Robinson
L Araujo[1]
Existe
algo sagrado no casamento, em uma união entre um homem e uma mulher. Em Gênesis
2:18, encontramos: “E o Eterno disse: não é bom que o homem fique sozinho.
Farei alguém que o ajude e faça companhia a ele” – (Bíblia A Mensagem). Já no
verso 24, o Senhor ordena: “Portanto, o homem deve deixar seu pai e sua mãe e
unir-se à sua esposa. E os dois se tornarão uma só carne” – (Bíblia A
Mensagem). Caminhando um pouco mais, o Senhor Jesus adverte em Mateus 19:5-6: “Por
causa disso, um homem deixa pai e mãe e une-se à sua esposa, tornando-se uma
carne com ela. Não são mais dois, mas apenas um. DEUS criou uma união tão
perfeita, que ninguém pode ter a ousadia de profana-la, separando-os” – (Bíblia
A Mensagem).
Uma só
carne! Quando um homem e uma mulher se unem por meio não somente pela cerimônia
matrimônio e aliança inserida no dedo de seu/sua companheiro(a) e sim, pelo
sexo que retrata a verdadeira união entre os dois, traz-nos a legítima afirmação
que nenhum dois possuem mais direitos separados e independentes. A troca de
fluídos, bem como o próprio sangue por minúsculas fissuras provocadas pelo ato
sexual, os une a uma aliança dada pelo próprio DEUS. Agora, por se tornarem um,
deixa-se o individualismo e passa-se pelo compartilhamento total de seus
desejos, bens e vontades. Aristóteles afirmava: “os verdadeiros amigos são dois
corpos com uma só mente”, sendo esse sentimento aplicado no ato do SIM.
Deveras,
não se pode esquecer que o próprio tema nos remete a uma união espiritual que
deve se apoderar entre o homem e a mulher, bem como, a continuidade da espécie,
pelo nascimento dos filhos. Assim, John Gill[2], afirmou: “A união entre
os dois é tão íntima que é como se fosse uma só pessoa, uma só alma, um só
corpo, o que faz contraste com a poligamia, o divórcio ilegítimo, toda espécie
de imundícia moral, fornicação e adultério”.
Interessante
a afirmação de Jesus Cristo, quando confrontado pela questão do divórcio, “...ninguém
pode ter a ousadia de profana-la, separando-os”. Assim, Champlin (2002, p. 479)
assevera-nos:
...
a necessidade de não ser quebrada essa relação implica e exige a permanência
dos cônjuges em sua união. Segundo o ensino deste versículo, DEUS é o criador e
preservador da relação do casamento. O matrimônio não é apenas uma instituição
social e humana. Assim sendo, as regras que regulamentam o casamento não podem
ter base nas ideias e preferências humanas, e nem nas exigências ou
conveniências sociais. DEUS tem um propósito especial e espiritual. ...
desfazer essa relação, é atrair más consequências, não somente para a
sociedade, para a família e para os indivíduos envolvidos, mas também para a
alma e para o seu progresso na transformação segundo a imagem de Cristo.
A
quebra da aliança construída pelo próprio DEUS no âmbito espiritual, emocional
e físico, na vida de um homem e de uma mulher por meio do casamento, quando
decidem dizer, comprometendo-se a amar e respeitar na alegria ou na tristeza;
na saúde ou na doença; na pobreza ou na riqueza; por todos os dias de suas vidas
até que a morte os separe, acaba por causar consequências desastrosas na vida de
todos os que estão envolvidos.
Dentre
os vários traumas que uma separação provoca na vida dos envolvidos, um que
merece toda atenção é a deturpação e traumas na vida dos filhos providos no
casamento que ora, se pretende desfazer, como fora possível. Pelo simples fato egoísta
e individual, esquece-se que outras pessoas irão colher pela ruptura de uma
declaração de fidelidade física, emocional e espiritual afirmando que duraria
até que a morte os separasse. Como se afirma: “palavras tem poder”.
Janssen
(2012), afirma que o fracasso é inevitável quando ocorre a separação por meio
do divórcio. Hoje em dia, porém, muitos indivíduos casados contam com o divórcio
como uma saída de emergência. Essa saída, no entanto, deve ser selada. O problema
que ocorre, em dias atuais, é que poucas pessoas entendem o real significado de
uma aliança.
Sendo assim,
faz-se necessário relembrar o significado de aliança para entendimento,
deixando-se a desculpa de não conhecimento ou, simplesmente: “não sabia”. Elwell
(1993, p. 44), afirma:
Aliança.
Um pacto, um contrato entre duas partes, que as obriga mutualmente a assumir
compromissos cada um em prol da outra. Teologicamente (usados a respeito dos
relacionamentos entre DEUS e o homem) denota um compromisso gracioso da parte
de DEUS no sentido de beneficiar e abençoar o homem e, especificamente, aqueles
homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprir os deveres
envolvidos neste compromisso.
