quarta-feira, 8 de agosto de 2018

AS ESCOLHAS REFLETEM EM QUEM SE CONFIA



Robinson L Araujo[1]


INTRODUÇÃO

É certo que as escolhas que fazemos, refletirão em nosso futuro e, em consequência, em nossa vida eterna. São nessas horas, que decidiremos em quem confiaremos: ou nas propostas oferecidas pelos homens ou em confiar que DEUS é nosso porto seguro.

Apresentaremos o relato vivenciado por quatro jovens, narrados no livro de Daniel, capítulo um. É muito interessante a forma como eles decidem confiar em DEUS e, a confiança deles era de tal forma que, chegaram ao ponto de rejeitarem a proposta oferecida pelos homens.


1. EM OCASIÕES DE CAOS, AS PROPOSTAS SÃO TENTADORAS

É fato que, quando o caos é instalado, geralmente aparecem às melhores propostas e acabam colocando em xeque a nossa confiança em DEUS e nos entregamos às propostas oferecidas. Vejamos o que Daniel 1,nos descreve:
1-4. Era o terceiro ano do reinado de Jeoaquim em Judá quando o rei Nabucodonosor da Babilônia declarou guerra a Jerusalém e sitiou a cidade. O Senhor entregou o rei Jeoaquim de Judá nas mãos dele, com alguns utensílios do templo de Deus. Nabucodonosor levou o rei e os utensílios para a casa do tesouro do seu deus, na terra da Babilônia, a antiga Sinear.
3-5. O rei ordenou a Aspenaz, chefe de pessoal do palácio, que escolhesse alguns israelitas da família real e da nobreza, jovens que fossem saudáveis e de boa aparência, inteligentes e de boa formação, de potencial para cargos de liderança no governo — gente de elite! — e lhes ensinasse a língua e a cultura da Babilônia. O rei ordenou, também, que servissem a eles o mesmo cardápio do rei — comiam do bom e do melhor e o mais fino vinho. Depois de três anos de treinamento, assumiriam cargos na corte do rei.

Pode-se perceber que em um tempo de guerra e, geralmente a guerra acaba por levar a destruição e aprisionamento, principalmente naquela época por, muitos serem mortos. Porém, houve uma ordem do rei da Babilônia que separassem os jovens de boa aparência e inteligentes, que possuíam formação e com potencial para exercer cargo de liderança e os submetessem ao melhor do que era servido na casa do rei, bem como, de sua bebida.

Em alusão aos caos, quando se está para baixo, acabam por surgir propostas que aos olhos humanos parece ser as melhores, mas nem sempre é o que DEUS quer. Esquece-se de confiar no que DEUS pode fazer e acaba por se aceitar como sendo o melhor. Geralmente para nós, o melhor é o que agrada as nossas vontades próprias e fazem bem aos nossos olhos.

Não se pode esquecer que, em determinadas ocasiões em nossa vida, por mais difíceis possam parecer, elas são permissivas pelo Senhor. O verso 2, afirma: "O Senhor entregou o rei Jeoaquim de Judá nas mãos de Nabucodonosor.


2. AS MUDANÇAS TENTAM NOS AFASTAR E ESQUECER DEUS

Com a captura do povo vencido pela guerra, quatro jovens, dentre outros, foram escolhidos conforme a ordem do rei de Babilônia. Jovens de boa aparência e com um futuro promissor.

Vejamos a providência que foi tomada:
6-7. Quatro homens de Judá — Daniel, Hananias, Misael e Azarias — estavam entre os escolhidos. O chefe de pessoal do palácio deu a eles nomes babilônicos: Daniel passou a chamar-se Beltessazar, Hananias foi chamado Sadraque, Misael foi chamado Mesaque e Azarias foi chamado Abede-Nego.

Champlin (2001. p. 3374), acaba definindo o motivo porque o nome daqueles jovens fora mudado, vejamos:
Notemos como os nomes anteriores ligavam essas figuras ao yahwismo: Hananias significava "Yah tem sido gracioso"; Misael significa "Quem é o que El é?"; Azarias significa "Yah tem ajudado"; Daniel significa "El tem julgado". Cada um desses nomes incorpora um nome hebraico para DEUS. Em sentido contrário, há esforços para fazer com que os nomes novos correspondam à divindade babilônica. Os massoretas sugeriam que Bel podia ser visto no nome Beltessazar. Abede-Nego parece significar o mesmo que Abdi-nabu, "servo de Nebo". Mesaque podia significar "estou desprezado (humilhado) (na presença do meu deus)". Nada semelhante tem sido demonstrado no caso do nome Sadraque. Mas talvez a última sílaba, aque, esteja associada ao nome Sadraque ou Merodaque. No entanto, outros vêem aqui uma alusão a rak, que no acádico significa rei, e pelo qual devemos entender "sol" ou "deus-sol". Mas outros preferem sugerir saduraku, que significa "temo (o deus)".

