira depreciação do verdadeiro propósito e da comissão Eclésia da igreja. Lamentavelmente é possível assistir e ouvir aquilo a que ela não foi chamada a realizar, como por exemplo: oferecimento das bênçãos terrenas, como progresso, valores, realizações...

A chamada para sua audiência está relacionada aquilo que acabo por denominar "patuás" gospel, como: água, suco, óleo ungidos; suas reuniões conclamadas para receber curas milagrosas, empregos, fontes de rendas, transformando-a em um verdadeiro comércio tendencioso, com finalidade pura de autoproclamação e benefícios pessoais de alguns em detrimento de todos. O que menos se busca é a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo sem interferências pessoais.

Nada diferente ao material explora-se o emocional, provocando a sensação de se estar amado, até o momento que se deixa de promover aquilo que se deseja com fidelidade ao pensamento pregado. A partir do momento que se deixa de oferecer interesses pessoais, a pessoa é descartada e parte-se em busca de novos "Titos/Dindos".

O que fazer diante de tamanha espalhafatosa disseminação descontextualizada da verdadeira comissão e propósito da Igreja Universal, ao qual se denomina Corpo de Cristo, sendo Ele a cabeça ou o Noivo que anseia por uma Noiva pura e imaculada?

Faz-se necessário, nestes dias, repensar, analisar, redescobrir qual o motivo da Igreja na terra. Um dos maiores desafios da Igreja de Cristo, pós-apostólica, na terra foi, e ainda é: Como viver neste mundo, sabendo que não somos dele, com paciência, em santidade, sem se contaminar, até o cumprimento da promessa do Senhor, que disse em João 14:1-3 - "... Vocês confiam em DEUS, não confiam? Confiem em Mim. Há muitos lugares na casa de Meu Pai. Se não fosse assim, acham que Eu teria dito que Vou preparar lugar para vocês? Mas, se Vou preparar lugar para vocês, significa que Vou retornar e levá-los Comigo, para que possam viver onde Eu vivo".

De certa forma, esse desafio se assemelha e relaciona-se com o desafio além de coletivo - Igreja - e pessoal de cada pessoa que faz parte da Igreja Messiânica: Estar nesse mundo sem se contaminar e sem perder a perspectiva de seu chamado e missão bem como a promessa do Senhor.

É necessário que se diferencie a igreja CNPJ (templo) que está muito aquém daquela exemplificada no livro de Atos, capítulo 2 com a Igreja Mística - Corpo de Cristo. Que tenhas discernimento na leitura, deixando-se sentimentos pessoais, não se sentindo constrangido pelo referendado artigo.


1. A COMISSÃO DA IGREJA

Antes de se aprofundar no propósito da Igreja, faz-se necessário o entendimento da missão a que Ela fora comissionada, atribuída pelo próprio Filho de Deus, Yeshua, o Cristo.

Importante que se recorra as Sagradas Escrituras, quando se observa o término do Ministério de Jesus, pela Sua ressurreição, comprovada pelos seus discípulos, mediante Suas aparições aos mesmos. Fato podendo ser comprovado em Mateus 28:8-10, após Maria Madalena e a outra Maria encontrarem o túmulo vazio, retornado a cidade, foram surpreendidas e lhes anunciada:

No caminho, Jesus as encontrou. "Paz seja com vocês!", Ele disse. Elas ajoelharam, abraçaram seus pés e o adoraram. Jesus disse: "Calma! Vocês estão me segurando assim, temendo pela vida de vocês. Não tenham medo. Vão dizer aos meus irmãos que eles devem ir para a Galileia, pois vou me encontrar lá com eles.

Posteriormente ao encontro com as duas mulheres, cumprindo Sua palavra, no verso 16 do capítulo 28, afirma: "enquanto isso, os onze discípulos foram para a Galileia, até a montanha que Jesus havia indicado para o encontro.

