segunda-feira, 7 de outubro de 2019

ANSIEDADE!


Robinson L Araujo[1]

Diversas situações levam-nos a ansiedade em nosso dia a dia, seja de ordem financeira, sentimental, natural, biológica. O que fazer?



 Vivemos em um mundo onde as pessoas cada vez mais se encontram ansiosas, mais que em épocas anteriores. Talvez embaladas pela modernidade, pelo capitalismo e a velocidade das informações que, em poucos segundos adentram em nossa mente, por um fato acorrido do outro lado do planeta e acaba, trazendo preocupações e nos deixado ansiosos. A informação é como relâmpago!
Quando procuramos a palavra ANSIEDADE no Google, encontramos a seguinte definição: "Ansiedade é uma emoção caracterizada por um estado desagradável de agitação interior, muitas vezes acompanhada de comportamento nervoso, como o de se embalar de trás para frente. É o sentimento desagradável de terror por eventos antecipados, tal como a sensação de morte. Ansiedade não é o mesmo que medo".
Max Lucado, um pastor norte-americano, define em seu livro intitulado "O Fim da Ansiedade", definindo-a como sendo: "é trepidação, uma suspeita, uma apreensão. É vida em estado melancólico com grandes preocupações para sempre, como se estivesse na prancha de um navio pirata".
Por assim definir, temos que a ansiedade é uma chuva de meteoros do tipo "E Se...?"; ela tem o poder de levar nosso fôlego, alegrai, sono, realizações; ela não é brincadeira. E o mais interessante que, existem aqueles que falam que é frescura ou que as pessoas cristãs não têm o direito de ficarem ansiosas.
Quando buscamos respostas na Palavra de DEUS, a Bíblia Sagrada, podemos encontrar o apóstolo Paulo e, vejamos o que ele afirma em Filipenses 4:6a: "Não andeis ansiosos por coisa alguma...". A dois mil anos, já se falava em ansiedade. Somos ansiosos pela própria natureza.
Sendo escrita no grego, a palavra "ansiosos" citada por Paulo é "Merimnao", que significa: Ficar indevidamente preocupado, ansiar. É o mesmo que sufocar, estar sem possibilidade de se respirar.
É possível então que afirmemos que Paulo não disse que não devemos estar ansiosos por um dia da semana, ou por um evento somente que deverá acontecer ou, no final do mês quando olhamos o saldo da conta e o dinheiro não dará para cobrir nossos compromissos. Ele afirma que não devemos viver em ansiedade, sufocados por coisa alguma. Um estado de tempo presente ativo, o que implica em um estado contínuo.
Diversas situações levam-nos a ansiedade em nosso dia a dia, seja de ordem financeira, sentimental, natural, biológica. Em uma tradução livre de Lucado, o apóstolo está nos afirmando: "Não permitam que nada na vida deixem vocês constantemente sem fôlego e ansiosos".
Quem era Paulo e por que ele nos deixou esta verdade? Paulo foi um perseguidor da Igreja Primitiva e em determinado tempo, teve um encontro com o Senhor. Daquele momento, deixou de ser perseguidor e passou a ser perseguido. Quando ele nos deixou registrado que não devíamos estar ansiosos por coisa alguma, ele estava na cadeia, com punhos e braços amarrados e suas costas cortadas pelas chicotadas que havia levado.
Vejamos o que ele afirma em Filipenses 1:20-21:
Mal posso esperar para prosseguir meu caminho. Não penso que algo vá me perturbar, nem um pouco. Pelo contrário, tudo que está acontecendo comigo nesta cadeia colabora para fazer Cristo mais conhecido, não importa que eu viva ou morra. Eles não me fazem calar, mas me deram um púlpito! Vivo, sou mensageiro de Cristo; morto, sou seu prêmio. É a vida ou mais vida ainda! Não há como eu perder!
Paulo estava afirmando que, no geral a maior parte de nossas circunstâncias por si mesmas, em nada elas nos prejudica. O que realmente nos prejudica são as nossas reações emocionais às nossas circunstâncias. Ele estava preso, em vista de ser assassinado e mesmo assim, tocava sua vida naquilo que passara acreditar e por meio da qual seria assassinado.

