sábado, 23 de junho de 2018

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, COMO EU VOS AMEI





Robinson L Araujo[1]

Existe um refrão de uma música que diz: "É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã[2]". Como amar uma pessoa intensamente como se o amanhã não viesse? A palavra de DEUS em João 13:34-35 nos afirma: "Deixem-me dar a vocês um novo mandamento: amem uns aos outros. Assim como amei vocês, amem uns aos outros. Dessa maneira todos irão reconhecer que vocês são meus discípulos, quando eles virem o amor que vocês têm uns pelos outros".

Realmente é uma passagem intrigante, amar alguém da mesma forma que DEUS me ama. Geralmente vemos as pessoas em patamares superiores, apáticas e outros adjetivos... Já sei: e se ela me decepcionou, magoou e praticou infinitas ações negativas direcionadas a mim ou a outras pessoas, ainda assim, preciso amá-la? É, contrária a nossa natureza, é preciso afirmar que a resposta é sim. Amá-la da mesma forma como o Senhor nos amou e ama.

Fiquei pensando, como amar da maneira que lemos, pois escrever é fácil. Qual o exemplo a buscar que seja palpável e esteja próximo de nós já que, DEUS está lá nas alturas, e cá pra nós: Ele é DEUS e age diferente de nós!

Busquei na Sua palavra e pude encontrar um modo de vida verdadeiramente cristã. Embora sejamos confrontados com uma moral tão sublime exigente que parece totalmente impossível, não ficamos impressionados com o estilo de vida que Cristo nos apresentou. Ele nos apresenta que o padrão de estilo de vida cristã e o amor que devemos ter com o nosso semelhante é o amor Ágape, apresentado em João 15:13, que afirma: "Deem a sua vida pelos amigos. Vocês mostram que são meus amigos quando fazem o que mando". 

Mas, como desenvolver esse amor humanamente?

Acredito que a resposta possa estar em Mateus 18:4 e Marcos 10:14b-15, um exemplo que Jesus nos mostra claramente: Sermos como crianças. "Quem se tornar simples de novo, como esta criança, será o maior no Reino de DEUS" e "O Reino de DEUS é feito de pessoas que são como crianças. Prestem atenção: se vocês não aceitarem o Reino de DEUS com a simplicidade de uma criança, nunca entrarão nele".

Sermos como uma criança! Essa é a resposta e o exemplo que devemos seguir. Podemos comparar ao amor de Jesus Kenosis, total auto-esvaziamento. É muito simples de ser entendido: uma criança pode até mesmo brigar com seu coleguinha, ser repreendido por seu pai e outro adulto, mas logo é esquecido e ele não guardará ódio e nem rancor, estará brincando e dando atenção. Diferente de nós adultos.

Confesso que é preciso certo tempo para assimilar tudo aquilo que é exigido de nós, como por exemplo, o texto de Mateus 5:38-42, que nos diz:
 "Este é outro ditado antigo que merece nossa atenção: 'Olho por olho, dente por dente'. Pergunto se isso nos leva a algum lugar. Aqui esta o que proponho: não revide de jeito nenhum. Se alguém bater no seu rosto, ofereça-lhe o outro lado. Se alguém o levar ao tribunal e exigir sua camisa, embrulhe para presente seu melhor casaco e entregue-o a ele. Se alguém se aproveitar de você para levar vantagem injustamente, aproveite a ocasião para praticar a vida de servo. Nada de pagar na mesma moeda. Viva generosamente".

Somente quando nos tornamos como criança, podemos viver o exemplo que Cristo nos propõe! Ainda Michel Quoist[3] diz: "Estamos contentes com nossa vidinha decente. Estamos contentes com nossos bons hábitos: nós os tomamos por virtudes. Estamos contentes com nossos pequenos esforços: nós o tomamos por progresso. Estamos orgulhosos com nossas atividades: elas nos fazem pensar que estamos nos doando. Estamos impressionados com nossa influência: imaginamos que ela transformará vidas. Estamos orgulhosos do que damos, entretanto ocultamos o que retemos. Podemos até mesmo estar confundindo um conjunto de egoísmos coincidentes com a verdadeira amizade".

Muitas vezes a Palavra de DEUS nos diz coisas que verdadeiramente não queremos ouvir. Mas, é preciso nos esvaziarmos de nosso eu, orgulho e vontades próprias para que possamos nos tornar como crianças e viver como o Senhor quer que vivamos: um evangelho sem mentiras.

Sendo como criança, tenho a possibilidade de viver o que Pedro perguntou a Jesus em Mateus 18:21 "Neste instante, Pedro teve a coragem de perguntar: Mestre, quantas vezes tenho que perdoar o irmão que me prejudica? Sete?". Jesus de imediato lhe responde no versículo 22: "...Sete é pouco. Tente setenta vezes sete". Talvez para se esquivar de se tornar como crianças, Pedro fez essa pergunta. Pergunta essa que nos fazemos dia-após-dia. Somente sendo como criança, podemos chegar a esse coeficiente colocado por Jesus.

A estrutura da igreja, que somos nós, deve revelar a marca do amor de Jesus Cristo por meio e através de nossa vida. Se ignorarmos poderemos nos tornar pouco confiáveis e convincentes para a pregação do evangelho do Reino.

Tenho aprendido a amar como Cristo amou. Confesso: não é fácil, mas chego a conclusão que não é impossível, basta queremos. Mas e se alguém que me ofendeu não fizer o mesmo que tenho tentado fazer? A resposta é: não é problema seu. Faça simplesmente o que o Senhor quer e o mais, Ele mesmo fará.

Que possamos refletir sobre o assunto e pedir que o Senhor nos perdoe e nos ensine a amar as pessoas na intensidade que Ele nos ama. Só assim teremos coragem para executar.


BIBLIOGRAFIA

Disponível em: < http://slideplayer.com.br/slide/374734/>. Acessado em: 02 mar. 2018.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.


[1] Pastor; Teólogo; Pós-graduado em: Terapia Familiar; Aconselhamento e Psicologia Pastoral; Liderança e Administração Eclesiástica. Mestre em Teologia (livre). E-mail: robinson,luis@bol.com.br
[2] Pais e Filhos - Legião Urbana
[3]  Presbítero e escritor francês.

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