Fato ainda narrado corroborando com a verdade de Sua ressurreição, pode-se ser lido em Lucas 24:36-41, quando Seus discípulos reunidos em Jerusalém, Ele aparece dentro da residência onde estavam reunidos, conforme:

Enquanto falavam, Jesus apareceu no meio deles e disse: "Paz seja com vocês"!. Mas eles pensaram que estavam vendo um fantasma e ficaram morrendo de medo. Ele, porém, os tranquilizou: "Não fiquem preocupados nem deixem que a dúvida os domine. Olhem minhas mãos. Olhem meus pés - sou Eu mesmo! Toquem em Mim. Examine-me da cabeça aos pés. Um fantasma não têm músculos e ossos". Enquanto dizia isso, mostrou a eles as mãos e os pés. Eles ainda não conseguiam acreditar no que estavam vendo. Era bom demais para ser verdade.

Sendo assim, cumprido Sua Palavra que, ao derrubarem o templo, Ele reergueria em três dias, a prova de Sua aparição aos seus discípulos e as pessoas que amava, lhe confere o Poder - como o Filho de DEUS, e sendo o próprio YAHWEH - de Comissionar a Igreja com a proclamação de Seu Evangelho, a Nova Aliança, que se perpetua e afirma-se em Mateus 28:18-20, conforme:

Resoluto, Jesus os instruiu: “DEUS Me autorizou a comissionar vocês: vão e ensinem a todos os que encontrarem, de perto e de longe, sobre este estilo de vida, marcando-os pelo batismo no nome tríplice: Pai, Filho e Espírito Santo. Vocês devem ensiná-los a praticar tudo que tenho ordenado a vocês. Eu estarei com vocês enquanto procederem assim, dia após dia após dia, até o fim dos tempos”.

Shedd (1995) remete que alicerçados no Poder eterno que Jesus detém e prometeu exercer em prol da Sua obra na qual Seus servos participam, os discípulos receberam a incumbência de evangelizar o mundo. Sua missão consistia em levar as almas à conversão, batizarem os convertidos para fazerem parte da Igreja de Cristo e, ensiná-los a viver segundo Seus ensinamentos e no Seu Poder, sentindo Sua presença espiritual, acompanhando cada um dos Seus. É a real e única comissão a qual se deveria por em prática e propagá-la.

O problema da igreja terrena é que ela acaba se desviando do que fora comissionada, buscando para si a comodidade e lotação de sua estrutura ao ponto das pessoas não caberem, procurando lugares maiores e mais aconchegantes. Sons que agradem aos ouvidos, boa iluminação, boa climatização e tudo aquilo que provoca conforto físico, desprezando por ora a proclamação do Evangelho vivo. Entretanto, não se pode afirmar que não se possam ter bons templos. Sim, desde que a igreja já tenha cumprido seu propósito de existência.

Será que o próprio DEUS não sabia que a igreja terrena se corromperia e desviaria de sua comissão? Sim, é claro que Ele sabia. Tanto que afirmou em Mateus 7:21-23:

“Saber a senha correta — por exemplo, ‘Senhor, Senhor’ — não levará vocês a nenhum lugar comigo. O que se requer é obediência, é fazer o que meu Pai deseja. Posso até ver a cena: no juízo final, milhares vindo em minha direção e se justificando: ‘Senhor, nós pregamos a Mensagem, expulsamos demônios, e todos diziam que nossos projetos eram patrocinados por Deus’. Sabem o que vou responder? ‘Vocês perderam a oportunidade. Tudo que fizeram foi me usar para virarem celebridades. Vocês não me impressionam nem um pouco. Fora daqui!’.

A realização de milagres não é a garantia do passaporte carimbado e assinado para uma eternidade com o Senhor, proposta pela Comissão dada a Sua Igreja. Lembre-se que é o nome dEle que opera e não seus gritos ou atos de bravuras em nome de DEUS.