Então, o que se deve fazer?
A complementação do verso seis de Filipenses quatro, nos afirma: "antes de tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de DEUS pela oração e súplicas com ações de graças". Ele estava afirmando que não se pode guardar para si as ansiedades da vida. É preciso colocar para fora, desabafar, caso contrário, pode-se transformar em uma depressão. O problema é "em quem confiar".
É preciso procurar ajuda, seja com um amigo de confiança, um especialista, um retrospecto interno do que tem levado a estar ansioso. Mas, Paulo afirmou em Efésios 6:18 o seguinte: "A oração também é essencial nesta luta incessante. Orem em todo o tempo, e com fé. Mantenham os olhos abertos. Encorajem-se mutuamente, para que ninguém venha cair ou vacilar".
O apóstolo esta falando-nos que é possível buscar ajuda em DEUS por meio de nossas orações, não somente para eu, como também para outros que estão passando pelo problema. Orar é justamente o que se faz na frente de um especialista ou de uma amigo íntimo: DESABAFAR!
Encontramos outro apóstolo, por nome de Pedro. Ele nos escreve em sua carta de I Pedro 5:7 o seguinte: "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós". Lançar é o mesmo que jogar algo, arremessar. Ou seja, como uma criança que não conhece o perigo se lança no colo de seu pai, sem medo por estar agindo de forma incondicional, sabendo que seu pai o pegará e não deixará que sofra uma queda.
Precisamos entregar o nosso caminhar, como o salmista nos orienta: "Entrega o teu caminho ao senhor, confia nEle e o mais, tudo fará" (Salmos 37:5). Com essa passagem, o apóstolo Pedro está nos proporcionando um remédio terapêutico para o tratamento de nossa ansiedade, sendo o arremessar de nosso olhar para Cristo - que também teve seus momentos de ansiedade, como em Sua oração clamou: "Pai, se possível, afaste de mim esse cálice" (Lucas 22:42) - cujo os cuidados por nós acabam por garantir a vitória final, a correção dos erros e angustias sofridos.
Em meio a sua dor e ansiedade, o apóstolo Paulo, deixa-nos uma lição em Filipenses 4:7-8 e 11-13, vejamos:
Antes que vocês percebam, a compreensão da integridade de DEUS, que só contribui para o bem, virá e os acalmará. É maravilhoso o que acontece quando Cristo retira a preocupação do centro da vida humana. Resumindo amigos, o melhor que vocês têm a fazer é encher a mente e o pensamento com coisas verdadeiras, nobres, respeitáveis, autênticas, úteis, graciosas - o melhor, não o pior; o belo, não o feio. Coisas para elogiar, não para amaldiçoar.
De fato, pelo que me consta, não preciso de nada. Já aprendi a estar contente, a despeito das circunstâncias. Fico satisfeito com muito ou com pouco. Encontrei a receita para estar alegre, com fome ou alimentado,com as mãos cheias ou com as mãos vazias. Onde eu estiver e com o que tiver, posso fazer qualquer coisa por meio daquele que faz de mim o que sou.
O que Paulo queria falar-nos é que: é pelo sofrimento que podemos limitar nossa mente à miséria do momento, deixando-nos dominar pelo mistério da vida que parece nos reduzir a nada, a não ser: ansiedade e angustia.
Que o Pai dos céus, derrame de Sua misericórdia e graça sobre nossa vida, ao ponto de nos arremessarmos em Seus braços, levando-nos a Viver em Vida Plena!

Referências:
Bíblia Versão Católica. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/vc>. Acessado em: 25 abr. 2019.
PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.
LUCADO, Max. O Fim da Ansiedade. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2017.

 
[1] Pastor. E-mail: robinson.luis@bol.com.br

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