Quando
há quebra dessa aliança, do contrato firmado no casamento e que, não envolve
somente as duas pessoas, aqui se acrescenta o Senhor DEUS como terceira pessoa
participante a avalizante da união em virtude do cunho espiritual exercido
sobre o casamento. Fato ao encontramos o Apóstolo Paulo advertindo os maridos e
as esposas em Efésios 5:22-32, quanto ao cuidado e respeito dentro do
casamento, comparando-os a união da Igreja e Jesus Cristo.
Diante
dos fatos, percebe-se que um número incontável de pessoas perderam a noção de
como deve ser uma relação matrimonial, porque seus pais se divorciaram quando
eles ainda estavam crescendo. E pior: essas pessoas não carecem apenas de um
exemplo saudável proveniente dos pais, muitas delas alegam que nunca viram de
perto um bom casamento.
Ainda Janssen
(2012, p. 69) assevera:
Como
foram criados por pais divorciados ou em ambientes muito problemáticos, (os
adultos com idade entre 20 e 40 anos) não têm a mínima ideia de como escolher o
cônjuge, nem sabem o que fazer para construir uma relação. Consideram o
divórcio dos pais um terrível fracasso e temem estar destinados a seguir os
mesmos passos.
Não diferente
do espiritual, a ciência, por meio da psicóloga, pesquisadora e professora
universitária Judith Wallerstein[3], elaborou uma pesquisa de
25 anos, onde descobriu que:
Apenas 40% das crianças de divórcio realmente
se casam; ela descobriu que os efeitos do divórcio são mais duradouros do
que a maioria supõe; A idade da criança no momento do divórcio realmente
importa; O maior impacto ocorre durante o período em que a criança do divórcio
é um jovem adulto que deseja um relacionamento romântico, mas tem medo do
fracasso; também descobriu que a qualidade de vida pós-divórcio é crucial para
as crianças.
Assim,
observa-se: os homens e mulheres de famílias divorciadas vivem com medo de
repetir a história dos pais e não ousam ter esperança de fazer melhor, em
virtude da falta de modelo de um casamento saudável durante o crescimento,
enfrentando um vazio que os engolem por inteiro, sendo o fracasso inevitável.
O que
fazer diante dos problemas e dificuldades enfrentados dentro do relacionamento
ao ponto de levar a desistência por meio da separação por divórcio? Antes, tente:
ü Apresente
seu casamento a DEUS, na tratativa de que Ele faça algo para mudar, não o seu
parceiro(a), e sim você;
ü Busque
ajuda de uma pessoa que você encontre confiança e que tenha um casamento sólido,
para que lhe aconselhe. É possível que eles tenham passado por dificuldade
iguais ou semelhantes a sua, podendo orientar;
ü Olhe para
dentro de si, veja o que pode ser mudado, com o desejo de melhorar o seu
relacionamento e quem você é;
ü Não pense
que dentro do casamento exista somente felicidade. Uma hora, passamos por estresses
corriqueiros, dificuldades, provações. É preciso confiar que são passageiros;
ü Mantenha
uma relação de diálogo aberto com seu cônjuge, informe suas dificuldades e seus
desejos;
ü Não seja
orgulho(a) ao ponto de achar que não precisa do outro;
ü Não tente
somente ser feliz, mas procure fazer o seu cônjuge feliz, assim, tem-se a
possibilidade de compartilhar da felicidade almejada;
ü Pense na
estrutura psicológica de seus filhos, caso um divórcio seja inevitável, aos
seus pensamentos;
ü Se relacione
com a Palavra de DEUS por meio de sua leitura. Somente assim, pode-se
compreender as mudanças necessária na vida e atitudes com a intensão de agradar
ao Coração de DEUS, bem como, de seu cônjuge;
ü NÃO DESISTA, tenha
CORAGEM para LUTAR, mudar a história que hoje nos parece tão normal e
aceitável, entretanto, causador de um mal terrível com consequências
incontroláveis.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo:
Volume 1: Artigos Introdutórios, Mateus Marcos. São Paulo: Hagnos, 2002.
ELWELL,
Walter A. Enciclopédia HISTÓRICO-TEOLÓGICA da Igreja Cristã: Volume 1.
São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1993.
JOHN
GILL. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Gill>. Acessado
em: 19 ago. 2024;
JUDITH
WALLERSTEIN. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Judith_Wallerstein>.
Acessado em: 19 ago. 2024.
PETERSON, Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem
Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014.
[1]
Pastor protestante. Redes sociais: @robinsonlaraujo
[2]
Escritor cristão no Séc. XVI
[3]
(27
de dezembro de 1921 - 18 de junho de 2012) foi uma psicóloga e pesquisadora que
criou um estudo de 25 anos sobre os efeitos do divórcio nas crianças envolvidas.
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