Em Sua Comissão, a igreja é chamada a fidelidade no compartilhamento do Evangelho através de suas palavras e ações. A igreja deve ser "sal e luz" na comunidade onde está inserida, mostrando às pessoas o caminho para a Salvação em Jesus Cristo. A igreja deve tanto promover o Evangelho quanto preparar seus membros para proclamar o Evangelho. Sua Missão ainda recebe a chancela em I Pedro 3:11, quando afirma: "Despreze o mal e cultive o bem; persiga a paz com todo o empenho".

Com a incumbência de cumprir Sua Comissão, o mundo passa a ser o objeto de atenção da Igreja, por meio sólido do que se chama evangelismo, abarcando todo mundo, em todos os lugares, pois todos os homens são passíveis da Graça divina e da missão de Cristo que quer que não somente nós, mas todos, sejam salvos e conheçam a verdade que nós aprendemos (I Timóteo 2:4). Ainda João 3:16, afirma: "DEUS amou tanto o mundo que deu Seu Filho, seu único Filho, pela seguinte razão: para que ninguém precise ser condenado; para que, todos crendo nEle, possam ter vida plena e eterna".



2. A IGREJA

Não se poderia falar sobre a Igreja, sem citar a Igreja Primitiva, sendo o início da história da Igreja cristã, desde que a mesma começou , em cerca de 30 d.C., até que foi reconhecida como religião lítica[1] já na época do imperador Constantino no império romano.

Durante cerca de três séculos da Igreja primitiva, ocorreram certos acontecimentos importantes, como a formação do Cânon das escrituras do Novo Testamento, ocorreram ainda os primeiros passos na direção da formação do dogma, através da interpretação e de adições feitas às Escrituras, sendo um período de consolidação da Igreja. Porém, a partir do séc. IV, a Igreja primitiva entrou em um declínio gradual, onde as doutrinas passaram a ser corrompidas e as práticas morais passaram a ser pervertidas, chegando até a Reforma Protestante do séc. XVI.

Quando o Senhor Jesus Cristo comissionou a Igreja para desenvolver Seu propósito na terra, confunde-se por vezes o que venha a ser a Igreja a qual Ele se interessa e ama, contando os dias para o Seu casamento. Sendo assim, vamos ao que venha ser a Igreja corpo de Cristo.

Para que se compreenda o que venha ser a Igreja de Cristo, faz-se necessário a leitura de I Crônicas 17. Citando alguns versículos temos:

3-6. Mas, à noite, Deus falou a Natã: “Vá dizer ao meu servo Davi: ‘Assim diz o Eterno: Você não construirá uma casa para eu morar. Desde que tirei o meu povo Israel da terra do Egito até hoje, nunca morei numa casa. Sempre fui de uma tenda para outra, de um tabernáculo para outro. Em todas as minhas jornadas com Israel, nunca pedi aos líderes que designei para conduzir Israel que construíssem uma casa de cedro para mim’.

O que Jesus veio fazer foi justamente implantar a Sua Igreja. No Antigo testamento, temos o templo construído por Salomão, filho de Davi, onde a presença de DEUS se fazia presente no lugar denominado Santo dos Santos. Como se pode ler, o Senhor se fazia presente em tendas, conduzindo o povo de Israel com Sua presença e proteção, de dia como uma nuvem protegendo o povo do escaldante sol desértico e a noite, como coluna de fogo, aquecendo-os do frio.

O homem não tinha autorização de oferecer sacrifício próprio por remissão aos seus pecados cometidos. Com a construção do Templo, estabeleceram-se sacerdotes e levitas, já quando carregavam a tenda. Hoje, com a vinda de Cristo, o véu que separava o Santo dos Santos foi rasgado de alto a baixo (Mateus 27:51), tornando-nos sacerdotes e povo de Sua escolha, como referendado em I Pedro 2:9-10, veja

Mas vocês são os escolhidos de Deus, escolhidos para a alta vocação do trabalho sacerdotal e para serem um povo santo. São instrumentos de Deus para fazer sua obra e falar por ele, e para contar a todos quanta diferença ele fez na vida de vocês — de nada para alguma coisa, de rejeitados para aceitos.