Por vezes, não se é obrigado a mudar o nome, mas por sua vez, se é levado a mudar a essência do que se tem dentro do coração, acabando-se por rejeitar a confiança em DEUS, passando-se a confiar no que foi oferecido, com medo de perder as oportunidades.


3. A ESCOLHA É PESSOAL

Deve-se ter em mente que, podemos ser escolhidos e levados a estar em locais aparentemente "contaminados" pelas iguarias reais, como por exemplo, a corrupção. Agora, a decisão em não se corromper é pessoal. Veja o que Daniel decidiu:
8-10. Mas Daniel decidiu que não iria ficar impuro com a comida do rei nem beber o vinho dele, por isso pediu ao chefe de pessoal do palácio que o autorizasse a não comer do cardápio do rei. Pela graça de DEUS, o chefe de pessoal do palácio gostou de Daniel e autorizou, mas o advertiu: “Tenho medo do que meu senhor, o rei, possa fazer. Foi ele quem determinou esse cardápio e, se perceber que vocês não estão tão saudáveis como os outros, vai pedir minha cabeça”.
11-13. E, então, Daniel apelou ao responsável, que havia sido designado pelo chefe de pessoal do palácio para cuidar dele, de Hananias, Misael e Azarias: “Faça uma experiência conosco por dez dias: traga apenas vegetais e água. Depois nos compare com os jovens que se alimentam do cardápio do rei e tome sua decisão”.

É necessário que se faça escolhas. Escolhas que nos levem a dependência do Senhor. Por vezes, somos escolhidos por Ele para que estejamos em lugares e façamos a diferença. Daniel e seus amigos foram colocados por DEUS no palácio real, mas exerciam uma confiança tamanha que, mesmo diante dos manjares, decidiram não se contaminarem, pois sabiam que, em sua concepção, não agradariam a Yahweh.

Quando tomamos decisão pautada em DEUS, Ele responde e nos dá graça diante daqueles que estão ao nosso redor. Eles experimentaram a confiança em DEUS e foram aprovados pelo responsável em cuidar deles, veja:
14-16. O responsável por eles concordou e os alimentou com vegetais e água durante dez dias. Ao final dos dez dias, eles tinham aparência melhor e pareciam mais saudáveis que todos os outros. Assim, o responsável continuou a dispensá-los da comida e da bebida do cardápio do rei e servia-lhes apenas vegetais.


4. DEUS GARANTE SUA FIDELIDADE PARA AQUELES QUE NELE CONFIAM

Quando se confia na fidelidade de DEUS, Ele responde e garante vitórias em nossa vida, carreira, situações e escolhas. Veja o que aconteceu com aqueles jovens:
17-19. DEUS deu a esses quatro jovens conhecimento e habilidades em todas as áreas, tanto teórica quanto prática. Além disso, Daniel tinha o dom de interpretar todo o tipo de visões e sonhos. Ao final do tempo determinado pelo rei para o treinamento, o chefe de pessoal do palácio os levou para a presença de Nabucodonosor. Quando os entrevistou, o rei os achou muito melhores que todos os outros. Ninguém estava tão bem quanto Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
19-20. E, assim, eles assumiram suas responsabilidades na corte do rei. Sempre que o rei os consultava sobre qualquer assunto, teórico ou prático, eles se mostravam dez vezes melhores que todos os magos e encantadores do reino juntos.
21. Daniel continuou no serviço do rei até o primeiro ano do reinado do rei Ciro.

Não somente o que sabiam e já tinham de conhecimento mas, DEUS garantiu muito mais a eles, mais do que imaginavam. Em terra estranha, como "prisioneiros", eles foram agraciados por confiarem no Senhor e não aceitarem aquilo que agradariam a seus desejos e vontades, o que agradava ao olhar e paladar.

Eles não foram os melhores. Eles eram dez vezes melhores do que todos os magos e encantadores do reino.


CONCLUINDO

Onde DEUS tem dado a oportunidade de se estar? Temos feito nossas escolhas segundo o coração de DEUS ou nossas vontades carnais e humanas.

É preciso, independente de onde se esteja não se contaminar com o que se é oferecido e não agrada a DEUS. Onde se coloca a os princípios e valores em xeque pois, estes não podem ser negociados.

Que o Senhor nos dê forças necessárias para que se resista. Viva em vida plena!


BIBLIOGRAFIA

CHAMPLIN, Russell Norman. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Vol. 5. 2ª Ed. São Paulo: Hagnos, 2001.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.



[1] Pastor - e-mail: robinson.luis@bol.com.br

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