Um fato interessante é que, a presença do Espírito Santo ainda não havia sido derramada sobre o povo, comprovado no livro de Atos e em especial, sobre os discípulos de Jesus, quando Ele próprio soprou sobre seus discípulos e disse: Recebei o Espírito Santo (João 20:21).

Partindo do referido princípio e sendo óbvio, a Igreja procede do mundo, pois seus membros são seres humanos, que se identificam com uma nação, raça ou família, sendo-lhe vedado fazer parte do mundo. Mas, com uma missão e destino espiritual, contribuindo para fazer o que o mundo é hoje e no amanhã.

Sendo a Igreja chamada do mundo, torna-se centro da doutrina bíblica da eleição. A Palavra de DEUS encara o sistema de vida do mundo como contrários aos propósitos do crente quando afirmou em João 15:18-19:

“Se o mundo mau os odeia, lembrem-se de que, antes de tudo, ele odiou a mim. Se vocês vivessem de acordo com a mentalidade do mundo, ele os amaria como se vocês fossem dele. Mas como escolhi vocês para viverem em sintonia com os termos de Deus, não mais nos termos do mundo, o mundo vai odiá-los.

Sendo a Igreja contrária aos propósitos do mundo e o mundo agindo como agente corruptor, faz-se necessário uma vigilância constante, pois, o mundo pode adentrar e destruir o caráter distinto do crente, consequentemente da igreja local (templo), como alertado em I João 2:15-17, veja:

Não amem os costumes do mundo. Não amem os valores do mundo. O amor do mundo sufoca o amor do Pai. Praticamente tudo que acontece no mundo — desejo de seguir o próprio caminho, de querer tudo para si, de parecer importante — não tem nada a ver com o Pai. Tudo isso o afasta do ser humano. O mundo e seus desejos vão passar, mas quem faz o que Deus quer está garantido na eternidade. 

Champlin (2006) acaba afirmando que é um grave equívoco dos crentes quando a Igreja tenta incorporar em seus cultos os entretenimentos mundanos, incluindo a música profana, na tentativa de atrair pessoas. Na verdade, esses artifícios acabam atraindo, mas nada há de espiritual e benéfico nos mesmos, saciando somente os desejos da alma.

Sendo assim, é possível se afirmar que o templo não é mais importante do que as pessoas que se deslocam até um determinado local para adorar ao Senhor. O verdadeiro templo são as pessoas que compõe um espaço físico que forma a Igreja/Corpo/Noiva de Cristo.


3. O PROPÓSITO DA IGREJA

Após a explanação da Comissão da Igreja e o entendimento da diferenciação de igreja templo e Mística, destarte, Champlin (2006, p. 468), traz algumas definições sobre propósito. Veja:

Essa palavra portuguesa vem da mesma raiz que o vocábulo 'proposta', ou seja, o latim pro, <antes>, e poser, <pôr>. Um propósito, assim sendo, é "algo proposto", uma meta a ser alcançada, um princípio a ser posto em ação. No latim, propositio significava <proposição>. A concordância de Strong, em inglês, envolve quase cem concordâncias dessa palavra na tradução inglesa do rei Tiago. Porém, há doutrinas bíblicas de grande importância relacionadas a esse conceito. Várias palavras gregas e hebraicas estão envolvidas neste verbete, usualmente tendo a idéia de "vontade de fazer algo", ou "plano" ou "método de ação".

Além de citações no Antigo Testamento sobre o propósito da Igreja, existe uma "certa confusão" se foram de natureza divina ou humana, podendo ser importantes ou triviais, morais ou imorais, espirituais ou mundanas, afirma Champlin.

Ainda Champlin (2006), assevera que, quando se adentra ao Novo Testamento, após a vinda e morte e ressurreição de Jesus Cristo, há três vocábulos gregos que devem ser examinados, em sua forma verbal ou nominal para propósito, a saber:

Próthesis - Proposta, proposição. Essa palavra foi usada por doze vezes, conforme: Mateus 1:19; Marcos 2:26; Lucas 6:4; Atos 11:23, 26:13; Romanos 8:28, 9:11; Efésios 1:11, 3:11; II Timóteo 1:9, 3:10; Hebreus 9:2. Dessas doze, quatro referem-se aos "pães da preposição" (Mateus 12:4; Marcos 2:26; Lucas 6:4;  Hebreus 9:2). As demais envolvem propósitos divinos ou humanos.

Boúlema - Vontade, propósito. Esse substantivo aparece somente por duas vezes, em Atos 27:43 e Romanos 9:19.

Boúlomai - Quero, proponho. Esse verbo aparece por trinta e sete vezes, sendo: Mateus 1:19, 11:27; Marcos 15:15; Lucas 10:22, 22:42; João 18:39; Atos 5:28,33, 12:4, 15:37, 17:20, 18:15,25, 19:30, 22:30, 23:28, 25:20,22, 27:43, 28:18; I Coríntios 12:11; II Coríntios 1:15,17; Filipenses 1:12; I Timóteo 2:8, 5:14, 6:9; Tito 3:8. Filemom 13; Hebreu 6:17; Tiago 1:18, 3:4, 4:4; II Pedro 3:9; II João 12; III João 10; Judas 5.

É possível que tenhas ouvido que o propósito eterno de DEUS é ter uma família de muitos filhos, semelhantes a Jesus, para a glória de DEUS Pai. Sim, o propósito de DEUS que, somente poderá ser alcançado e cumprido, quando a igreja terrena cumprir seu propósito.

O que não se deve perder como alvo é que, quando a igreja cumprir o seu propósito a que foi estabelecida, ela cumpre os propósitos eternos de DEUS, como afirma em Efésios 3:11: "Tudo está acontecendo conforme o plano de DEUS, executado em Cristo Jesus". São propósitos imutáveis, conforme Jeremias 4:28: "Porque Dei Minha palavra e não a tomo de volta. Decidi e não vou mudar de idéia". O seu cumprimento é certo, conforme Isaías 14:24: "O Senhor dos Exércitos de Anjos diz: "Exatamente como planejei, assim vai acontecer. Assim como está no projeto, será a execução"".

A restauração e redenção humana são os focos principais de Seu propósito, Romanos 8:28-30, que afirma:

Assim, podemos ter a certeza de que cada detalhe em nossa vida de amor a DEUS é transformado em algo muito bom. Deus sempre soube o que estava fazendo. Ele decidiu, desde o princípio, moldar a vida daqueles que O amam pelos mesmos padrões da vida do Filho. Pois o Filho é o primeiro da fila, na humanidade que ele restaurou. Nele, vemos a vida humana em sua forma original. Depois de decidir como seus filhos deveriam ser, Deus continuou convidando as pessoas, chamando-as pelo nome. Em seguida, ele as firmou numa sólida base, nele mesmo. Após ter feito tudo isso, ele permanece com essas pessoas até o fim, concluindo gloriosamente o que havia iniciado.

Efésios 1:9-10, nos completa: "Fazendo conhecido a nós o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que nele propôs para uma dispensação do cumprimento dos tempos, para reunir todas as coisas em Cristo, as que estão nos céus e as que estão sobre a terra; nele, digo". Para isso, deve-se estar alicerçados sobre a graça que nos é conferida em Jesus Cristo, conforme II Timóteo 1:9, que afirma: "Que nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu propósito e segundo a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos".

O Pastor Alex Oliveira, em seu artigo: Qual é o propósito da Igreja de Cristo na terra?, acaba por asseverar:
É possível encarar e vencer este desafio pessoal? Sem maiores delongas, digo: Sim, absolutamente! É difícil, mas não impossível! O grande desafio dentro do desafio é admitirmos, primeiramente, que a falha está em nós, em nosso caráter; e não no imperativo, afirmativo ou na constatação de que a palavra de Deus nos assevera: “SEDE separados, santos; pois eu o Senhor sou santo” (Levítico 20.7,8). Entendemos que, apesar destes versículos se referirem a Israel, sob a tutela da Lei; o ser SANTO, não é exclusividade dos Judeus debaixo dela, mas, também, e principalmente, dos que pela fé em Cristo, estão sob a nova aliança no sangue de Cristo, ou seja, os que estão debaixo da GRAÇA.  Isto, porque, os que vivem pela/na Graça de Deus, são habitados pelo Espírito Santo, o mesmo que convence dos pecados. Que ajuda nas fraquezas. Que vivifica. Que regenera e que ensina; enfim, aquele que CAPACITA e SANTIFICA o crente em Jesus. A grande dificuldade, talvez, resida na forma como o mundo esta entranhado em “nós” e “nós” no mundo. O mundo ferozmente quer nos impor sua vontade; e nós, quando não nos submetemos passivos, sucumbimos aos poucos a sua vontade. O que o mundo, como um “bom anfitrião”, nos fez e nos faz? Abriu e nos abre os braços e nos diz: “Venha e relaxe. Sinta-se em casa (!?)”. E assim, muitos estão!
Além de viver em Santidade, como propósito para a Igreja a qual os salvos estão incluídos, o Novo Testamento enquadra, a partir do fato de ser um crente, como integrante do povo criado por Deus – a Igreja do Senhor Jesus. Destarte, o cristão faz parte deste corpo e, teologicamente, foi criado para cumprir uma missão neste mundo. Portanto, a Igreja tem um propósito que nos leva a entender a sua finalidade e o porquê da sua criação.
A Igreja, consequentemente, tornou-se uma Embaixada do Reino do Senhor Jesus neste mundo e cada cristão passa a ser um Embaixador do Senhor (II Coríntios 5:20), representando Seus Ministérios que definem o propósito da Igreja de Cristo aqui na terra.
Quando se baseia em Atos 2:42, é possível caracterizar alguns propósitos para a Igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” Então, de acordo com esta Escritura, os propósitos ou atividades da Igreja devem ser: Ensino da doutrina bíblica; adoração e comunhão dos crentes; observação da Ceia do Senhor e estar em prática da oração.
Também carrega a ideia de refeições compartilhadas. Este é outro exemplo da igreja promovendo a comunhão. O propósito final da igreja, de acordo com Atos 2:42 é a oração. A igreja também deve ser um lugar que promova a oração, ensine a oração e pratique a oração. Filipenses 4:6-7 acaba encorajando: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.”
A igreja deve ensinar a doutrina bíblica para que se firme os alicerces da fé, fortalecendo na mente e coração do ouvinte. Efésios 4:14-16, afirma:
Chega de ser criança. Não dá para tolerar gente ingênua, bebezinhos que são alvos fáceis dos impostores. Deus quer que cresçamos, conheçamos toda a verdade e a proclamemos em amor — à semelhança de Cristo, em tudo. Estamos seguindo Cristo, que é a base de tudo que fazemos. Ele nos mantém juntos. Sua respiração e seu sangue fluem através de nós, nutrindo-nos para que possamos crescer com saúde em Deus, fortalecidos em amor. 
Por consequente, cabe a Igreja ter como cumprimento de seu propósito:
Um lugar de Comunhão - Lugar onde os cristãos possam se devotar uns aos outros e honrar uns aos outros, conforme Romanos 12:10, que afirma: "Sejam bons amigos, que amam profundamente; não procurem estar em evidência".
Um lugar de Instrução - Lugar onde os cristãos aprendem e se instruem uns aos outros, conforme Romanos 15:14, que afirma: "Pessoalmente estou bastante satisfeito com o que vocês são e com o que estão fazendo. Parecem bem orientados e bastante motivados, capazes de guiar e orientar uns aos outros".
Um lugar de Benignidade e Misericórdia - Lugar onde os cristãos possam usar de benignidade e misericórdia uns com os outros, conforme Efésios 4:32, que afirma: "Perdoem-se uns aos outros assim como DEUS em Cristo os perdoou - perdão total e incondicional".
Um lugar de Encorajamento - Lugar onde os cristãos encorajam uns aos outros, conforme I Tessalonicenses 5:11, que afirma: "Construam muros de esperança, para que todos estejam juntos e ninguém fique de fora ou seja deixado para trás. Sei que vocês já fazem isso, apenas continuem fazendo assim".
Um lugar onde se expressa o Amor - Lugar onde os cristãos expressam amor uns para com os outros, conforme I João 3:11, que afirma: "Esta é a Mensagem original que ouvimos: devemos amar uns aos outros".
Um lugar onde possa celebrar a Ceia do Senhor - A igreja deve ser um lugar onde os crentes possam observar a Ceia do Senhor, lembrando-se da morte de Cristo e Seu sangue derramado em favor, conforme I Coríntios 11:23-26, que afirma:
Permitam-me recordar a vocês o que acontece na ceia do Senhor e por que ela é de importância fundamental. Recebi instruções do próprio Senhor e as transmiti a vocês. O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão depois de dar graças, ele o partiu e disse: Isto é meu corpo, partido por vocês. Façam isso pára se lembrarem de mim. Depois da ceia, ele fez o mesmo com o cálice: Este cálice é meu sangue, minha nova aliança com vocês. Toda vez que beberem deste cálice, lembrem-se de mim. O que vocês precisam entender é que toda vez que comem esse pão e bebem desse cálice, estão revivendo em palavras e ações a morte do Senhor. E repetirão esse ato até que o Senhor retorne. Vocês não devem permitir que o costume anule a reverência.
Observando Tiago 1:27, tem-se alguns propósitos finais da Igreja: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” A igreja deve ministrar àqueles que estão em necessidade. Isto inclui não somente compartilhar do Evangelho, mas também providenciar pelas necessidades físicas (comida, roupas, abrigo), quando necessário e apropriado. A igreja deve também equipar os crentes em Cristo com as ferramentas de que necessitam para vencer o pecado e permanecerem livres da contaminação do mundo. Isto é feito pelos princípios dados acima: ensino bíblico e comunhão cristã.

FINALIZANDO
Então, tudo dito, qual o Propósito da Comissão da Igreja? É possível que se recorra ao que I Coríntios 12:12-27. A Igreja é o Corpo de Cristo, composta por vários órgãos em detrimento de finalidades específicas para cada órgão vivo. Ela passa a ser: Suas mãos, boca e pés neste mundo perdido e arraigado pelo domínio do inimigo das almas e do próprio DEUS. Sendo assim, é propósito da Igreja - individual e coletiva - fazer as coisas que o próprio Jesus Cristo faria se Ele estivesse aqui na terra, fisicamente. A igreja deve ser a vivência do próprio Filho de DEUS aqui na terra, no cumprimento do propósito eterno do Pai.


REFERÊNCIAS

Bíblia Sociedade Bíblica Britânia. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/ tb>. Acesso em: 29 mai. 2019.
CHAMPLIN, Russell Norman. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA. São Paulo: Hagnos, 2006. 1 vol.

CHAMPLIN, Russell Norman. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA. São Paulo: Hagnos, 2006. 3 vol.

CHAMPLIN, Russell Norman. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA. São Paulo: Hagnos, 2006. 5 vol.


OLIVEIRA, Alex. Qual é o propósito da Igreja de Cristo na terra? Disponível em: <https://opoderdasescrituras.wordpress.com/2010/10/03/qual-e-o-proposito-da-igreja -de-cristo-na-terra/>. Acessado em: 28 mai. 2019.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.


Qual o propósito da Igreja? Disponível em: <https://www.gotquestions.org/ Portugues/proposito-igreja.html>. Acesso em: 28 mai. 2019.






[1] Legítima, lícita, permitida.

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